Publicado em 10/11/2025 às 13:18 - Atualizado em 19/11/2025 às 10:14
No dia 4/11, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Famed/UFU) proporcionou uma capacitação para profissionais da saúde para o uso de sulfato de magnésio pré-hospitalar. O encontro aconteceu no auditório do bloco 8C do Campus Umuarama e reuniu diversos profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para aulas teóricas e práticas.
O evento chamado “VIDA” (Vigilância/Identificação/Diagnóstico/Ação) foi ministrado pelos médicos Nelson Sass, Henri Korkes e Francisco Lázaro Pereira, integrantes da Rede Brasileira de Estudos Sobre Hipertensão na Gravidez (RBESGG). Com palestras sobre os índices de morte materna no Brasil, a pré-eclâmpsia e a utilização de sulfato de magnésio como remédio para evitar complicações na gravidez, a intenção da capacitação foi de formar profissionais capazes de controlar crises hipertensivas em gestantes.
Uma das organizadoras da capacitação e docente da Famed, Márcia Aires, falou sobre o evento: “A nossa intenção é que todos façam uso de sulfato de magnésio pré-hospitalar. Antigamente era uma medicação que fazíamos só intra-hospitalar, mas vimos a importância da paciente usar em casa”.
A enfermeira Gabriela Damasceno foi participante do encontro e relatou sua experiência: “As palestras foram excepcionais, muito necessárias porque nem sempre temos a estrutura para conseguir acompanhar a paciente no tempo necessário.”
Pré-Eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no Brasil. Ela é uma condição que acontece após a vigésima semana de gravidez, em que os níveis de pressão arterial das gestantes se elevam e pode se agravar em convulsão e falecimento da mãe. O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro da RBESGG, Henri Korkes, alerta sobre os sinais do distúrbio: “É preciso se atentar ao ganho de peso, à dor de cabeça e ao mal-estar geral. Ao aferir a pressão, frequentemente vemos elevações. Esse contexto é muito grave, mas o grande problema é que às vezes passa como sintomas ‘bobinhos’”.
O sulfato de magnésio é o remédio que pode ajudar a controlar as crises hipertensivas e evitar as complicações durante a gestação. Korkes explica como a medicação funciona na prática: “Ela atua estabilizando membranas neuronais e impede que a paciente convulsione. Ela é muito melhor que qualquer outro anticonvulsivante que se conheça.”
Além da morte materna, a pré-eclâmpsia é uma das principais causas da prematuridade no país. O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também membro da RBESGG, Nelson Sass, explica como isso acontece: “O sulfato de magnésio apenas estabiliza, mas ele não cura. Na pré-eclâmpsia é necessário tirar a placenta e não existe uma forma de tirá-la sem retirar o bebê junto.”
A melhor forma para se atentar aos sintomas do distúrbio é um acompanhamento de pré-natal adequado, além do cuidado com a alimentação e a prática de exercícios físicos com regularidade. Além de participante do evento, Damasceno está grávida de 39 semanas e compartilhou sobre seus cuidados na gravidez. “Desde o início como enfermeira eu sempre fico atenta a tudo. Comecei o acompanhamento simultâneamente na rede pública e na rede privada com o convênio. Sempre me senti muito tranquila com os profissionais que me acompanham, eu também nunca tive muitos fatores de risco, pois sempre tive pressão baixa”, finaliza.
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Palavras-chave: pré-eclâmpsia Famed hipertensão gravidez
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