Dia Mundial da água

Professor da UFU participa de fórum em Brasília

Veja como estão os indicadores brasileiros

Publicado em 22/03/2018 às 14:15 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56

Foto: Pixabay

Dos 7,6 bilhões de pessoas do planeta, cerca de 1 bilhão não tem acesso à quantidade mínima de água para o abastecimento diário, que é de 20 litros; 2,4 bilhões não têm acesso às instalações sanitárias adequadas; 1 bilhão defeca ao ar livre e 80% do esgoto no mundo ainda é lançado no ambiente sem tratamento. Por sua vez, 96,5% da água do planeta é salgada, 1,7% está em geleiras, 1,68% são águas subterrâneas e apenas 0,013% são lagos e rios.

Os números são da Organização das Nações Unidas (ONU) e apontam a necessidade da melhoria na gestão dos recursos hídricos. Nesta semana, em que se celebra o Dia Mundial da Água - 22 de março - acontece em Brasília, até sexta-feira (23/03), o 8º Fórum Mundial da Água. O evento é realizado cada três anos e, nesta edição, reúne representantes de 175 países entre pesquisadores, governantes, empresas, movimentos sociais e organizações não governamentais que discutem a questão da água no mundo.

O professor Sylvio Andreozzi, do Instituto de Geografia da UFU, está participando do Fórum, que é sediado pela primeira vez na América Latina, e considera que os debates são interessantes, devido à diversidade de representações.

Segundo Andreozzi o destaque “é a introdução de novas tecnologias e a realização de boas práticas tanto no uso cotidiano quanto na gestão geral dos recursos hídricos”. De acordo com o professor, as crises hídricas têm particularidades e é necessário que se entenda melhor sobre cada uma. “Nós temos uma memória mais recente sobre a crise hídrica de fornecimento de água, nas grandes metrópoles do Sudeste, e temos uma crise hídrica permanente no Nordeste. Então, cada uma deve ter seu tratamento próprio e ser resolvida com novos modelos de gestão”.

Ainda, de acordo com o professor, a definição de políticas de uso da água é fundamental. Ele cita o modelo brasileiro, baseado nos comitês das Bacias Hidrográficas, que, segundo o docente, “precisa ser mais dinâmico, aplicado e ter mais respeito por parte da sociedade e dos proponentes do próprio sistema, dentro da estrutura administrativa da água que é proposta”. Andreozzi acrescenta: “a organização precisa entender que a melhor forma de gerenciar a água é por meio de gestão compartilhada, democrática e participativa”.

O professor destaca também que, em função das atividades econômicas, as necessidades da água são diferenciadas, mas “precisamos equalizar essa distribuição de maneira que, pelo menos, o atendimento mínimo seja feito e, na melhor forma possível, atenda todas as necessidades da sociedade.” O professor ressalta que “o Dia Mundial da Água é referência para lembrar um dos assuntos mais importantes do nosso cotidiano, precisamos da água todos os dias”.

Palavras-chave: água Geografia Divulgação Científica

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