Publicado em 13/10/2020 às 13:22 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52
No Outubro Rosa do ano passado, nós contamos aqui, no COMUNICA UFU, que a professora Ana Cláudia Patrocínio, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia (Feelt/UFU), estava orientando um trabalho de doutorado que pretendia melhorar a qualidade da mamografia, o exame de rastreio por imagem que pode detectar nódulos nos seios que ainda nem são palpáveis. O trabalho era do engenheiro biomédico Pedro Cunha Carneiro.
De lá para cá, eles chegaram a uma nova técnica e, em dezembro, Carneiro defendeu sua tese "Proposta de metodologia para realce de contraste em imagens de mamas densas utilizando decomposição multiescala com transformada discreta wavelet". O trabalho foi feito no Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica, na ênfase de Engenharia Biomédica, e está disponível no REPOSITÓRIO DA UFU.
Aumentar o contraste das imagens: essa é a novidade que pode melhorar a visualização das estruturas mamárias e auxiliar na detecção precoce do câncer de mama. Segundo os pesquisadores, isso é bom por dois motivos: é possível diminuir a quantidade de exames a que cada mulher é submetida, o que consequentemente reduz a exposição à radiação, e também melhorar a qualidade dos exames feitos em aparelhos menos sofisticados.
Como fazer esse aumento de contraste? Os cientistas utilizam um processo de decomposição de imagens chamado "transformada Wavelet", que decompõe a imagem original em quatro: com detalhes verticais, horizontais, diagonais e de baixas frequências. Os pesquisadores aplicam a técnica de realce denominada Clahe nos coeficientes de aproximação dos componentes de baixa frequência. Por fim, geram uma nova imagem do mesmo tamanho que a original, porém processada por meio da metodologia e com contraste realçado.
"Foram feitos processamentos em imagens obtidas de equipamentos de três fabricantes distintos. Mais de 5 mil imagens distintas foram produzidas, a partir de 24 diferentes processamentos aplicados, entre eles o da metodologia proposta", relata Carneiro.
Na tese, ele também propõe a criação e a implementação de um índice de contraste global, o Índice Carneiro de Contraste (ICC). "Os resultados do ICC indicaram um aumento médio de 47% de contraste global nas imagens processadas com o algoritmo proposto no trabalho", afirma o pesquisador. Segundo Carneiro, é possível aplicar a técnica para melhorar a visualização mamográfica em diversos tipos de mamógrafos.
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Palavras-chave: Outubro Rosa Câncer de mama Ciência Divulgação Científica Engenharia Biomédica
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