Publicado em 21/01/2021 às 13:04 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:26
Imagens: Reprodução/Google Meet
Portal Comunica – Agora vamos falar das metas, dos desafios para este próximo mandato. Quais são os planos em termos de inclusão digital e a manutenção do ensino de qualidade em tempos de pandemia, principalmente considerando a limitação de recursos?
Valder Steffen Júnior – No ano passado, lançamos vários editais exatamente para atender à demanda dos estudantes em relação a equipamentos e a pacote de dados; isso vai certamente persistir. É uma questão prioritária da gestão para que possamos prosseguir com o nosso ensino remoto, ainda mais porque não sabemos até quando [ele vai ser necessário], se vai ser o ano inteiro ou em parte do ano. Ninguém tem esta resposta e a Universidade Federal de Uberlândia, enquanto universidade pública e inclusiva, precisa ter essas ferramentas à disposição dos estudantes, especialmente aqueles que têm algum tipo de vulnerabilidade socioeconômica. Os recursos são escassos, mas nós temos que definir as nossas prioridades e esta é uma delas: precisamos garantir que os nossos alunos tenham os meios necessários para participar da melhor maneira possível do ensino remoto. É um compromisso de toda a gestão vamos trabalhar para que isso aconteça. A nossa pró-reitora [de Assistência Estudantil] Elaine [Saraiva Calderari] tem muito envolvimento com relação a isso, está muito atenta e muito comprometida com esse assunto. A nossa Pró-Reitoria de Planejamento e Administração, no que diz respeito a recursos financeiros, também tem procurado liberá-los a tempo e a hora. Todas as universidades “estão no mesmo barco” com relação a esse assunto e nós precisamos ver a maneira pela qual os recursos serão liberados a partir de agora.
Por favor, nos explique como se dá esta dinâmica financeira e fale sobre as preocupações com a qualidade do ensino oferecido pela UFU...
Steffen – Nós temos uma lei orçamentária e tipicamente nos liberavam por décimos, um doze avos (1/12) por orçamento. Não tenho notícia disso ainda. Nossa prioridade é o nosso ensino. A universidade existe por conta do ensino, da pesquisa e da extensão; essas coisas têm que continuar acontecendo. Então, nós vamos mover os meios que temos para que as atividades aconteçam com a qualidade possível. É claro que o ensino remoto não permite a mesma qualidade de um ensino que nós temos no formato presencial; procura apenas minimizar as perdas, na tentativa de que os estudantes estejam envolvidos com o seu projeto pedagógico, com o seu programa de estudo, com aquelas disciplinas do curso que podem ser ministradas – mesmo que com algum prejuízo – no formato remoto. Quanto às aulas de laboratório, as aulas presenciais, os trabalhos e as viagens de campo, infelizmente terão que aguardar. Depois, veremos a melhor maneira possível de recuperar aquilo que não foi possível de ser implementado nesse formato.
Agora, a qualidade do ensino também é outra questão prioritária: a universidade pública, gratuita e de qualidade está dentro daquilo que se espera da UFU. Não vai ser fácil fazer isso. Por isso que nós fizemos um esforço enorme para garantir a realização do vestibular em dezembro. Vocês não têm ideia do número de pais, mães, de pessoas que ligaram na Reitoria, na Diretoria de Processos Seletivos e Pró-Reitoria de Graduação querendo saber quando seriam realizadas estas provas e o Enem; se o Enem estava mesmo confirmado, se seria adiado. Os estudantes ficam ansiosos – e com razão – com relação a essa questão; a nossa vida não pode ser completamente congelada por conta da pandemia.
Professor Valder, na sua primeira gestão o vice-reitor foi o professor Orlando Mantese. Agora, foi escolhido o nome de outro docente da Faculdade de Medicina para o cargo, o professor Carlos Henrique. Esta opção por nomes da Famed tem a ver com uma preocupação especial com o Hospital de Clínicas? Quais serão as principais atribuições do novo vice-reitor e como está sendo o relacionamento da Administração Superior com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), atual gestora do hospital?
