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Saúde

Pesquisa da UFU busca melhorar tratamento de doenças que afetam os pés

Projeto visa ao melhoramento de terapia contra micose nas unhas, verrugas plantares e úlceras em ‘pé diabético’

Publicado em 31/01/2023 às 16:27 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Além de transferir o conhecimento e disseminar a terapia fotodinâmica entre os podólogos, o projeto vai permitir estabelecer um protocolo clínico baseado em evidências científicas. (Foto: Marco Cavalcanti)

Cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com uma clínica de podologia, estão pondo em prática um projeto de extensão associado à pesquisa para melhorar o tratamento de pessoas com onicomicose (micose nas unhas), verrugas plantares (causadas pelo Papilomavírus Humano e que afetam pés e mãos) e úlceras nos pés por causa de diabetes.

A intenção do grupo coordenado por Tayana Tsubone, docente do Instituto de Química, é confirmar que a união de duas terapias já aprovadas e utilizadas nos tratamentos das três doenças pode potencializar os resultados esperados.

Uma das terapias é a aplicação tópica (no local da lesão) do ácido tricloroacético. A outra é a terapia fotodinâmica (TFD) — que consiste na emissão de um feixe de luz no local da lesão para ativar um composto químico (azul de metileno) aplicado na pele do paciente. A reação causada é capaz de oxidar as membranas de vírus e bactérias, matando ou inativando esses micro-organismos.

Os testes em laboratório unindo o ácido tricloroacético e a TFD já deram bons resultados. Agora, os pesquisadores estão verificando a combinação em colaboração com podólogos (profissionais que se dedicam ao exame, diagnóstico, tratamento e à prevenção das doenças que afetam os pés). O projeto, inclusive, tem o aval do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFU.

A reação causada pela terapia fotodinâmica é capaz de oxidar as membranas de vírus e bactérias. (Foto: Marco Cavalcanti)

“A proposta do projeto de extensão é colocar na prática clínica alguns conhecimentos que são gerados dentro dessa área de terapia fotodinâmica no laboratório de pesquisa, só que com compostos que já são aprovados para isso. A gente não pode testar compostos novos. Para isso, a gente teve que fazer parcerias com pessoas da área clínica, com as podólogas. São elas que fazem a aplicação clínica”, revela Tsubone.

Desde 2015, a podóloga Vilma Carvalho participa e coordena atendimentos voluntários em podologia para idosos em Uberlândia. Em janeiro deste ano, ela iniciou sua participação no projeto de extensão dirigido a pacientes acometidos por alguma das três doenças.

“Em apenas duas sessões, já tivemos uma grande diferença de um acompanhamento para o outro. A extensão desse conhecimento tem como objetivo melhorar os resultados nesses tratamentos e diminuir de forma bastante significativa os gastos com medicamentos e complicações no pé diabético, principalmente evitar o número de amputações”, relata Carvalho.

Tsubone comenta que os profissionais podólogos têm uma certa limitação, pois a habilitação em podologia não permite que eles dêem, por exemplo, um medicamento sistêmico para o paciente. “O projeto é uma forma de valorizar esses profissionais e mostrar para eles que eles podem atuar de forma bem eficaz com outros tratamentos locais, como esse, da terapia fotodinâmica associada com ácido tricloroacético”, afirma a coordenadora.

Tayana Tsubone lidera o Laboratório Interdisciplinar de Fotobiologia e Biomoléculas, no qual pesquisadoras trabalham para buscar novos fármacos fotossensíveis. Também fazem parte da equipe as docentes Daniele Lisboa Ribeiro, do Instituto de Ciências Biomédicas (Icbim), e Renata Galvão de Lima, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais do Pontal (Icenp/UFU).

Pessoas com onicomicose, verrugas plantares (também conhecidas como ‘olho de peixe’) e úlceras nos pés em decorrência de diabetes que queiram participar do estudo clínico controlado devem entrar em contato pelo e-mail tayana.tsubone@ufu.br ou pelo WhatsApp (34) 3291-8351.

O chamado, reforça a pesquisadora, não é apenas para pessoas interessadas no atendimento, mas também para outros profissionais de saúde que queiram ser colaboradores, principalmente os da podologia, biomedicina, enfermagem e medicina.

Da esquerda para direita: as voluntárias de podologia Vania Fiuza e Lorena dos Santos, a docente Daniele Ribeiro, a podóloga Vilma Carvalho, a coordenadora do projeto Tayana Tsubone e a também voluntária de podologia Cleunice Galvão. Participam, ainda, como voluntárias em podologia, Cleide Carvalho, Cláudia Ribeiro e Patrícia Cândido. (Foto: Marco Cavalcanti)

 

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Palavras-chave: Química podologia terapia fotodinâmica micose DIABETES verruga projeto extensão pesquisa Ciência

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