Pular para o conteúdo principal
Ciência

Vestígios de animais gigantes ainda são encontrados na natureza

Seres são responsáveis por diversas transformações na fauna e flora ao longo do tempo

Publicado em 13/01/2022 às 11:26 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:40

(Arte: Júlia d'Oliveira)

Imagine uma preguiça-gigante de até 6 metros de comprimento e 4 metros de altura habitando o território brasileiro. Há mais de 10 mil anos, animais de enormes proporções faziam parte da megafauna, composta por mamíferos grandes e gigantes.

Vinícius de Lima Dantas, doutor em ecologia e professor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (IG/UFU), em parceria com Juli Pausas, cientista de ecologia vegetal do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha, publicaram um artigo na revista Nature Communications, em janeiro de 2022, que analisa o legado que a megafauna deixou para as plantas e biomas na América do Sul e Central.

De acordo com o estudo, grandes mamíferos herbívoros são capazes de criar e permanecer em seus próprios ecossistemas, pois eles conduzem a evolução de plantas e vegetações. Embora quase todos os animais da megafauna estejam extintos, alguns dos grandes mamíferos ainda estão presentes no continente africano e asiático, como o elefante. Isso permite que as pesquisas possam ajudar a entender de qual forma as características físicas dos seres vivos atuais se desenvolveram por influência de seus ancestrais. Também é possível identificar os impactos nos ecossistemas causados pela relação entre os animais e o ambiente.

O artigo aponta que as evidências da megafauna sugerem que o consumo de biomassa vegetal,gerada pela decomposição de resíduos orgânicos, por grandes herbívoros africanos afetou na fertilidade do solo ao longo do tempo, além de transformar florestas em lugar alternativo de pastagem.

As plantas que alimentavam grandes herbívoros passaram por adaptações de acordo com as condições ambientais. Por exemplo, em savanas mais ricas em nutrientes, a flora apresenta folhas e espinhos pequenos. Em savanas pobres em nutrientes, as plantas desenvolveram folhas maiores e uma madeira mais resistente.

Os pesquisadores mostram que as atuais áreas dominadas por florestas têm vestígios de savanas compostas pela megafauna no passado, que foi responsável pela mudança e adaptação das plantas, dos animais e do solo ao passar dos anos.

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

Palavras-chave: Ciência Geografia ecologia Megafauna fauna flora

A11y