Estudantes de escola estadual recebem projeto da UFU sobre conservação marinha

Alunos do 7º ano da Escola Estadual Alda Mota Batista, em Uberlândia, participaram da primeira turma do Projeto Guardiões do Mar, conduzido pelo Laboratório de Ecologia Aplicada e Ecotoxicologia (Leatox) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), sob a coordenação da professora Jeamylle Nillin.

O curso de extensão foi idealizado por Nillin, que é professora da UFU e pesquisadora integrante da Rede ProspecMar, um consórcio de cientistas estabelecidos em instituições públicas de ensino espalhadas por quase todo o Brasil. A rede atua em diferentes linhas de pesquisa, objetivando a conservação e melhor compreensão do ecossistema marinho e de seus potenciais biotecnológicos, além da divulgação e educação científicas.

Dentro deste contexto, o Guardiões do Mar tem como objetivo estimular a observação e a reflexão sobre problemas ambientais relacionados ao ecossistema marinho em crianças e adolescentes. Através de atividades lúdicas e rodas de conversa, a iniciativa promove a autonomia, a proatividade e a criatividade dos alunos, que se tornam Guardiões do Mar e passam a contribuir ativamente com a conservação deste ecossistema, mobilizando familiares, amigos e toda a comunidade ao redor.

Os nove alunos participantes da primeira edição foram selecionados a partir de uma atividade de desenho e escrita, onde expressaram os motivos pelos quais gostariam de se tornar Guardiões do Mar. Depois da etapa de seleção, foram seis dias de atividades, entre agosto e outubro, abordando temas como cidadania, responsabilidade socioambiental, a vida dos animais marinhos, além de aspectos relacionados à pesca, turismo e poluição marinha.

A cada novo encontro, os alunos se mostravam mais confortáveis, confiantes e abertos a participar, tirar dúvidas e trocar experiências com as monitoras, que são alunas da UFU e integrantes do Leatox. Emilye Silva é bióloga recém-formada e, além de monitora do projeto, também foi a responsável pela identidade visual e pela elaboração dos materiais gráficos. “O meu maior aprendizado foi o de não subestimar os alunos, porque eles sabem muita coisa e têm muito a agregar, tanto na nossa formação, quanto no próprio projeto”, afirma.

Ana Júlia de Sousa Vieira, que está prestes a finalizar sua graduação em Ciências Biológicas, atua em atividades de extensão junto ao Leatox desde 2023 e observa que, ao contrário do que se imagina, as crianças demonstram grande interesse pelos temas abordados: “Nós conseguimos ver o interesse que eles têm em aprender e ter contato com a natureza. É só ofertar, dar essa opção, que eles vão abraçar”.

Para Giovanna Silveira Laforé, que foi monitora dos Guardiões do Mar pela primeira vez, a experiência foi muito diferente de suas vivências em sala de aula: “Os alunos têm mais interesse, mais foco e entendem melhor do que quando o professor explica a matéria no quadro, sem uma atividade prática”. O fato de cada encontro propor diferentes atividades participativas, artísticas e recreativas tem, justamente, o objetivo de oferecer aos alunos participantes um momento diferenciado e lúdico na escola, promovendo a interação, reflexão e aprendizado.

Natália Rezende Soares, que também teve sua primeira experiência como monitora, considerou os alunos atentos, colaborativos e curiosos: “Eles fazem perguntas que nós, como pessoas mais velhas, adultas, nunca pensaríamos, do tipo de dúvida que jamais teríamos”. Ela conta que criou uma conexão amigável com a turma, o que facilitou as interações, conversas e brincadeiras.

Durante o encerramento, no último dia de outubro, além de receberem seus certificados, a turma de Guardiões do Mar teve a oportunidade de visitar o campus da Universidade Federal de Uberlândia e conhecer alguns espaços do Instituto de Biologia, como o Laboratório de Ensino de Zoologia, acompanhados das monitoras e da professora Jeamylle Nillin. Os olhos curiosos e encantados deixavam transparecer a empolgação e o orgulho dos novos Guardiões.