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Acessibilidade

Primeira intérprete de Libras da UFU a concluir doutorado defende tese em Estudos Linguísticos

Letícia de Sousa Leite tem um longo histórico no trabalho com a língua e investigou os processos de avaliação da aprendizagem de pós-graduandos surdos

Publicado em 01/08/2024 às 16:29 - Atualizado em 19/08/2024 às 09:33

Defesa de tese ocorreu no dia 31 de julho de 2024. (Imagem: arquivo pessoal)

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 10 milhões de pessoas com surdez, equivalente a cerca de 5% da população do país. Mesmo com o grande número de surdos, ainda há muito a desenvolver no âmbito de acessibilidade. A pessoa da qual trataremos ao longo deste texto faz parte dessa luta junto à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). 

A Lei 12319 de 1° de setembro de 2010 regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Antes mesmo disso, Letícia de Sousa Leite já atuava na área, sendo a primeira intérprete educacional do município de Araguari (MG). Sua trajetória na área é extensa, tendo trabalhado por dezessete anos como docente no Conservatório Estadual de Música de Araguari, auxiliando alunos com deficiências sensoriais, cognitivas, físicas, dificuldade de aprendizagem e outras particularidades.

Leite foi contratada como intérprete pela UFU no ano de 2014, já tendo atuado na universidade anteriormente, auxiliando alunos e professores surdos de diferentes áreas do conhecimento. Neste dia 31 de julho, ela se tornou a primeira intérprete da UFU a concluir o doutorado em Estudos Linguísticos, uma conquista para toda a universidade, que ganha em âmbito de acessibilidade para seus discentes e docentes. 

Print da tela da defesa de Letícia
A apresentação foi assistida por mais de 40 pessoas em uma tarde de quarta-feira bastante animada e teve interpretação em Libras. (Imagem: arquivo pessoal)

Orientada pela professora Eliamar Godoi, a tese discutiu os processos avaliativos e os mecanismos de avaliação da aprendizagem de alunos surdos no âmbito da pós-graduação. "Pude construir a investigação a partir de uma perspectiva ampliada pela condição de profissional que acompanha a avaliação da aprendizagem de surdos, a partir de três vieses, quais sejam, como pesquisadora, como discente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos do Instituto de Letras e Linguística da UFU no curso de Doutorado e ainda, como intérprete de Libras da UFU em que vivenciei os processos avaliativos e os mecanismos de avaliação da aprendizagem de surdos doutorandos", reflete Leite.

A recém-doutora é tradutora e intérprete de Libras na Divisão de Acessibilidade e Inclusão (Dacin/UFU), que visa fortalecer as políticas de acesso ao ensino superior, a permanência dos acadêmicos em cursos de graduação, pós-graduação e o atendimento de estudantes, professores e demais servidores com deficiência que atuam na universidade. A conquista de Leite está aliada aos esforços por qualificação, incentivados no âmbito da Dacin e da UFU.

 

 

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Palavras-chave: acessibilidade tese surdez

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