Publicado em 10/12/2020 às 16:51 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Covid-19 pode causar danos no pulmão de qualquer indivíduo, mas a pesquisa buscou demonstrar os efeitos exacerbados quando a doença ocorre em pacientes diabéticos.
Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com outras instituições do Brasil e dos Estados Unidos, publicaram, nesta quinta-feira (10/12), na revista Frontiers in Physiology, um estudo sobre a patofisiologia da Covid-19 no pulmão de pacientes diabéticos.
A patofisiologia é a descrição molecular de como uma doença afeta o funcionamento do organismo. No caso da Covid-19, sabe-se que ela provoca danos nos pulmões, com maior frequência, em pacientes com comorbidades, como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes.
A pesquisa se concentrou nos casos de diabetes, doença causada pela redução da secreção ou da ação da insulina, hormônio responsável por quebrar as moléculas de glicose que são transformadas em energia para o nosso organismo. Atualmente, existem 425 milhões de pessoas em todo o mundo com essa comorbidade, o que corresponde a 8,8% dos adultos entre 20 e 79 anos. O tratamento envolve dieta para controlar o nível de açúcar no sangue, terapia com insulina, exercícios físicos e outras recomendações feitas pelo médico que acompanha cada paciente.
Segundo o artigo, a associação entre Covid-19 e diabetes aumenta o risco de complicações, como a síndrome respiratória aguda grave. Isso pode acontecer porque pacientes diabéticos com controle metabólico inadequado frequentemente apresentam resposta imune antiviral reduzida. Além disso, os pesquisadores chamam atenção para o efeito da glicose nos alvéolos pulmonares que indiretamente desencadeiam aumento de bactérias, citocinas inflamatórias, enzimas de estresse oxidativo e também do líquido da superfície das vias aéreas, o que reduz as trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico no pulmão.
O artigo é assinado por Tales Lyra Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS); Mohamad Bassim El Zoghbi, da USCS; Caroline Gusson Shimoura, da University of North Texas Health Science Center (USA); Olagide Wagner Castro e Igor Santana Melo, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); e Léia Cardoso-Sousa, Igor Andrade Santos, Renata Pereira Georjutti, Luiz Ricardo Goulart, Ana Carolina Gomes Jardim, Thúlio Marquez Cunha e Robinson Sabino-Silva, da UFU.
Os cientistas receberam apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Fundação Chiesi Onlus. Os pesquisadores da UFU são credenciados nos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPCSA), de Imunologia e Parasitologia Aplicadas (PPIPA) e de Odontologia (PPGO).
Clique na imagem para ler o artigo completo (Foto: Reprodução Frontiers in Physiology)
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Palavras-chave: UFUContraOCorona coronavírus COVID-19
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