Publicado em 14/07/2025 às 16:04 - Atualizado em 14/07/2025 às 16:32
A Biblioteca Central Santa Mônica promoveu , na quarta-feira, 9/7, uma ação formativa que marcou o início dos estudos para a implantação do novo código de catalogação, o RDA (Resource Description and Access). Realizado na sala de treinamentos da biblioteca, o encontro reuniu bibliotecários e assistentes administrativos do Setor de Catalogação (SECAC), além das coordenadoras da Divisão de Aquisição e Processamento Técnico (DIAPT) e da Divisão de Informatização (DIINF). A atividade foi organizada pelo SECAC, a partir de uma solicitação da coordenação da DIAPT. A formação foi ministrada pelo bibliotecário Nelson Marcos Ferreira
“Mais do que uma capacitação técnica, o dia foi uma imersão crítica. Mais do que um novo código, o RDA abre espaço para revisitarmos nossas práticas com profundidade e intencionalidade. E essa transformação só se torna possível porque contamos com uma equipe engajada, que pensa junto, provoca, colabora e caminha unida rumo à mudança”, destacou Nelson.
Durante o encontro, foram discutidos os fundamentos conceituais do RDA e suas diferenças em relação ao "Anglo American Cataloging Rules, 2nd ed." (AACR2) utilizado atualmente no Sistema de Bibliotecas UFU (SISBI/UFU), bem como os princípios do modelo conceitual Library Reference Model (LRM), com destaque para as entidades Obra, Expressão, Manifestação e Item (WEMI). A formação também abordou os relacionamentos entre entidades, os tipos de agentes envolvidos (autores, tradutores, editoras) e a importância da transição para uma estrutura de dados alinhada à web semântica e ao linked data.
Foram apresentados ainda exemplos práticos com obras de Filosofia, como A Política, de Aristóteles, e obras literárias como Harry Potter e O Código Da Vinci, permitindo uma reflexão sobre as múltiplas traduções, edições, adaptações e ciclos narrativos que essas obras envolvem.
Como desdobramento prático da atividade, foi apresentada uma proposta inicial de projeto para nortear a implantação do RDA no SISBI, elaborada pela bibliotecária Rejane Maria da Silva. O documento será submetido aos demais membros do SECAC para validação e complementação. Além disso, foi discutido e validado pelo grupo o procedimento para criação de autoridades de autor em RDA, elaborado pela bibliotecária Glória Aparecida, reforçando o compromisso da equipe com a consolidação coletiva das novas diretrizes.
Impacto para os usuários
Embora estruturado nos bastidores da descrição bibliográfica, o RDA impacta diretamente a experiência dos usuários. Ao permitir o mapeamento, preciso dos relacionamentos entre obras, expressões e manifestações, o novo código amplia a capacidade de descoberta de conteúdos relacionados — como outras edições, traduções, adaptações ou a produção completa de um autor.
Essa rede de significados é especialmente valiosa em ambientes acadêmicos, nos quais a conexão entre recursos informacionais é fundamental para a formação crítica e aprofundada do conhecimento.
Próximos passos
Como continuidade da ação formativa, será constituído um grupo de estudos permanente com o objetivo de aprofundar os aspectos técnicos do RDA, apoiado por novos cursos a serem adquiridos institucionalmente. Paralelamente, serão elaboradas diretrizes locais de catalogação e iniciados projetos-piloto com registros em áreas como Filosofia e Literatura, em razão da diversidade de manifestações e das relações bibliográficas complexas que essas áreas apresentam.
“Estamos apenas no início de uma transição que exige tempo, estudo, cooperação e, sobretudo, apoio institucional — tanto no âmbito do SISBI/UFU quanto da própria Universidade Federal de Uberlândia. Esse apoio envolve investimentos em formação continuada, aquisição de cursos e materiais especializados, disponibilidade de carga horária para estudo técnico, infraestrutura adequada e o reconhecimento estratégico da catalogação no contexto da ciência aberta e da transformação digital. Mas já está claro para todos nós que essa mudança não se resume à adoção de novas normas: ela representa a oportunidade de reafirmarmos o papel da biblioteca universitária como uma infraestrutura crítica do conhecimento”, concluiu Ferreira.
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Palavras-chave: Sistema de Bibliotecas UFU
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