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Biologia

UFU terá jardins para mostrar importância das abelhas

Campi receberão plantas e hotéis para esses insetos. Inauguração no Campus Umuarama acontece no dia 3/3, às 14h

Publicado em 27/02/2023 às 11:33 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Os Doces Jardins terão hotéis para abelhas solitárias e ninho da jataí, que não tem ferrão (foto: Marco Cavalcanti)

É comum que, quando uma pessoa ouve falar em abelha, pense logo em perigo, ferroada, ferrão, zumbido. Mas, também, o nome do inseto traz a imagem de mel, colmeia, apicultura e até mesmo as cores amarela e preta.  

Um projeto de extensão da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no entanto, quer fazer com que as pessoas passem a associar as abelhas à ideia de reprodução das plantas e de diversidade genética, ou seja, à preservação da vida. Elas são os principais insetos polinizadores, tanto de plantas nativas quanto de vegetais cultivados.

O projeto de educação ambiental Doces Jardins Urbanos pretende trazer para os campi da UFU o conhecimento sobre a importância desses animais para a polinização e chamar a atenção para o quanto as abelhas vêm sendo ameaçadas —  muitas delas com risco de extinção.

Serão instalados nos campi Santa Mônica e Umuarama jardins com plantas apícolas (com flores que fornecem néctar e pólen para as abelhas se alimentarem) e “hotéis” (instalações com cavidades que servirão de ninhos) para atrair abelhas já presentes na natureza, inclusive nas áreas da universidade.

O Doce Jardim do Campus Umuarama será inaugurado no próximo dia 3 de março, às 14h, ao lado da biblioteca. A cerimônia é parte das atividades da recepção aos ingressantes do curso de Ciências Biológicas. Autoridades da UFU e organizadores do projeto participarão do evento.

O trabalho é coordenado pelas docentes Fernanda Helena Nogueira-Ferreira e Solange Cristina Augusto, ambas do Instituto de Biologia (Inbio/UFU) e Camila Nonato Junqueira, da Escola Técnica de Saúde (Estes/UFU). Elas são pesquisadoras do Laboratório de Ecologia e Comportamento de Abelhas (Leca/UFU).

Além da realização de pesquisas relacionadas ao comportamento e ecologia de abelhas, as docentes orientam estudantes da graduação e da pós-graduação com o desenvolvimento e publicação de estudos sobre o tema. Para compartilhar o conhecimento científico produzido, elas também atuam em projetos de extensão em escolas da Educação Básica, em ONG e no Museu de Biodiversidade do Cerrado (MBC/UFU).

Recentemente, as professoras participaram de um projeto de extensão que tem como objetivo a produção de livros de Histórias em Quadrinhos, o BIOHQ – Biologia em Quadrinhos. Esse projeto, de caráter inter e multidisciplinar, reúne docentes, pesquisadores, alunos, quadrinistas e egressos de instituições públicas de ensino superior e busca estabelecer um diálogo mais direto entre a produção acadêmica e a sociedade em geral.

 

Recursos florais

Conforme explica Nogueira-Ferreira, o foco principal dos Doces Jardins não é introduzir ninhos de abelhas, mas disponibilizar fontes de recursos florais para que as abelhas que já existem nos campi possam se alimentar e se reproduzir.

“E são muitas espécies, compostas por abelhas sociais e solitárias. Montaremos os hotéis de abelhas usando tubos de bambu, e cavidades em madeira de tamanhos diferentes, onde as abelhas solitárias podem construir seus ninhos. Para as abelhas sociais, também disponibilizaremos cavidades na tentativa de atrair enxames, usando caixas de madeira e garrafas plásticas”, detalha a docente.

Embora o objetivo não seja inserir ninhos ou novas espécies, será incluído, no Doce Jardim, pelo menos um ninho de jataí, espécie de abelha sem ferrão muito dócil. Nele, as pessoas poderão conhecer a estrutura do ninho e o modo de vida das abelhas operárias, da rainha e dos machos. A jataí foi escolhida por ser altamente adaptada a ambientes urbanos e já identificada nos campi Santa Mônica e Umuarama.

Os jardins — tanto o do Umuarama quanto o do Santa Mônica — serão instalados ao lado da biblioteca de cada campus. Neles, serão plantadas espécies vegetais que oferecem néctar e pólen para as abelhas.

“São plantas tanto ornamentais como nativas do cerrado, como amor-agarradinho, astrapeia, assa-peixe, onze-horas, margaridão, amora, acerola, pitanga, dentre outras”, revela Nogueira-Ferreira. Após a montagem dos Doces Jardins, uma das ações que serão realizadas é o mapeamento e identificação das espécies de abelhas que ocorrem na área. Também estão previstos eventos periódicos com a participação da comunidade universitária e da cidade para a conscientização da importância das abelhas.

Colaboram com o projeto os professores Renata Carmo de Oliveira, Lucia de Fátima Estevinho e Paulo E. A. M. de Oliveira, todos do Instituto de Biologia/UFU. Além deles, participam os estudantes Marcela Andressa Sponchiado, Bárbara Matos da Cunha Guimarães, Ana Luiza S. Castro-Melo, Pedro Henrique dos Santos Souto, Arthur Sant’ana Bonfá, Nicole Cristina Machado Borges, Thayane Nogueira Araújo, Léo Correa Rocha-Filho, Jean Henrique Ignácio Souza e Danillo Cristian Feitosa dos Santos. O trabalho de arte visual e pintura é desenvolvido por Dayane Alves e todo o projeto conta com o apoio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e da Fundação de Apoio Universitário (FAU).

 

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Palavras-chave: Abelha projeto extensão inauguração jardins Doces Jardins Divulgação Científica

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