Publicado em 04/05/2017 às 08:11 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:15
O monitoramento da integridade estrutural tem sido o foco principal das pesquisas do grupo liderado pelo pesquisador (Foto: Milton Santos)
Vinculado à Faculdade de Engenharia Mecânica e atual reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o professor Valder Steffen Júnior é um dos seis profissionais da instituição que integram o grupo de pesquisadores contemplados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com bolsas 1A. Para alcançar esse reconhecimento da agência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é necessário, entre outros fatores, possuir no mínimo oito anos de doutoramento, mostrar excelência continuada na produção científica e na formação de recursos humanos, além de liderar grupos de pesquisa consolidados.
Há quatro décadas integrando o corpo docente da UFU, Steffen também possui longa carreira como pesquisador de destaque no CNPq e em breve terá que se submeter a um novo processo de reavaliação para prorrogar a bolsa por mais cinco anos. “Não sei precisar o ano em que ingressei na agência, mas recordo que a promoção à categoria 1A ocorreu no início dos anos 2000 e, desde então, meus trabalhos são avaliados periodicamente e tenho obtido as renovações nesta classificação”, conta. Ainda segundo ele, não é um processo fácil, pois o número de vagas é limitado e a concorrência é sempre muito qualificada. “Ou seja, não basta trabalhar bem; é preciso ser competitivo porque os critérios de análise são comparativos”, resume.
O monitoramento da integridade estrutural tem sido o foco principal das pesquisas do grupo liderado pelo pesquisador. Em linhas gerais, observa-se o comportamento de uma estrutura para identificar se ela pode continuar em operação ou se é preciso tomar alguma providência para evitar eventuais falhas e riscos.
“Neste sentido, já fizemos muitas aplicações na área aeronáutica. Cito o exemplo de um projeto grande que desenvolvemos em parceria com a Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer), voltado ao monitoramento da integridade estrutural de aeronaves. Essa tecnologia também serve para estruturas em geral, tais como: plataforma offshore para a exploração de petróleo e gás; tubulações e dutos; e edificações em construção civil”, revela.
Além de refletir positivamente no aspecto da segurança, as pesquisas repercutem em diminuição com custos de manutenção, conforme relata Steffen: “A inspeção visual que geralmente é realizada nas estruturas do setor aeroespacial é muito cara porque demanda parar a aeronave em um hangar e designar um técnico especializado para analisar determinadas regiões que são mais susceptíveis ao aparecimento de alguma trinca estrutural e/ou de pontos de corrosão. A substituição desta mão de obra por sensores que consigam fazer este tipo de checagem dá agilidade ao processo e reduz as despesas com ele, além de conferir segurança e confiabilidade aos resultados.”
Apoios
A realização dos projetos de pesquisa e o sucesso deles depende fundamentalmente da obtenção de recursos para a aquisição de equipamentos e insumos. “Já conseguimos parcerias com fundos do CT-Aero, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da própria Embraer, que investiu bastante para que pudéssemos ter a infraestrutura de laboratório necessária para os nossos trabalhos”, aponta Steffen.
Mais recentemente, de 2008 até o final de 2016, o professor foi coordenador nacional de um projeto em rede envolvendo sete laboratórios associados no país e alguns no exterior, especialmente nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa. O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estruturas Inteligentes para Engenharia (INCT) foi um projeto de grande porte, orçado em cerca de R$ 10 milhões, e no qual foram aproveitadas as diferentes competências disponíveis nos laboratórios parceiros. Parte significativa dos resultados obtidos pelo grupo nos últimos anos foi publicada em um livro da Editora Springer, sediada na Alemanha. A relevância desses trabalhos também foi reconhecida pelo CNPq recentemente, com a inclusão do estudo na relação das 252 propostas contempladas pela Chamada INCT - MCTI/CNPq/Capes/FAPs nº 16/2014.
Agenda
Para conciliar os compromissos como reitor e pesquisador, Steffen destaca a relação de confiança estabelecida com o grupo que o acompanha no laboratório. “Tenho uma equipe que me ajuda muito e da qual fazem parte vários dos meus alunos e orientandos na UFU. E eles não são apenas das áreas de Engenharia; posso citar o caso de dois doutorandos que fizeram graduação e mestrado em Matemática. É a tendência do conhecimento multidisciplinar. Temos a satisfação de atestar que estamos formando aqui uma mão de obra bastante qualificada e que vem se destacando com pesquisas de altíssimo nível”, finaliza.
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Palavras-chave: Ciência pesquisa CNPq 1A Engenharia Mecânica
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