Publicado em 20/06/2018 às 13:54 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56
A sede do museu fica no Parque Municipal Victório Siquierolli (Foto: Milton Santos)
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando quase 22% do território nacional. Também é reconhecido como a savana mais rica do mundo, com 11.627 espécies de plantas, 199 espécies de mamíferos, 1.200 espécies de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios, além de ser o refúgio de borboletas, abelhas e cupins.
Esse bioma tem maior predominância em Minas Gerais e, como forma de preservá-lo, o Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (Inbio/UFU) criou o Museu de Biodiversidade do Cerrado, um espaço no meio urbano onde é possível ver um acervo didático de espécies animais e vegetais representativas do bioma Cerrado.
O museu, inaugurado em 28 de abril de 2000, tinha sua sede em um anexo da universidade. Porém, em 2002, foi firmado um convênio com a Prefeitura Municipal de Uberlândia e a coleção foi transferida para o Parque Municipal Victório Siquierolli, um local composto por vegetação típica do Cerrado. O museu, que recebe em torno de 4.500 pessoas por mês, é coordenado pela técnica do Laboratório de Fisiologia e Anatomia Animal do Inbio, Clébia Aparecida Ferreira.
Os animais foram taxidermizados no Laboratório de Taxidermia da UFU (Fotos: Milton Santos)
No local estão à mostra 266 animais taxidermizados, como jaguatirica, lobo-guará, lontra, quatis, tatus, serpentes, tucanos e corujas, além de uma coleção de invertebrados, exemplares marinhos e uma espécie de origem asiática. Cerca de dez esqueletos de bicho-preguiça, ouriço-cacheiro, papagaio, serpentes, sapo, entre outros, além de peles de jacaré e sucuri. Como parte da coleção viva, existe um aquário com diversas espécies de peixes e plantas encontradas no Cerrado.
Os visitantes ainda encontram uma biblioteca com 70 livros infantis e 500 exemplares sobre as áreas de Biologia, Geografia e afins. Também existem insetos artesanais gigantes que compõem a decoração do local, microscópio e computadores touchscreen com aplicativos nos quais o público pode aprender mais sobre os animais da região. As coleções científicas são resultados das pesquisas dos professores do Inbio. Já os animais taxidermizados foram encontrados mortos, vítimas de acidentes ou em cativeiro.
O museu funciona como parte de um projeto de extensão da UFU. Lá, seis graduandos dos cursos de Biologia e Geografia recebem alunos de escolas e universidades, realizando um tour pelo local. A aluna do curso de Biologia e estagiária do projeto, Maristelly Pereira, explica que acompanha os visitantes, tira dúvidas e aborda a importância de se preservar o bioma. “Além de conhecer cada animal, a gente tenta trabalhar com uma conscientização para manter a fauna e a flora do cerrado viva”, conta.
A caixa onde as abelhas criam sua colmeia é o Meliponário (Foto: Milton Santos)
Outro espaço para conferir é o cantinho das abelhas, em frente à sede do museu. Em meio às árvores, estão três caixinhas com as abelhas Jataí, típicas do Cerrado. Essa espécie, que não tem ferrão, tem em média 20 dias de vida, enquanto a rainha tem até cinco anos. O mel produzido por elas tem nutrientes medicinais, porém, é difícil de ser extraído pela pequena quantidade que é produzida.
Célula onde as abelhas colocam seus ovos (Foto: Milton Santos)
O museu é um espaço de atividades de divulgação científica, que apresenta a biodiversidade do Cerrado de uma forma interativa para os seus visitantes. O horário de funcionamento do local é de terça-feira a domingo, das 8h às 17h30. Outras informações podem ser encontradas no site, na página do Facebook e no Instagram.
Palavras-chave: Museu cerrado biodiversidade Biologia Geografia fauna flora Divulgação Científica
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