Publicado em 02/10/2020 às 17:01 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52
O teste poderá identificar o material genético dos vírus em até 90 minutos. (Foto: Fernando Zhiminaicela/Pixabay)
Uma pesquisa feita em conjunto por três instituições brasileiras pode chegar a um teste simultâneo para os vírus Influenza/A e Sars-Cov-2. O estudo tem a participação dos geneticistas Luiz Ricardo Goulart, docente do Instituto de Biotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (Ibtec/UFU), e Milena Botelho Pereira Soares, pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Fiocruz/BA). O desenvolvimento da tecnologia também tem apoio do centro universitário Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Senai-Cimatec) em Salvador.
As instituições baianas têm parceria com a UFU por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em TERANÓSTICA E NANOBIOTECNOLOGIA. Goulart também já tem experiência na pesquisa sobre testes de Covid-19, conforme divulgado pelo PORTAL COMUNICA UFU. De acordo com o professor, o resultado do teste novo levará de 40 a 90 minutos para ficar pronto. Atualmente, a pesquisa está na fase de calibração e, se aprovada, será submetida à avaliação clínica.
“A grande diferença do teste novo para o teste convencional PCR (que pode levar dias para obter resultados) é a rapidez e mais simplicidade de realização. Ele será feito em duas etapas e não requer um equipamento tão sotisficado de análise”, explica Soares, da Fiocruz.
A técnica utilizada no novo teste é de amplificação isotérmica de RNA. “Os vírus usam a maquinaria das células humanas para amplificar o material genético e reproduzir. Nós precisamos simular esse processo in vitro para poder identificá-los. No laboratório, colocamos enzimas na solução, juntamente com a amostra (da saliva). Assim, serão acrescentadas sondas para identificar o material genético do Sars-Cov-2 e Influenza/A”, completa Goulart.
O objetivo dos pesquisadores é produzir kits que podem realizar até 96 testes simultâneos. Soares enfatiza a importância da colaboração entre as instituições. “Esse tipo de parceria é fundamental para que se avance de forma mais rápida, tendo em vista que não só existe uma urgência, mas também para otimizar as estruturas que já existem no país.”
As características dos vírus Sars-Cov-2 e H1N1
Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE, em abril de 2009, os primeiros casos de infecção pelo vírus H1N1 começaram a ser relatados no México. Em junho daquele ano, pelo rápido alastramento das infecções pelo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de gripe AH1N1, que, na época, era conhecida por ‘gripe suína’. No primeiro ano dessa pandemia, o Brasil registrou 53.797 casos de H1N1 e 2.098 mortes.
Trazendo para o presente, a pandemia de Covid-19 foi anunciada pela OMS em março de 2020. Até o início de outubro de 2020, aqui no Brasil, a infecção pelo Sars-Cov-2 atingiu cerca de quatro milhões e 800 mil pessoas e aproximadamente 144 mil pessoas morreram por causa da doença.
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Palavras-chave: teste COVID-19 Sars-Cov-2 h1n1 UFUContraOCorona
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