Publicado em 08/05/2018 às 16:28 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:16
Precisamos falar sobre questões psicológicas na universidade. Em abril, o Comunica UFU publicou a reportagem Crises psicológicas afetam universitários e, desde então, temos recebido sugestões de divulgação de projetos que acontecem na UFU e que ajudam os estudantes a lidar com ansiedade, depressão e outros problemas. Nesta semana publicamos uma série de reportagens apresentando algumas dessas iniciativas. Na segunda-feira (07/05) divulgamos que Engenharia Mecânica desenvolve projeto para motivação de estudantes. Aqui, mostramos que Projetos oferecem alternativas para melhorar saúde física e mental na UFU. Envie também sua sugestão:www.comunica.ufu.br/divulgacao.
Prática de yoga na edição de 2017 do Yoga no Santa (Foto: Renata Silva/Kaguya Fotografia)
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) oferece atendimentos psicológicos no âmbito da Divisão de Saúde (Disau/Proae), mas alguns projetos de extensão e independentes também disponibilizam orientação em práticas alternativas que podem ser complementares à psicoterapia.
A Meditação com tambores na UFU, o Yoga no Museu, o Yoga no Santa e o Reiki na UFU são algumas das possibilidades de práticas guiadas de terapia alternativa oferecidas a estudantes, servidores da UFU e comunidade externa.
Atualmente estão em atividade os projetos Meditação com tambores na UFU (quinzenalmente, no gramado em frente à Reitoria no Campus Santa Mônica) e Reiki na UFU (datas e horários são informados no local da atividade, que acontece no Bloco 8C do Campus Umuarama). O Yoga no Santa abriu inscrições para participantes no mês passado, mas, devido à alta procura, as vagas já se esgotaram. Os interessados em estar na lista de espera do projeto podem enviar e-mail com nome completo e telefone para o endereço yoganosanta@gmail.com.
O Yoga no Santa faz parte das atividades de extensão e pesquisa promovidas pelo grupo Soma - Ações Transdisciplinares. De acordo com a professora Luciana Arslan, do Instituto de Artes (Iarte/UFU), o grupo reúne professores de diferentes áreas da UFU que buscam investigar como práticas somáticas que levam ao bem-estar podem otimizar processos cognitivos e de aprendizagem dentro da universidade.
Ela e outros professores responsáveis pelo Yoga no Santa foram surpreendidos pelo interesse na atividade. “Quando a gente abriu a turma para 35 alunos, nós ficamos muito tranquilos, porque a sala era maior, então, se tivessem mais pessoas não teria problema. Quando apareceram mais de 90 pessoas, isso nos surpreendeu muito”, conta. De acordo com ela, o interesse da comunidade acadêmica pode indicar uma demanda por atividades que melhorem o equilíbrio emocional e concentração frente a uma rotina intensa de trabalho e estudos.
Segundo Arslan, qualquer pessoa pode começar a praticar yoga¹ em busca de um bem-estar que envolve mente e corpo. Caso hajam limitações físicas, é possível fazer as devidas adaptações. “O ponto principal do yoga é justamente essa questão da saúde integral, que envolve não só você ter uma musculatura ou uma respiração profunda, mas é você ter sua mente mais focada nas sensações que te interessam”, explica.
Meditação como terapia alternativa
De acordo com as escrituras budistas, Siddhartha Gautama sentou-se embaixo de uma figueira no século VI antes de Cristo e lá meditou até atingir o estado de iluminação, o nirvana. Gautama foi o primeiro buda conhecido e aquele que difundiu o budismo como prática pela primeira vez. Dois milênios e meio depois, o ocidente tem colocado sua lupa científica sobre a meditação e reconhecido seus benefícios para a saúde mental como terapia alternativa.
A prática que mais tem se disseminado por aqui é a de atenção plena (mindfulness), que busca a melhora da capacidade de concentração, autoconhecimento e redução da ansiedade. A meditação de atenção plena consiste em sentar-se em uma superfície confortável com a coluna reta e concentrar-se na própria respiração ou em algum som constante focando-se no momento. É comum que outros pensamentos venham à mente, mas o exercício é justamente esse: deixar que as distrações venham e deixá-las irem embora.
Seguindo a tendência de outros estudos, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) observaram, em 2012, que pessoas que praticam a meditação a longo prazo apresentam diferenças na quantidades de dobras no córtex cerebral. Associa-se a incidência dessas dobras à melhoria da capacidade de processar informações, tomada de decisões e formação de memórias.
¹O termo yoga é um estrangeirismo derivado do sânscrito. Na Língua Portuguesa existe o termo ioga. O Comunica UFU manteve a variação yoga, em conformidade com o nome próprio dos projetos apresentados na reportagem.
Palavras-chave: Psicologia terapias alternativas
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