Steffen – Ele também foi tutor do PET [Programa de Educação Tutorial], onde teve um contato muito próximo com os estudantes. Inclusive, por diversas vezes, o professor Carlos Henrique ressaltou na campanha que, enquanto docente, aprimorou e modificou sua maneira de enxergar algumas questões estudantis depois dessa experiência no PET. Isso também tem um valor de experiência pessoal muito forte. Indo para as questões técnicas, que foram mencionadas na pergunta sobre o Hospital de Clínicas, o vice-reitor já tem uma responsabilidade direta, para além de ser o substituto direto do reitor em qualquer assunto; ele possui uma função específica na área de informática e no Sistema de Bibliotecas (Sisbi/UFU). Apenas estas duas áreas citadas são assuntos extremamente importantes para o dia a dia da nossa universidade. No caso da área de tecnologia e informática, tem um grande reflexo na academia e na gestão da instituição, capaz de tomar um bom tempo do professor Carlos Henrique.
Mas é claro que ele, sendo médico e pediatra especialista em Reumatologia, além de possuir uma experiência dentro do Hospital de Clínicas e como gestor da Faculdade de Medicina, irá nos ajudar muito na interlocução da Reitoria com o HC. Além disso, ele possui uma sensibilidade e facilidade de entender determinados assuntos e problemas da área, que pessoas de outras áreas gastariam mais tempo para compreender. Então, é natural que na próxima gestão ele também tenha essa responsabilidade. Inclusive, a gente pensa que ele poderá passar exatamente no hospital alguns momentos e períodos, ao longo das próximas semanas, tentando captar e traduzir essas necessidades para a gestão da universidade para que nós possamos imaginar as ações e políticas necessárias de serem implementadas para superar as dificuldades do HC.
Sobre a Ebserh, estávamos com expectativa de que tenha a gestão plena do hospital dentro de um determinado horizonte, mas já sabemos que não vai acontecer. Não é porque a Ebserh, o Hospital de Clínicas ou a Reitoria não queiram, mas são restrições impostas pelo Ministério da Economia, em função das limitações de contratação. Nós temos um concurso realizado pra 890 funcionários de um total de mais de 2 mil, que foi o [quantitativo do] dimensionamento. Nossa expectativa é que, em vez de termos 1.300 funcionários na Faepu [Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia], nós tenhamos mais de 2 mil funcionários na Ebserh. Mas isso não está acontecendo na velocidade esperada e tem trazido diversas preocupações.
Ainda ontem [dia 12/01], tive uma conversa com o presidente da Ebserh para tratar de questões extremamente importantes. Uma delas é sobre a dívida com fornecedores de insumos, medicamentos e equipamentos médicos da Faepu, que foi feita para atender às demandas do HC. Como o que se arrecada é inferior em relação àquilo que se gasta, ao longo dos anos, foi sendo construída uma dívida, que precisa ser resolvida. E isso é mais um tema que deve nos ocupar nos próximos meses e anos, já que a Faepu não pode ser abandonada neste momento. Certamente, o professor Carlos Henrique, que é vice-reitor, estará profundamente envolvido em todos esses temas tentando subsidiar a Reitoria na condução desses assuntos e entendimentos com a Ebserh, Secretaria Municipal de Saúde e autoridades estaduais e federais de Saúde.
Carlos Henrique Martins da Silva – Acho que essa pergunta é importante em relação à participação histórica de algum professor da Faculdade de Medicina na gestão superior da universidade, como reitor ou vice-reitor. Já tivemos reitores da Famed: o professor Nestor [Barbosa de Andrade] e o professor Elmiro [Santos Resende]. Quando entrei como diretor da Faculdade de Medicina, há três anos, não me dei conta que talvez teria essa chance de ser chamado para participar da Administração Superior. Realmente, acredito que seja natural das chapas terem uma comunicação com alguém da Faculdade de Medicina, porque, além da complexidade das questões acadêmicas, também há preocupação com o HC, que é essencial para a Reitoria; sem desmerecer as outras áreas.
