Publicado em 24/12/2020 às 11:14 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:29
A noite da última segunda-feira (21) foi diferente para os estudantes matriculados na disciplina de “Educação em Museus”, ofertada pelo Instituto de Biologia (INBIO) em parceria com o Museu Universitário de Arte da Universidade Federal de Uberlândia (MUnA/UFU). É que eles apresentaram, na aula, as propostas de ações educativas que haviam elaborado para museus do Brasil.
A proposta da atividade, orientada pela professora e coordenadora do núcleo educativo do MUnA Daniela Franco, era propor ações virtuais que resultassem em uma experiência única e provocativa ao visitante do museu, convidando-o a ampliar suas visões de mundo e suas bagagens de vida. Todas as propostas foram pensadas para o meio virtual e postadas na conta do Instagram @museueduca.
As ações variaram em relação às temáticas e aos museus selecionados. Para o Museu Dica - Diversão com Arte e Ciência, da UFU, por exemplo, o mestrando em Ensino de Ciências e Matemática Matheus Barros propôs que os visitantes postassem depoimentos em suas mídias sociais sobre sensações, percepções e sentimentos experienciados ao ver e tocar objetos presentes no museu.
Para elaborá-la, o estudante considerou o contexto de fechamento do espaço físico da instituição e a atuação do museu no meio digital. “A minha ação, nesse período de pandemia, contribui para provocar o visitante, fazendo com que ele interaja nas redes com o conteúdo do Museu Dica e entenda, de alguma forma, que a ciência também é um patrimônio”, defende.
Enquanto isso, as estudantes de Biologia Bianca Barcelos e Karina da Silva elaboraram uma ação educativa que dialoga com as obras “Iemanjá” e “Oxum”, de Mãe Detinha de Xangô e Bezita de Oxum, que fazem parte do acervo do Museu Afro Brasil. Aludindo às religiões de matriz africana e à negritude, elas cantam, em vídeo, o verso “Deus é uma mulher preta e por natureza sei que vou sobreviver”. Silva é mediadora do Dica.
MUnA
Três propostas de ação educativa foram elaboradas para o Museu Universitário de Arte da UFU.
A primeira delas é um convite à elaboração e postagem de fotografias, desenhos e pinturas que respondam à pergunta “Qual é o Triângulo Mineiro que você conhece hoje?”. A proposta da estudante de Jornalismo e mediadora do MUnA Beatriz Ortiz estabelece um diálogo com as obras “Paisagem I”, “Paisagem II” e “Paisagem III”, que, pintadas na década de 1980 pelo artista Maciej Babinski, retratam panorâmicas da região mineira.
Os estudantes de Artes Visuais Cláudia Guimarães, Diego Rocha e Eduarda Cardoso também elaboraram uma ação educativa que dialoga com o acervo do MUnA, mas, desta vez, com a série “Caminhos” (1974), de Fayga Ostrower. Na proposta, eles convidam os internautas a contar como é o decorrer dos seus dias postando, diariamente, durante seis dias, uma imagem no feed do Instagram. Tal qual “Caminhos”, a imagem pode remeter à aurora, manhã, dia, tarde, crepúsculo e noite, abordando momentos, sensações, lembranças e locais, à escolha do visitante.
“Nossa proposta cria a possibilidade de difundir a coleção do MUnA”, relatam. “Além disso, a ação ‘Fruição: Fayga Ostrower’ instiga a observação do agora, convidando o espectador para uma experiência de atenção reflexiva com seu próprio tempo”. Entre os estudantes, Cardoso já atuou como mediadora do MUnA e, hoje, Guimarães trabalha na mesma função.
Série de serigrafias de Ostrower retrata fases do dia.
Por fim, o estudante de Biologia Arthur Figueira propôs a ação educativa “O Samba que mora em mim”, inspirado no documentário homônimo. Apaixonado pela área, o aluno objetiva visibilizar a memória de grandes personalidades do samba e expor instrumentos, imagens e objetos que caracterizam a cultura nas mídias sociais do museu.
O MUnA e o Museu Dica vão analisar e, possivelmente, implementar as ações educativas propostas em 2021. As obras de Babinski e Ostrower estão disponíveis no acervo digital no MUnA.
Disciplina
A disciplina de “Educação em Museus” tinha como propostas: compreender o espaço do museu e sua função educativa, analisar as possibilidades e limitações das ações educativas e da mediação nos museus e compreender o setor educativo dos museus como política pública e área de atuação do biólogo, entre outros objetivos.
De acordo com a professora Daniela Franco, ela é importante para os alunos porque permite que eles reflitam e se coloquem em movimento dentro dos museus, em uma perspectiva de Educação autônoma.
A professora também acredita que a disciplina contribui com os museus “no sentido de formar mediadores mais capacitados e mais conscientes das diversas complexidades que envolvem o atendimento ao público, a participação em uma curadoria educativa e a proposição de uma exposição”.
A turma foi composta por estudantes de diversos cursos de graduação e pós-graduação e propôs temáticas diversas, como Histórias em Quadrinhos, memória afetiva e árvores e animais ameaçados de extinção no Cerrado. Também houve diversidade em relação aos museus escolhidos para projeção da ação educativa, variando desde o Museu Oscar Niemeyer (MON) até o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
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Palavras-chave: Museus MUnA Museu Dica educação ação educativa
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