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Política

Ex-ministro Juca Ferreira defende importância da cultura na UFU

Em palestra realizada nesta segunda (19), sociólogo criticou cenário político atual e relatou suas experiências nos governos Lula e Dilma

Publicado em 20/09/2016 às 17:15 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:13

Palestra de Juca Ferreira aconteceu no Bloco 3Q do Campus Santa Mônica (Foto: Diélen Borges)

A UFU recebeu, na noite desta segunda-feira (19/09), o sociólogo e ambientalista Juca Ferreira, que foi ministro da Cultura de 2008 a 2010, durante o governo Lula, e de 2015 a 2016, no governo de Dilma Rousseff. A palestra com o ex-ministro faz parte das discussões promovidas pela Diretoria de Cultura (Dicult) com o objetivo de elaborar uma política de cultura para a UFU.

“A cultura é fundamental para tudo. Para criar e movimentar novas tecnologias, para dar resposta aos grandes desafios de que o país está diante no século XXI, para criar consciência democrática sobre a importância da diversidade e o sentimento de pertencimento, para a realização humana de cada um”, defendeu Ferreira. “A universidade tem a ver com isso. O conhecimento não pode nem deve ser desconectado desses processos mais complexos que a cultura oferta”, afirmou.

O ex-ministro relatou experiências que vivenciou durante os dois períodos em que esteve à frente do ministério e criticou a desigualdade de acesso à cultura no Brasil. “A escola não incorporou a cultura como componente importante, ela desincorporou, porque antes das reformas feitas pelos militares [durante a ditadura militar de 1964 a 1985] havia uma presença maior da arte e da cultura na sala de aula, quando a escola era elitista, para poucos. Os militares introduziram essa ideia de formação, de preparar as futuras gerações para o mundo do trabalho. E olhe lá, porque essa preparação é precária”, argumentou.

Juca Ferreira também criticou o governo do presidente Michel Temer, que em maio deste ano chegou a extinguir o Ministério da Cultura, transformando-o em secretaria subordinada ao Ministério da Educação, mas voltou atrás na decisão após críticas e manifestações de artistas e da população.

O diretor Lu de Laurentiz, o vice-reitor Eduardo Nunes Guimarães e a pró-reitora Dalva de Oliveira participaram do evento (Foto: Diélen Borges)

O vice-reitor da UFU, professor Eduardo Nunes Guimarães, participou do evento e também relacionou a importância da cultura com o momento político atual. “Um plano de cultura numa universidade é uma referência para a sociedade. A cultura é uma peça importante de resistência e de construção de uma sociedade. Estamos atravessando um momento muito difícil, com um governo que fechou o Ministério da Cultura e foi obrigado a reabrir, fechou o Ministério da Ciência e Tecnologia e até hoje não tivemos força para recriá-lo. Nós que militamos na área da educação ainda estamos completamente sem direção política sobre quais são os planos da educação nacional”, relatou Guimarães.

O diretor de cultura da UFU, professor Lu de Laurentiz, falou sobre as dificuldades de se trabalhar com cultura dentro da universidade. “Ao mesmo tempo que é muito prazeroso - porque aqui há uma potencialidade maravilhosa, aberta a uma diversidade cultural, nós temos aqui bens plurais, equipamentos culturais abertos à comunidade interna e externa à UFU, temos também a formação cultural e a física - é sempre um grande desafio trabalhar com cultura. Eu tenho percebido como gestor que, muitas vezes, nós somos tudo ao mesmo tempo”, relatou.

“Pensar um plano de cultura para os próximos cinco anos dentro da UFU hoje, para nós, é extremamente importante, e nós não queremos fazer essa política de cultura sozinhos. Nós queremos fazer com os senhores e as senhoras, a produção cultural e a comunidade de todas as cidades onde a UFU está”, completou Laurentiz.

A pró-reitora de Extensão e Cultura, Dalva de Oliveira, parabenizou a Dicult pela elaboração da política de cultura ao final do mandato da atual gestão da universidade. “No momento em que estamos fechamos nossas contas, Lu e sua equipe assumem tarefa tão importante, porque através dela vamos consolidar o que caminhamos, as reflexões que fizemos e vamos deixar para a universidade essa contribuição através desse plano de cultura que vai depender dos nossos gestores”, disse a professora.

O músico indígena Cristino Wapichana apresentou parte de seu repertório (Foto: Diélen Borges)

O Terno de Marinheiro Nossa Senhora do Rosário também participou das apresentações culturais (Foto: Diélen Borges)

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Palavras-chave: cultura

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