Atenção ao diagnóstico: como a hanseníase pode coexistir com outras doenças?

No início de novembro, aconteceu, em Salvador (BA), o 18° Congresso Brasileiro de Hansenologia, onde o aluno do quinto período da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Famed/UFU), João Paulo Sanches Zana, teve seu trabalho “Carcinoma de Células Escamosas e Hanseníase: Diagnóstico Embaixo do Nariz” premiado com o primeiro lugar na categoria "Clínica e Terapêutica". A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que pode causar feridas na pele e danos aos nervos.

“[Ir ao evento] é muito importante para criar experiência para além do que a faculdade oferece, como aprender a se comunicar de forma ampla e clara. Também é uma oportunidade para aprender algumas informações de uma forma especializada. O congresso levou dezenas de pessoas que são muito especializadas na área. É uma experiência única que você só consegue construir a partir do momento que você tem a oportunidade de ir em um congresso desse tamanho”, comenta Zana. 

Desenvolvida com a orientação da professora Isabela Maria Bernardes Goulart, da Famed, e do médico patologista e responsável técnico da unidade de Anatomia Patológica do Hospital de Clínicas (HC-UFU/Ebserh), Bruno de Carvalho Dornelas, a pesquisa analisou o caso de um paciente idoso com comorbidades, encaminhado ao hospital por uma lesão no nariz. 

O trabalho demonstrou como a hanseníase pode coexistir com outras doenças, alertando para possíveis diagnósticos de lesões similares e para um tratamento precoce. “Na nossa região, a hanseníase é muito comum, tem sempre que estar pensando nela como uma possibilidade. Então, eu acho que o recado maior desse trabalho é que, em regiões endêmicas, é preciso sempre suspeitar e estar desconfiado para que a hanseníase não passe despercebida", completa Dornelas.

A pesquisa também foi uma colaboração com o Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária e Hanseníase (Credesh/HC-UFU), que auxiliou de forma direta em todo o processo de estudo. Para Dornelas, com a pesquisa, é possível devolver para a sociedade novos métodos de diagnóstico, tratamento e monitoramento da doença. 

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