Os pesquisadores do Laboratório de Nanobiotecnologia Prof. Dr. Luiz Ricardo Goulart Filho, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), buscam alcançar mais uma posição de referência em testes rápidos para identificação de doenças infecciosas negligenciadas e também em câncer.
As pesquisas dessa área foram desaceleradas durante a pandemia quando a equipe precisou integrar a Rede Estadual de Laboratórios Públicos de Minas Gerais (RELSP), dedicando-se a diagnósticos e registros de casos positivos de covid-19, com resultados em 24 horas. “Adaptamos nossa estrutura com apoio do Hospital de Clínicas e de alunos voluntários. Foi um trabalho intenso até a vacinação em massa”, relembra Luciana Machado Bastos, coordenadora do laboratório, especializado em doenças negligenciadas e câncer.
Retomados os trabalhos na área de doenças infecciosas, como tuberculose e na triagem de câncer, os cientistas já comemoram novos resultados. Eles desenvolveram um método para detectar, com exames de sangue, células tumorais circulantes de dois tipos mais comuns de câncer: o de mama e o de próstata. O grande salto da pesquisa é permitir realizar diagnóstico precoce, antes mesmo que a doença seja identificada por exames de imagem ou biópsias. “No caso do câncer, busca-se marcadores sanguíneos que permitam triagem acessível na rede básica de saúde”, explica Bastos.
Os trabalhos em câncer de próstata e mama no laboratório são coordenados pelas pesquisadoras Vívian Alonso Goulart e Yara Paiva Maia. Agora, o principal objetivo do novo teste é viabilizar o custo para atender populações das regiões com pouca infraestrutura. O novo exame funcionaria como classificação dos pacientes. Com o resultado positivo, indica-se o encaminhamento precoce para novos exames e atendimento especializado, aumentando as chances de cura e reduzindo custos do tratamento.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que até o final do ano serão registrados 73.610 novos casos de câncer de mama, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, e que, no mesmo período, a doença pode causar 18 mil mortes. Dados do Observatório de Oncologia revelam que, quando diagnosticado no primeiro estágio, o tratamento custa em média R$ 11,3 mil, valor que salta para R$ 55 mil no estágio três.
Agora, o desafio dos cientistas do Laboratório de Nanobiotecnologia da UFU é encontrar parceiros na iniciativa privada para adquirir novos equipamentos, finalizar o processo e transferir a tecnologia para dar acesso à população. “Então, isso mostra que há mercado. Esperamos que a indústria se interesse, especialmente para fornecimento ao SUS”, conclui a coordenadora do laboratório.
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