Publicado em 13/06/2016 às 20:09 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:14
Nesta terça-feira, 14/6, termina o prazo para as instituições de ensino superior apresentar propostas de projetos de iniciação à docência para o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), conforme a portaria 046/2016 da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
O programa destina bolsas para estudantes de licenciatura atuarem nas escolas públicas, a partir de projetos sob orientação de um docente, visando a formação dos futuros professores. Nos projetos, os estudantes de licenciatura recebem bolsas mensais de R$ 400; os professores supervisores, R$ 765; e coordenadores R$ 1.400. Além das bolsas, cada instituição participante recebe uma verba de custeio anual.
Atualmente a UFU conta com 940 bolsas para 28 subprojetos (8 no Campus Pontal e 20 nos campi de Uberlândia), abrangendo 23 cursos de licenciatura. Eles são desenvolvidos em 62 escolas de Uberlândia (44) e de Ituiutaba (18). Estão envolvidos 55 coordenadores de área, 114 supervisores e 771 licenciandos.
No entanto, segundo a Diretoria de Ensino (Diren) da UFU, estes números serão menores. Com a portaria 046/2016 a Capes instituiu uma repactuação do Pibid ao revogar a portaria anterior (096/2013) que permitia que os projetos fossem prorrogados até 2018. “E essa portaria [046] apresenta uma série de mudanças, que descaracteriza o Pibid. Ela altera profundamente o desenho pedagógico do Pibid como ele foi pensado”, lamenta a diretora da Diren, Geovana Melo, docente da Faculdade de Educação.
As mudanças causaram insatisfação não só na UFU, mas nas demais universidades, relata a diretora. Das alterações no programa, ela destaca o fato de os projetos só poderem ser desenvolvidos em escolas que tenham baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
“Isso coloca para a universidade, para os licenciandos, para os professores, uma responsabilidade grande, transferindo para a universidade essa perspectiva de ter que assumir as responsabilidades pela melhoria dos índices e da qualidade da educação básica”, reclama Geovana Melo.
A limitação da atuação do Pibid, excluindo áreas com as das Artes, Educação Física e Enfermagem, é considerada pela diretora como um agravante. Ela aponta, ainda, a redução de estudantes universitários por escola, o fato de o supervisor de área ter que atuar em mais de uma escola e a extinção da coordenação de gestão, que apoia a coordenação institucional.
“Estamos vivendo um momento sofrido, angustiante, porque, mesmo não concordando, nós tivemos que nos submeter a essa portaria, a suas imposições, porque isso foi feito de forma autoritária pela Capes, rompendo com negociações que já estavam sendo feitas desde o ano passado. Mas se nós não fizermos a submissão nós perderemos todas as bolsas”, afirma Melo.
Palavras-chave: Pibid mudanças repactuação
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