Publicado em 11/11/2021 às 14:58 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Pesquisa da UFU analisou os efeitos da pandemia nas casas e apartamentos (Foto: Marco Cavalcanti)
Para muitos, com o isolamento social em razão do coronavírus, as casas que antes eram para descanso, também se tornaram local de trabalho, de estudo ou até mesmo os dois juntos. Diante dessas circunstâncias, quais foram os impactos da pandemia no espaço doméstico? Essa é a pergunta que pesquisadores do grupo [MORA] Pesquisa em Habitação abordaram em seu estudo.
Publicado em outubro deste ano, na revista Gestão e Tecnologia de Projetos, da Universidade de São Paulo (USP), o artigo propõe, além de identificar os principais problemas de adequação dos espaços em relação à arquitetura das moradias, entender as consequências na saúde das pessoas e também na realização completa e adequada das atividades feitas em casa.
O estudo faz parte de uma pesquisa maior, a “[BER HOME] Resiliência no ambiente construído em habitação social: métodos de avaliação tecnologicamente avançados", também em desenvolvimento pelo [MORA]. O grupo de pesquisa da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) conta com a participação de graduandos e pós-graduandos e é coordenado pela professora Simone Villa, docente da FAUeD.
Para a pesquisa, aplicou-se um questionário de julho a setembro de 2020, que obteve um total de 468 respostas de pessoas que moram tanto em casas quanto em apartamentos. As análises foram feitas a partir de dados como tamanho e quantidade de cômodos, presença de espaço para privacidade pessoal e até mesmo aspectos como ansiedade e depressão.
Resiliência
“É fundamental perceber o quanto o isolamento social e a pandemia de covid impactaram na mudança de estilo de vida e na forma de morar. É muito importante verificar como os espaços, nossas casas e apartamentos, conseguem de alguma forma se acomodar ou serem resilientes a esses tipos de impactos”, explica Villa.
A pesquisadora comenta que muitas vezes alguns problemas já eram conhecidos, mas foram percebidos apenas durante a pandemia em razão da maior permanência nas moradias e também das novas exigências de atividades. “O tema da pesquisa geral que esse trabalho se insere é sobre resiliência na habitação, como elas devem ter essa capacidade de se transformar e absorver os impactos ao longo do tempo”, completa.
Para ela, a avaliação dos impactos é importante para compreender a falta de qualidade dos espaços: “As pessoas passaram a trabalhar, estudar, permanecer muito mais em casa e obviamente os menos favorecidos, os que têm casas menores, foram mais comprometidos porque não há espaço suficiente, nem previsão de uma construção adequada para essa permanência em casa”.
No estudo, muitos problemas foram identificados, como o fato das pessoas não conseguirem fazer o isolamento corretamente quando têm alguém da família com coronavírus, porque existem poucos cômodos para muitas pessoas. “A importância da pesquisa foi para pensar e levantar informações para que futuros projetos ou reformas possam contemplar aspectos da arquitetura que consigam ser mais resilientes e absorver melhor os impactos que têm acontecido de forma frequente”, conclui Villa.
A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e também pela UFU.
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Palavras-chave: Arquitetura pandemia coronavírus Moradia Isolamento social
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