Serei o vice-reitor de toda a universidade. Portanto, agora possuo compromissos com todos e todas da UFU. Já em relação ao Hospital de Clínicas, foi um compromisso de campanha da nossa chapa que iremos passar por lá para pontuar que estaríamos mais próximos das servidoras e dos servidores para tentar aproximar a Reitoria mais diretamente, dentro do hospital. Estou preocupado, porque meu trabalho vai ser intenso, pois além dessas questões, agora tenho dois outros trabalhos que não tenho conhecimento muito próximo, que são com o [setor de] TI e o Sistema de Bibliotecas.
Quais são os planos de incentivo à extensão na universidade nesta nova gestão?
Steffen – Sobre a extensão, já foi fortemente incentivada nos últimos quatro anos, o que nos deu diversos avanços. Hoje nós temos uma Pró-Reitoria de Extensão e Cultura extremamente ativa, apesar da pandemia. Ela tem feito uma aproximação muito importante com a comunidade e que se dá tanto por meio de projeto na área social, quanto na área educacional. Além disso, ela está nos ajudando na coordenação das empresas juniores e isso tem adquirido uma dimensão extremamente importante.
Creio que todas as três atividades da universidade, que são ensino, pesquisa e extensão, são igualmente importantes e indissociáveis. Portanto, a próxima gestão terá uma grande preocupação com as atividades de extensão. Aliás, cada vez mais essa preocupação deve crescer, já que temos comunidades desassistidas em Uberlândia e a UFU tem uma responsabilidade com relação a isso.
Além disso, temos uma comunidade de imigrantes, que até então não era nem do conhecimento da grande maioria sociedade uberlandense. No final do ano passado, criamos, juntamente com a Universidade de Brasília, a Cátedra Sérgio Vieira de Melo. Ela tem foco voltado exatamente para os imigrantes. Nós queremos que a universidade tenha esse olhar também para aqueles que estão aqui na nossa região. Muitas vezes, essas pessoas saíram de seus países em condições difíceis, sem recursos e algumas delas sem histórico escolar e sem seus diplomas. Portanto, é preciso que a universidade pública tenha também este olhar. Estou tentando resumir porque meu tempo está esgotado, mas reforço que esta questão da extensão é da maior importância na Universidade Federal de Uberlândia. [Neste momento, o reitor Valder Steffen teve que se retirar da reunião/entrevista coletiva, por conta de outros compromissos em sua agenda]
Como será a atenção dada aos campi fora de sede nesta nova gestão? Existe alguma previsão para construção ou licitação das obras no campus em Patos de Minas, por exemplo?
Martins – Com a ausência do professor Valder, vou ter dificuldades para responder várias questões e esta é uma delas. Ainda não tenho detalhes da situação dos campi fora de sede, mas o que tenho conversado com o reitor é que, embora tenhamos uma dificuldade imensa do ponto de vista orçamentário para continuar as construções que são necessárias e com envolvimento inclusive da Prefeitura de Campus, eu acredito que nós vamos ter que buscar outras alternativas, além dos orçamentos: ir à Brasília; conversar com Ministério da Economia; Ministério da Educação; tentar liberações de emendas parlamentares com os políticos locais; algumas experiências que já aconteceram na gestão do professor nos últimos quatro anos. É o que temos conversado e pensado.
O Campus Patos de Minas precisa melhorar muito; é o campus que tem menos edificações. Eu estive presente em Monte Carmelo, por conta de uma situação específica da Faculdade de Medicina, e fiquei encantado com o campus de lá; muito bom. O de Ituiutaba também precisa de algumas modificações, mas vamos precisar ter um carinho especial para que essas edificações sejam concluídas, sobretudo, no de Patos de Minas.
