Publicado em 28/05/2020 às 17:56 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52
Na Estação Experimental são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão. (Foto: Divulgação/GEN-HORT)
Domesticar plantas para atender às necessidades humanas não é algo novo. Isso acontece desde a pré-história. De lá pra cá, inúmeras mudanças aconteceram. Hoje, selecionar e adaptar espécies de vegetais para melhorar a produtividade na agricultura tem importância cada vez maior na cadeia produtiva.
Com dois hectares, a Estação Experimental de Hortaliças da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) — localizada na Rua Riachuelo, no bairro Santa Rita, em Monte Carmelo — abriga não só as pesquisas da universidade. Nela são realizados projetos de extensão, que buscam beneficiar os agricultores da região, visitas guiadas com estudantes da Educação Básica e o “Dia de Campo”, voltado para toda a comunidade.
Conforme explica a docente Ana Carolina Silva Siquieroli, do Instituto de Biotecnologia, as ações extensionistas desenvolvidas pelo grupo na Estação Experimental de Hortaliças permitem a troca de conhecimentos entre a comunidade e a universidade.
“O Dia de Campo Infantil vem permitindo que crianças de Monte Carmelo conheçam as cultivares aqui desenvolvidas e compreendam a importância de uma alimentação saudável. Outros projetos desenvolvidos em conjunto com os produtores vêm beneficiando tanto os alunos da graduação, que passam a ter contato direto com a comunidade, como os próprios agricultores”, afirma.
Nas instalações da estação também são realizadas aulas práticas dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia de Agrimensura e Cartográfica e Sistemas de Informação.
Cultivares
Os programas de melhoramento genético (tomate, alface biofortificada e tropicalizada, quiabo, abóbora, coentro, milho doce, melancia e melão) implantados na Estação Experimental visam a desenvolver cultivares com resistência a pragas e doenças causadas por fungos, vírus e bactérias, com intuito de reduzir a aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras.
Desde quando foi criada a estação, em 2013, o trabalho já rendeu o registro de mais de 30 cultivares de hortaliças no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 40 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais provenientes de teses, dissertações, iniciações científicas e trabalhos de conclusão de curso, além de um software registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O trabalho já rendeu mais de 30 cultivares (foto: Gen-Hort)
Os pesquisadores desenvolveram, na Estação Experimental de Hortaliças, um banco de germoplasma de capsicum. O que é isso? “É o armazenamento de exemplares de pimenta visando a manter a variabilidade genética da espécie. Monte Carmelo é uma região conhecida por produzir pimenta”, explica o coordenador da estação, Gabriel Maciel, que é docente do Instituto de Ciências Agrárias.
Toda a produção resulta de parcerias, como as implementadas com a Prefeitura de Monte Carmelo — que cedeu a área por meio de um convênio —, e financiamentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O coordenador cita, ainda, a parceria com empresas privadas do mercado de sementes. Maciel também coordena o Grupo de Estudos em Melhoramento Genético de Hortaliças (GEN-HORT), que reúne profissionais, estudantes e professores interessados em promover atividades na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação sobre esse tema. Criado em 2013, o grupo tem na Estação Experimental um espaço para pôr em prática seus projetos, como o Simpósio de Olericultura e edições do “Dia de Campo”.
Palavras-chave: Estação hortaliças Monte Carmelo alimentos melhoramento genético Ciência Divulgação Científica
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