Publicado em 27/05/2024 às 09:08 - Atualizado em 27/05/2024 às 09:51
Os principais desdobramentos do programa "Doce Jardim", que acaba de completar um ano, em Uberlândia, são: a importância das abelhas para a polinização e as vantagens do convívio com as pessoas na cidade ou no campo. Nestes 12 meses de implantação, pesquisadores, estudantes e professores do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (Inbio/UFU) ofereceram conscientização nos jardins instalados nos campi Santa Mônica e Umuarama da UFU. Os espaços escolhidos foram ao lado das bibliotecas.
Em um ambiente agradável, com sombra e muitas flores, foram construídas trilhas que permeiam entre ninhos das algumas espécies de abelhas encontradas na cidade. A pesquisadora do Laboratório de Ecologia e Comportamento de Abelhas (Leca) do Inbio/UFU, Fernanda Helena Nogueira-Ferreira, ressalta a importância e o objetivo do programa. “Temos um trabalho educativo para a conscientização de que as abelhas não oferecem riscos. Na verdade, o que queremos é mostrar a importância das abelhas para a vida, para o ser humano por meio da polinização que elas realizam”, acrescenta a pesquisadora e coordenadora do Programa Doce Jardim.
Os Doces Jardins também já fazem parte da educação ambiental oferecida nas escolas. Para ter uma visita guiada, basta realizar o agendamento pelo Instagram do “Doce Jardim Educativo” e preencher o formulário disponível no link da bio. Os estudantes serão recebidos por mediadores, pesquisadores e professores que mostram as espécies mais comuns que aparecem nos bairros de Uberlândia e até no centro da cidade. De acordo com Fernanda, onde há flor pode ter uma colônia. “A proposta do projeto é despertar na população que todo mundo pode ter uma espécie de planta e cuidar do seu próprio jardim”, comenta a pesquisadora.
Entre as plantas cultivadas nos jardins estão alguns temperos, como o manjericão. Essa planta é uma das preferidas das abelhas urbanas, como a Jataí, espécie essa que já se adaptou muito bem à rotina da zona urbana. Além dela, uma das menores abelhas encontradas, foram identificadas outras 5 espécies.
O projeto, que é inspirado na proteção do meio ambiente e tem como intuito a divulgação da importância das abelhas e a necessidade de preservação delas, também é uma homenagem ao geneticista da UFU, Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr, que tem trabalhos publicados mundialmente sobre abelhas.
Da cidade para o campo
Os estudos do Leca/Inbio/UFU foram para a Zona Rural e ganharam uma nova vertente e foco, abordando a importância das abelhas para a produção de alimentos. Em um sistema agroflorestal, a cerca de 30 km de Uberlândia, a polinização proporcionada pelas abelhas é estudada em cultivos de tomates e outras hortaliças. A área escolhida fica entre eucaliptos e bananais onde são usados diferentes manejos naturais de controles de pragas.
O projeto, junto aos agricultores de hortaliças, foi bem aceito e conta com a vantagem de que este tipo de cultivo não oferece risco de contaminação às abelhas, pois não existe uso de defensivos agrícolas. Foram plantados dois canteiros de tomates para identificar quais espécies de abelhas que se instalam naturalmente na região. “As abelhas sem ferrão, as que temos encontrado presentes no cerrado, se mostraram importantes na produtividade e para a qualidade dos frutos do tomate”, completa a professora e pesquisadora, Fernanda Helena.
Quanto à qualidade dos tomateiros, os resultados também chamaram a atenção. Foram colhidos frutos maiores, com maior qualidade e mais saudáveis. “Agora instalamos um ninho da espécie conhecida por Mandaçaia, para avaliarmos se haverá aumento da produtividade”, completa a pesquisadora.
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Palavras-chave: Leca INBIO abelhas Doces Jardins
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