Publicado em 26/07/2021 às 16:43 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) analisa as instituições de ensino superior, seus cursos e o desempenho dos estudantes. Na imagem, o Campus Santa Mônica, da UFU. Foto: Milton Santos
Você já ouviu falar no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado, o IDD? Esse é um indicador de qualidade que busca analisar os cursos de graduação do Brasil e medir o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes.
Divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o indicador leva em consideração o desempenho desses alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Esse indicador faz parte do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinae) e foi tema do doutorado de Vivian Fernandes, professora da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia (Fagen/UFU).
De acordo com Fernandes, uma das principais críticas aos indicadores de desempenho é que eles distorcem ou não conseguem captar as especificidades de cada realidade.
“O modelo atual do Inep (IDD), quando não considera características significativas que determinam o desempenho, está pressupondo que os estudantes são iguais entre si e que não existe concorrência, por exemplo, no ingresso da faculdade. Considerar que o desempenho dos estudantes será o mesmo entre escolas significa dizer que qualquer estudante poderia entrar em qualquer faculdade. Mas isso não acontece na prática”, explica.
Professora Vivian Fernandes é doutora em Ciências Contábeis pela UFU com período sanduíche no College of Education and Human Development da Universidade de Minnesota, EUA. Foto: Arquivo pessoal
Desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis (PPGCC) da UFU, o estudo propõe um novo modelo: o IDD-VDCF, sigla que faz referência ao nome completo da pesquisadora, Vivian Duarte Couto Fernandes. A pesquisadora utilizou uma amostra de 30.668 estudantes de 911 cursos de graduação em Ciências Contábeis no Brasil e calculou novamente o IDD, considerando os novos parâmetros propostos.
“Os resultados da pesquisa mostram que é necessário considerar o contexto de aprendizagem dos estudantes quando se quer comparar o desempenho entre instituições com base em testes padronizados (como o Enade). Assim, o modelo proposto esclarece melhor qual é a contribuição do curso para o desempenho do estudante e o que é apenas um reflexo da capacidade prévia deste estudante”, esclarece Fernandes.
Fruto de seu doutorado sanduíche, a professora desenvolveu parte da sua pesquisa na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. “Enquanto estive lá, desenvolvi trabalhos com professores especialistas neste assunto que contribuíram sobremaneira para a forma como eu conduzi esta pesquisa. A internacionalização impulsionou e melhorou o resultado da minha pesquisa, sem dúvidas”, comenta.
Sob a orientação da professora Nicola Alexander, dos Estados Unidos, de Gilberto Miranda, da UFU, e com auxílio de Janser Pereira, também da UFU, a pesquisa já resultou em duas publicações: uma delas na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) e outra na Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas).
O estudo teve apoio da Fundação de Apoio Universitário e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.
Palavras-chave: contábeis Ensino Superior Inep IDD graduação doutorado
Política de Cookies e Política de Privacidade
REDES SOCIAIS