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Diversidade

Pesquisa Autoetnográfica Performática sobre Ser LGBT+ na Medicina

No Mês do Orgulho LGBT+, trabalho é premiado em Congresso de Educação Médica

Publicado em 25/06/2021 às 14:53 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

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Grupo de pesquisadores/as do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia tem trabalho premiado no VIII Congresso Mineiro de Educação Médica (COMEM), que ocorreu de 3 a 5 Junho de 2021, em formato remoto.

O trabalho intitulado “Ser LGBT+ na formação em Medicina: uma autoetnografia performática coletiva, dolorosa e esperançosa” recebeu menção honrosa nos pôsteres do eixo “Saúde Mental de educando/as e educadores/as”.

O trabalho premiado inova ao utilizar a metodologia de pesquisa e análise qualitativa da Autoetnografia Performática. A autoetnografia conecta as experiências pessoais com a análise coletiva, cultural e política. Neste sentido, o trabalho premiado no Comem explicita situações vivenciadas por graduandos/as e egressos/as do curso de medicina, relacionadas ao ser LGBT+.

Este trabalho apresentado no evento foi realizado pelos/as pesquisadores/as graduandos Ana Clara Naves Vieira, Gabriel Marinho e Silva, Guilherme Cerva de Melo, Isabela Souza Cruvinel Borges e Lucas Lourenço da Silva; e orientado pelo professor Gustavo Antonio Raimondi.

Os/as pesquisadores/as exploraram cinco núcleos de Autoetnografias Performáticas, nomeadas: “Da senzala à casa grande: narrativa marginal no curso de Medicina”; “A sensação (incômoda) do festejar: assédio dentro da comunidade LGBTQIA+”; “A dor que não fala: cicatrizes interseccionais sobre gênero e sexualidade”; “Ser gay – ter AIDS: entre a peste e as possibilidades existenciais (?)”; “Entre sonhos e realidades: performances de decepção e (re)(e)sistência”.

A partir desses núcleos, problematizou-se uma série de experiências interseccionais relacionadas à formação médica e o Ser LGBT+, destacando-se, por meio de uma performance coletiva dos/as autores/as no texto, a dor e a esperança.

Além do mais, enfatiza-se que esses cinco núcleos foram selecionados pelos/as autores/as para a apresentação no COMEM, sendo que o trabalho contou ainda com outros núcleos: “Entre um armário e outro: descobrindo o universo acadêmico do curso de Medicina” e “Um serviço de saúde (mental) nada acolhedor: (de)formações no ensino da saúde” – CLIQUE AQUI para saber mais sobre esse texto.

Na pesquisa, os/as autores/as destacam que “esse trabalho vocaliza perspectivas e vozes sistematicamente silenciadas e marginalizadas que precisam ecoar pelos vários corredores institucionais e sociais a fim de promover mudanças. É necessário reconhecer a LGBT+fobia institucional e estrutural.”

Além disso, os/as autores destacam que “neste mês que comemora-se o orgulho de Ser LGBT+ é preciso reconhecer as inúmeras experiências de dor que ainda vivenciamos pelo simples fato de buscarmos o direito de ser e viver quem somos. É preciso compreender, também, que o orgulho não é algo que se comemora somente em um mês, e que esta luta é de todos/as nós! Só assim, juntos/as, poderemos vivenciar uma sociedade, uma formação universitária, um cuidado mais justo e pautado nos Direitos Humanos. Temos esperança, como um verbo ensinado pelo grande pedagogo Paulo Freire. Então, que possamos juntos esperançar essas mudanças!”

O VIII COMEM visou proporcionar espaço de discussão aprofundada da Educação Médica no estado de Minas Gerais, tendo sido realizado pela diretoria regional da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) em Minas Gerais no formato virtual.

O evento foi acolhido pela Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, entre os dias 3 e 5 de junho de 2021. O tema central do VIII COMEM foi “(Re)Pensando os desafios para a Educação Médica”. Tiveram destaque análises, pesquisas e relatos de experiência nesse tema, que tem sido foco de importantes debates e proposições das principais instituições responsáveis pelo direcionamento da formação médica no país.

 

*Gustavo Antonio Raimondi é Professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde coletiva, educação médica, estudos de gênero e sexualidade em saúde, estudos queer e saúde, estudos culturais e saúde, autoetnografia performática, travestilidade / transexualidade, ensino em saúde LGBTQI+ e políticas públicas. Raimondi recebeu o Prêmio Capes de Tese em 2020 com o método de pesquisa e análise.

 

A seção "Leia Cientistas" reúne textos de divulgação científica escritos por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). São produzidos por professores, técnicos e/ou estudantes de diferentes áreas do conhecimento. A publicação é feita pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU), mas os textos são de responsabilidade do(s) autor(es) e não representam, necessariamente, a opinião da UFU e/ou da Dirco. Quer enviar seu texto? Acesse: www.comunica.ufu.br/divulgacao. Se você já enviou o seu texto, aguarde que ele deve ser publicado nos próximos dias.

Palavras-chave: lgbt congresso Medicina educação médica

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