Publicado em 29/10/2024 às 17:06 - Atualizado em 31/10/2024 às 16:40
Quatro estudantes do ensino médio e um do ensino fundamental de Uberlândia finalizaram a pesquisa de iniciação científica (IC) “Estratégias para o monitoramento do Aedes Aegypti”, realizada no campus Santa Mônica, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ao longo de um ano, sob orientação de Eunir Gonzaga, coordenador da Divisão de Planejamento Socioambiental (Dipsa), e coorientação de João Carlos de Oliveira, professor da Escola Técnica de Saúde (Estes).
Ana Vitória, Esther, Maria Júlia, Niethilley e Diogo fizeram parte da equipe de observação e monitoramento de arbovírus (vetores/mosquitos) no Campus Santa Mônica, tendo participado de eventos de divulgação científica da universidade e acompanhado o trabalho em outros espaços, como o Campus Uberlândia do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM).
As atividades da IC consistiram, principalmente, na observação semanal da proliferação do mosquito, em pontos estratégicos do campus, além de participação em eventos e ações de divulgação científica da UFU.
O projeto
Segundo o professor João Carlos de Oliveira, o projeto começou a ser formulado em seu período de mestrado, expandido em seu doutorado, e posteriormente, incorporado a um conjunto de atividades dentro e fora da universidade, que hoje abarca os trabalhos de estudantes de cursos técnicos, graduação, pós graduação e rede básica de ensino.
O monitoramento, hoje, consiste em acompanhar a presença, ou ausência, do mosquito em “armadilhas”, chamadas ovitrampas, espalhadas em locais de diferentes condições climáticas e contextos populacionais - por exemplo, pontos de grande movimentação de estudantes. As armadilhas são, basicamente, vasos com água e uma paleta de madeira, que simulam o ambiente ideal para o depósito de ovos pelo mosquito. Este cenário propício se mistura, então, com as condições climáticas e sociais, gerando dados a serem analisados quanto à proliferação do mosquito Aedes aegypti na UFU.
Os objetos e ferramentas utilizadas são as ovitrampas - pequenos vasos com água e uma paleta de madeira, em que o mosquito pode depositar ovos - um copo medidor do volume de água, potes para armazenar as possíveis larvas e pupas encontradas, e dois termômetros, um analógico e um digital. Em cada ponto de ovitrampa, é analisado o que fora encontrado no vaso - se há ovos, larvas ou pupas do mosquito - a temperatura máxima e mínima do local, umidade, e o quanto de água se manteve no pote. Após coletadas e registradas, as amostras de água com vetores são encaminhadas para o laboratório, que realiza a análise química das substâncias. Tais dados demonstram como o ambiente, o tempo e a movimentação de pessoas são fatores determinantes para a proliferação e desenvolvimento do Aedes aegypti.
Atualmente, o projeto está incorporado nas atividades da Sala Verde UFU Sustentável, que é um dos centros de formação e educação ambiental conveniados com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). No caso da UFU, o espaço reúne profissionais, estudantes de graduação e do ensino médio e fundamental, como os que têm colaborado com o monitoramento dos arbovírus.
O coordenador da Dipsa, Eunir Gonzaga, comenta que a participação dos estudantes é muito importante: “Sabemos que o ingresso à universidade, no tocante a estudantes de escolas públicas e periféricas, é sempre mais difícil. Quando esses(as) jovens desenvolvem atividades junto com aqueles(as) que já fazem graduação, isso faz com que percebam que são capazes e podem fazer uma graduação também, na área de seu interesse.”
Ao longo de um ano, os estudantes realizaram as coletas semanais de rotina, e também participaram de eventos e atividades em outros espaços. Em março de 2024, os(as) jovens puderam apresentar o projeto e alguns de seus equipamentos no III Comunica Ciência, evento de divulgação científica da UFU que levou mostras de trabalhos realizados na universidade para serem apresentados à população uberlandense no Terminal Central.
Além da Estes, a parceria com o IFTM Campus Uberlândia também foi explorada pelos estudantes, que realizaram, em julho, o monitoramento das ovitrampas alocadas no campus da fazenda experimental. Dessa forma, puderam experienciar a dimensão do projeto, e conhecer outros espaços de ensino público. Tais atividades atípicas na rotina de trabalho dos(as) jovens pesquisadores(as) demonstram-lhes as múltiplas possibilidades que podem ser desenvolvidas após o período escolar, e foram destacadas pelos(as) alunos(as) como memórias marcantes deste período de Iniciação Científica.
Agora, com a finalização da IC, os(as) estudantes encerrarão suas atividades com a entrega de um relatório circunstanciado, e a apresentação dos processos e resultados obtidos no projeto em um evento acadêmico da UFU. Quanto ao futuro do projeto de monitoramento, João Carlos afirma que vai continuar as atividades nos anos seguintes, e espera que as parcerias com o IFTM, Fapemig e CNPq continuem, e sejam ainda mais incentivadas dentro da universidade. Sobre o que, em seu ponto de vista, precisa se expandir, diz que “o nosso sonho é que a gente tenha realmente a oportunidade de fazer uma mobilização social mais sólida, mais consolidada, mais dialogada, mais horizontal de uma maneira inter e intrapessoal, pensando naquilo que a gente sempre vem falando, que é a educação popular em saúde”.
Caso você tenha se interessado pela iniciativa, é possível acompanhar o trabalho realizado para o monitoramento da dengue pela página do Instagram do projeto, e as ações da Sala Verde, e outras práticas a favor da sustentabilidade na UFU, na página UFU Sustentável.
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Palavras-chave: dengue iniciação científica ensino fundamental ensino médio projeto sustentabilidade
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