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ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA

Campus Monte Carmelo conta com antena receptora de sinais GNSS

Este é o segundo marco geodésico instalado em dependências da UFU e possibilita benefícios para trabalhos de mapeamento em ensino, pesquisa e extensão

Publicado em 15/03/2017 às 10:04 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:15

Professores Vinicius Rofatto e Wagner Machado explicam funcionamento da antena. (Fotos: Milton Santos)

Fruto de um acordo de cooperação entre a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), está em operação no Campus Monte Carmelo, desde o fim de 2016, uma estação de referência para rastreamento contínuo de sinais dos sistemas Global Navigation Satellite System (GNSS) – que engloba os sistemas de posicionamento, sendo o mais comum deles aquele que é popularmente conhecido pela comunidade civil como Global Positioning System (GPS). A antena do marco geodésico e o aparelho receptor dos dados captados por ela estão instalados no Bloco 1AMC e sob a responsabilidade da coordenação do curso de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica.

Atual responsável por esta coordenação, o professor Vinicius Francisco Rofatto comenta que cerca de 850 alunos estão sendo beneficiados pela novidade. “Além do pessoal matriculado em Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, as informações fornecidas por esta estação também são utilizadas por acadêmicos de Agronomia, Engenharia Florestal e Geologia, mais especificamente nas disciplinas correlatas às áreas de Geodésia eTopografia. Este uso se dá tanto em aulas práticas quanto em atividades de iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso”, exemplifica.

A repercussão, porém, também se estende ao trabalho de profissionais de alguns setores e até mesmo ao dos representantes poder público de Monte Carmelo, conforme revela Rofatto: “O georreferenciamento de imóveis rurais é obrigatório para o processo de regularização fundiária; então estes dados fornecidos pela nossa estação podem ser muito úteis aos engenheiros agrimensores que fazem este trabalho. Com relação à Prefeitura Municipal, já tivemos as primeiras conversas para fazermos a atualização na base de mapeamento da cidade e a posterior elaboração conjunta de um plano diretor que leve em consideração estas questões cartográficas.”

Também lotado no Campus Monte Carmelo, o professor Wagner Carrupt Machado foi um dos responsáveis pelo acompanhamento da edificação do pilar onde foi instalada a antena, aproveitando o know-how adquirido ao longo dos 13 anos em que trabalhou no IBGE e integrou equipes que construíram e implantaram diversos pilares em estações GNSS na Região Sul. Segundo Machado, uma das grandes vantagens destes equipamentos está na precisão dos dados por eles fornecidos.

“O GPS de um telefone celular costuma ter uma precisão de 5 a 10 metros em relação às coordenadas. Já o de uma estação como esta permite uma acurácia com precisão centimétrica ou até milimétrica”, compara. O docente aponta, ainda, vários setores que podem aproveitar os dados fornecidos pelos novos equipamentos da UFU: “As aplicações podem ser na aviação (auxiliando tanto em pousos quanto em decolagens de aviões), gestão territorial, estudo geodinâmico, monitoramento de veículos, agricultura de precisão (mais especificamente, com as máquinas agrícolas equipadas com GPS) e automatização de processos em geral.”

Outro aspecto que Machado aponta como utilização importante da nova aparelhagem disponível no Campus Marmelo – e que também está presente na Faculdade de Engenharia Civil da UFU, localizada no Campus Santa Mônica – é na indicação de dados referentes à ionização. “Esta é a camada da atmosfera terrestre que contém cargas elétricas (íons e elétrons) e que se encontra entre aproximadamente 60 e 1000 quilômetros de altitude. É por causa da ionosfera que os sinais de rádio podem ser propagados de uma localidade a outra na superfície do planeta. Para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o GPS nada mais é do que um sensor de ionosfera; daí a importância destes dados que estamos ajudando a coletar”, esclarece.

Dados captados pela antena são codificados e armazenados por este equipamento para posterior transmissão em rede

RBMC

Vinicius Rofatto informa que a estação de referência ainda está em funcionamento em caráter experimental. Ele diz acreditar que pelo fato de, ao longo destes três meses, não haver ocorrido nenhum problema operacional e, sobretudo, pela confiabilidade das informações ali obtidas os três órgãos avaliadores – IBGE, Inpe e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – tendem a já no próximo mês aprovarem a inclusão desta estação na Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Satélites GNSS (RBMC).

“Uma vez fazendo parte da RBMC, estaremos também inseridos no projeto Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (Sirgas), cujo objetivo é prover infraestrutura geodésica moderna para as Américas. Enfim, esta estação é uma grande conquista do nosso campus e também está sendo fundamental para o projeto de implantação de um programa de pós-graduação na área de Agrimensura e Cartografia”, completa o docente.

=> LINKS ÚTEIS PARA PESQUISA SOBRE ESTE TEMA:

Site da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas

Site do Programa Embrace/Inpe

Site do GNSS

Site do International Centre for Global Earth Models (ICGEM)

Palavras-chave: Monte Carmelo GNSS. estação geodésia marco geodésico Engenharia de Agrimensura e Cartográfica agronomia Engenharia Florestal geologia

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