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Ciência

Jogo desenvolvido na UFU contribui para o tratamento de pacientes com Parkinson

O RehaBEElitation foi vencedor do prêmio 'Challenge Handicap & Technologie' na França

Publicado em 23/06/2023 às 12:33 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Por meio de movimentos de abrir e fechar as mãos, flexão, extensão, adução, abdução e pinça com os dedos polegar e indicador, o RehaBEElitation estimula essas ações em diferentes fases e níveis. (Fotos: Alexandre Costa)

 

O “RehaBEElitation” é um jogo desenvolvido por pós-graduandos em Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia (PPGEB-UFU), em conjunto com a Université de Lorraine, na França, e com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).Criado com o objetivo de ser uma alternativa dinâmica e divertida para promover o tratamento de pacientes com a doença de Parkinson, a iniciativa propõe que os jogadores controlem uma abelha em um mundo 3D enquanto realizam movimentos manuais característicos daqueles usados em tratamentos fisioterapêuticos.

O Parkinson é uma doença neurológica que afeta o movimento do indivíduo, causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita. É causada pela degeneração das células presentes na substância negra do cérebro, aquelas que produzem a dopamina responsável pela condução das correntes nervosas ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos e acarreta os sintomas descritos. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com a doença de Parkinson.

Mas por que as abelhas?

Conhecidas por seu trabalho em equipe e pelo mel produzido nas colmeias, as abelhas são essenciais para a vida na Terra, uma vez que, sem a sua atividade polinizadora, muitos vegetais desapareceriam.

Uma das idealizadoras do RehaBEElitation, a doutoranda em Engenharia Biomédica pela UFU Luanne Mendes explica que esse esforço das abelhas para realizar cada tarefa se assemelha à atividade fisioterápica dos pacientes em tratamento contra o Parkinson.

“Após realizar um questionário para saber sobre as principais necessidades desses indivíduos, chegamos à conclusão de que ele seria destinado ao tratamento e estímulo dos membros superiores”, conta a pesquisadora.

 

Luanne Mendes foi a idealizadora do enredo do RehaBEElitation

Por meio de movimentos de abrir e fechar as mãos, flexão, extensão, adução, abdução e pinça com os dedos polegar e indicador, o RehaBEElitation estimula essas ações em diferentes fases e níveis. O trabalho, orientado pelos professores Adriano Andrade (PPGEB-UFU) e  Yann Morère, do Laboratoire de Conception, Optimization et Modélisation des Systèmes (LCOMS), da universidade francesa, foi vencedor na décima primeira edição do evento "Challenge Handicap & Technologie", em Metz (França), no dia 12 de maio de 2023.

O prêmio de primeira colocação na categoria "Autonomia" está relacionado à promoção da autonomia das pessoas em situação de dependência. Segundo a descrição da categoria, compensar a perda de autonomia das pessoas com deficiência é uma questão essencial na sociedade atual.

“É importante ressaltar que o jogo foi desenvolvido com a colaboração de diversos estudantes da pós-graduação. Eu fiquei responsável pela criação do enredo do jogo e pensar em como incorporar hábitos reais das abelhas no universo digital”, conta Mendes.

O RehaBEElitation ainda não está disponível para os pacientes, sendo exclusivo da pesquisa. Para o futuro, os pesquisadores pretendem incorporar a avaliação dos membros inferiores nas modalidades do jogo, como forma de promover uma avaliação completa dos pacientes com a doença de Parkinson.

 

 

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Palavras-chave: Parkinson jogo tratamento Engenharia Biomédica

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