Orientações vocais no bolso dos professores universitários

Presentear um professor com uma maçã pode ser mais do que um clichê mostrado em diversos filmes. Comer a fruta antes de dar uma aula, bem como desenvolver outros hábitos saudáveis, pode ser benéfico para a voz desses profissionais. Esta e outras dicas fazem parte de um folder de orientações vocais para professores universitários, desenvolvido pela fonoaudióloga Leoni Navarro, como um dos resultados de sua pesquisa no mestrado profissional em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

“A proposta era exatamente esta: considerando que os professores têm pouco tempo entre suas diversas atividades, um folder com orientações práticas para uso da voz poderia ser levado dentro de um livro para consulta rápida”, acentua a fonoaudióloga.

Além de ressaltar que a voz é um instrumento de trabalho do professor, o folder relaciona quais são as alterações vocais mais comuns observadas nesses profissionais, como fadiga vocal, voz fraca, dor na garganta, pigarro e afonia; e apresenta os principais cuidados que se deve ter com a voz. 

Beber água, comer maçã, dormir bem, usar roupas confortáveis e manter uma boa postura estão entre os principais hábitos recomendados. Por outro lado, o folder também aponta o que é preciso evitar, a exemplo de cigarro, chocolate ou café antes ou durante as aulas. Competir com os ruídos da sala de aula e do ambiente externo ou, ainda, se esforçar muito para falar em períodos com baixas temperaturas também são prejudiciais.

Pesquisa

Na pesquisa que embasa o folder, Navarro realizou uma revisão de escopo sobre cuidados vocais para professores universitários, público menos citado do que aqueles que atuam na educação básica. “Os professores universitários possuem uma situação específica. Além da atividade docente, eles realizam atividades administrativas e de alta produção acadêmica, que levam também à tensão vocal com a cobrança excessiva”, justifica a pesquisadora.

A fonoaudióloga chama a atenção para a lacuna de estudos no que diz respeito à autopercepção e ao autocuidado com a voz pelos professores universitários. “Na carreira acadêmica, eles raramente tiveram algum tipo de treinamento quanto ao uso consciente da voz”, acentua.

Desenvolvido no Programa de Pós-graduação Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (PPGSAT/UFU), sob orientação do professor Antônio Carlos Freire Sampaio e coorientação da professora Sheila Aparecida da Silva, o estudo avaliou os tipos de treinamentos existentes para este público, como programas de prevenção, uso de técnicas específicas aplicadas por fonoaudiólogos e alguns cursos e treinamentos. Navarro concluiu que “essas estratégias proporcionaram bem-estar profissional aos docentes, além de melhora das competências vocais e até mesmo do desempenho letivo”.

O folder de orientações vocais para professores universitários está disponível no Repositório da UFU e aqui no Portal Comunica:

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