UFU fortalece projeto de ensaios em materiais para a indústria nacional

Uma parceria entre pesquisadores da Unidade Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada à Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (Femec/UFU) e do Laboratório de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília (UnB), viabilizou a realização de novos testes com materiais utilizados na fabricação de peças e equipamentos de metal mecânica, utilizando amostras miniaturizadas - também chamadas de amostras não convencionais.

Para o desenvolvimento do projeto, os pesquisadores Waldek Bose e Henry Fong, do Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste (LTAD/UFU), estiveram no Laboratório de Ensaios Mecânicos da UnB, junto aos coordenadores do espaço, Fábio Gomes de Castro e José Alexander Junior, durante os dias 6 e 7 de maio. “Foram testes bastante interessantes, que ainda não havíamos feito em corpos de prova tão pequenos”, comenta Castro.

O objetivo do projeto, ao trabalhar com essa prova de conceito, é atender ao setor de fabricação de peças e equipamentos da indústria metal mecânica quando se trata de controle de qualidade de materiais utilizando amostras miniaturizadas. “Já estamos conseguindo bons resultados no desenvolvimento de diferentes metodologias em minitestes. Para a indústria nacional, será um grande salto tecnológico; vai possibilitar o alcance do mesmo nível de qualidade das peças e equipamentos ofertados pela indústria estrangeira”, ressalta Fong.

Segundo os pesquisadores, essa frente de trabalho permitirá substituir os ensaios convencionais de tração, tenacidade à fratura e fragilização por hidrogênio que requerem quantidades maiores de materiais que podem comprometer a integridade do equipamento ou peça a serem analisados.

Os ensaios foram realizados simultaneamente utilizando dois tipos de sensores, o extensômetro convencional e o ótico. “Nós queremos provar uma nova técnica de análise de fratura usando corpo de prova não trincado, queremos testar nossa linha de pesquisa para saber se estamos caminhando bem", completa Bose.

Nesta parceria, a infraestrutura e os conhecimentos da equipe do laboratório da UnB somam-se aos mais de 15 anos do LTAD/UFU. “Há equipamentos que eles têm lá [na UFU] que nós não temos aqui na UnB e vice-versa. Então, essa complementaridade ajuda muito a resolvermos problemas complexos, tanto do ponto de vista de existência de cérebros, quanto de infraestrutura laboratorial. Aqui nós dominamos algumas técnicas que são muito próprias dos nossos estudos, dos nossos doutorados, dos nossos mestres”, acrescenta o professor José Alexander Araújo, coordenador do Laboratório de Ensaios Mecânicos da UnB.

Novos projetos

Além dos ensaios em materiais, os pesquisadores estão somando conhecimentos para um novo projeto que atenderá também ao setor de óleo e gás. As equipes de Uberlândia e de Brasília seguirão compartilhando conhecimento e capacidade tecnológica de seus laboratórios. “É muito importante essa cooperação, nossa equipe do Grupo de Fadiga, Fratura e Materiais de Engenharia e a dos professores do LTAD/UFU, liderados pelo professor Sinésio, do laboratório da unidade de Uberlândia. Nós temos expertise e laboratórios complementares entre essas equipes de altíssimo nível. Na hora que a gente junta as duas coisas, nós estamos fazendo uma soma, só que é uma soma muito interessante. É um 2 mais 2 que dá 5; ele não dá 4”, finaliza o coordenador José Alexander.

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