Crise do desabastecimento pressiona inflação em Uberlândia

A crise do desabastecimento afetou a inflação, mas o preço dos combustíveis não aumentou. (Foto: Marco Cavalcanti)

O Centro de Pesquisas Econômico-Sociais do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/IERI/UFU) divulgou, nesta quinta-feira (11),  o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho de 2018. A inflação de Uberlândia ficou em 1,46%.

Segundo o economista Álvaro Fonseca, essa variação foi causada diretamente pela crise do desabastecimento. Apesar disso, o valor dos combustíveis até diminuiu (de 3,71% para 0,12%): a inflação aumentou muito mais por causa dos transtornos provocados pelo bloqueio de transportes do que pelo valor dos combustíveis em si.

Quando comparado a maio, o índice teve aumento de 0,86%. O grupo de Habitação, por exemplo, foi de 0,6% para 5,81%, sendo destaque a energia elétrica residencial (de 0,27% para 19,11%). De acordo com Fonseca, essa aceleração aconteceu pela instituição da bandeira vermelha, que corresponde a um aumento de R$ 1 ou R$ 3 na tarifa de energia a cada 100 kWh consumidos.

O grupo de Alimentação e bebidas foi de -0,24% para 1,46%, com um aumento de 0,17% para 11,19% no caso de Leite e derivados. Isso tem ligação direta com oferta e procura: os poucos mantimentos encontrados durante a crise do desabastecimento tinham preços altos.

Houve também diminuição do valor de alguns produtos. O grupo de Vestuário foi de -0,37% para -2,62%. Em segundo lugar, o grupo de Artigos de Residência, com destaque para Eletrodomésticos e equipamentos (de -0,37% para -3,05%).

O valor da Cesta Básica teve uma variação de 0,78%. O preço foi de R$357,40 em maio para R$360,17 em junho. Valores de produtos como tomate (-23,21%) e batata (-1,53%) diminuíram, mas o leite (21%), a farinha de trigo (11,72%) e a banana (10,22%) aumentaram, contribuindo para o aumento do preço da cesta.

Para acessar os boletins do IPC,  acesse o site do IERI/UFU.