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Ciência

Manicômios nunca mais!

Episódio #81 do ‘Ciência Ao Pé do Ouvido’ discute a importância da luta antimanicomial

Publicado em 16/05/2023 às 10:37 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Arte: Mateus Freitas

Quando o psiquiatra italiano Franco Basaglia - ativista da luta antimanicomial - visitou o Hospital Colônia de Barbacena em 1979, chegou a comparar o local a um “campo de concentração nazista”, e exigiu seu fechamento imediato. Isso só aconteceria anos mais tarde, em 1996.

Fundado em 12 de outubro de 1903, o Hospital Colônia de Barbacena fazia parte de um grupo de sete instituições psiquiátricas na cidade de Barbacena, no interior de Minas Gerais. Na época, a cidade ficou nomeada por “Cidade dos Loucos”. Até então, nos seus primeiros 30 anos de existência, o Hospital Colônia era reconhecido pelo seu trabalho como uma instituição hospitalar e psiquiátrica muito respeitada. Conforme a fama do Colônia foi aumentando, a quantidade de pessoas que procuravam um local para isolar os doentes da família também cresceu. O que era para ser uma instituição voltada para psiquiatria da época acabou se transformando em um campo de extermínio para aqueles que não se adequavam aos padrões normativos da época. Entre os internados, estavam pacientes com sintomas de tristeza, epilepsia, alcoolismo, homossexuais e mulheres em situação de prostituição.

O que acontecia no hospital chegou a ser chamado de "Holocausto Brasileiro", nome que viria a nomear o livro da jornalista Daniela Arbex, publicado em 2013. Estima-se que pelo menos 60 mil pessoas tenham morrido no Hospital Colônia de Barbacena. No livro, Daniela narra as barbaridades cometidas dentro do Colônia, e reforça um debate acerca da importância da luta antimanicomial no Brasil.

O movimento antimanicomial se refere à luta por direitos das pessoas com problemas mentais. Ainda, faz lembrar que, qualquer cidadão, tem o direito fundamental a receber cuidado e tratamento sem infringir os direitos humanos. 

O debate acerca da luta antimanicomial deu o primeiro passo em 18 de maio de 1978, onde aconteceu o 1º Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, em Bauru, no interior paulista. O encontro marcou o início do movimento que tinha por objetivo reformar o sistema psiquiátrico brasileiro. A primeira conquista veio anos depois, com a lei da Reforma Psiquiátrica, nº 10.216, de 2001. Pela relevância do encontro, a data de 18 de maio tornou-se o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Buscando entender um panorama geral, e em que pé o movimento se encontra, convidamos Fernanda Nocam, psicóloga e membro do Fórum Uberlandense de Luta Antimanicomial, para contribuir com sua análise e visão enquanto especialista. Afinal, quais são os desafios enfrentados pelo movimento no Brasil de hoje?

Ficou curioso? Ouça o podcast na sua plataforma de áudio favorita: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer, Radio Public e Anchor.

O "Ciência ao Pé do Ouvido" é produzido pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU) e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

Palavras-chave: ciência. podcast Ciência ao Pé do Ouvido

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