A Divisão de Divulgação Científica, vinculada à Diretoria de Comunicação Social, foi criada durante a primeira gestão do professor Valder Steffen na Reitoria. Com a pandemia, ficou mais evidente como é importante comunicar a aproximar a ciência das pessoas e da sociedade, em geral. Por favor, comente um pouco sobre o papel destas pesquisas produzidas nas universidades públicas em tempos atuais, especialmente em relação ao coronavírus e à Covid-19. Quais são os planos da gestão para esse nosso setor e de que forma a gestão planeja incentivar a divulgação científica da UFU neste novo quadriênio?
Martins – Esta é uma pergunta importantíssima e uma das leituras da campanha foi exatamente esta: a comunicação não está boa; a comunicação daquilo que produzimos do ponto de vista científico, das nossas atividades extensionistas. A comunicação lá do Hospital de Clínicas, por exemplo, não está boa entre os servidores, chefias, entre a gestão superior do hospital e a gestão da Reitoria. A comunicação com a sociedade também precisa melhorar muito. Nós temos tido muitas críticas em função, por exemplo, de denúncias ou ações do Ministério Público contra a universidade. Pessoal dizendo: “Ah, a UFU não se defendeu adequadamente e isso não foi comunicado de forma adequada”. Então, eu acredito que precisamos ter um olhar muito especial e incentivar a comunicação daquilo que nós produzimos, de forma responsável e contínua. Certamente, isso vai ser olhado de forma muito cuidadosa.
Eu não sei responder [em relação] às medidas específicas que estão sendo adotadas nessa área. Tive conhecimento que na Proexc essa divulgação tem acontecido; divulgação das atividades com plataforma, atividades extensionistas, disponibilizando isso para a comunidade, como um todo. Nós temos que seguir esse caminho. Tenho que dizer que, para isso, nós precisamos melhorar o contingente de pessoas trabalhando, entre servidores e servidoras do setor. Isso também tem que ser enfrentado.
Tendo em vista o atual momento econômico da universidade e das agências financiadoras, como continuar cativando estudantes a realizar pesquisas científicas?
Martins – Também sou pesquisador. Participo do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPCSA) já há muito tempo e sei das dificuldades dos financiamentos e das restrições cada vez maiores do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], da Fapemig [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais] e dos financiamentos de pesquisa, em geral. É uma discussão que precisamos ter de forma muito responsável: como captar recursos para financiamento de pesquisas feitas pelos estudantes. Isso significa conversar, por exemplo, com empresas e com o setor privado.
Sei que, ideologicamente, há uma resistência muito grande por parte da comunidade acadêmica, mas talvez não exista outra alternativa além desse caminho. Ao lado disso, devemos agir do ponto de vista institucional nesses lugares – Capes, CNPq e Fapemig –, não só como instituição, mas como sociedade; e exigir que o olhar para pesquisa e ciência tenha um outro norte, uma outra perspectiva que não essa de “terra arrasada”. Temos que caminhar para ações concretas do ponto de vista de sociedade, o que inclui a própria instituição UFU, para combater o status quo que estamos vivendo e, ao mesmo tempo, identificar alternativas dentro do próprio orçamento da universidade – que é cada vez mais restrito, em termos de bolsas e tudo mais –, além de olhar para parcerias fora dela para que consigamos obter os financiamentos para as pesquisas dos nossos estudantes.
Com o calendário especial por causa da pandemia, como ficam os programas de pós-graduação em 2021?
Martins – Fizeram seu calendário anteriormente ao da graduação. Estes calendários, da pós e da graduação, são distintos historicamente. Porque a lógica da pós-graduação é outra; há compromissos, por exemplo, dissertações e teses que precisam ser defendidas. Para você ter uma ideia, no ano passado foram defendidas em torno de mil teses e dissertações. Não houve diferença em relação a 2019. Não teve uma diferença muito grande.
Óbvio que teremos prejuízos este ano, especialmente em pesquisas de campo e laboratórios, mas o cronograma da Capes para defesa de teses e dissertações não muda. Então, nós precisamos de um calendário da pós-graduação, infelizmente, muito diferente do calendário da graduação. Isso foi, do meu ponto de vista, muito bem colocado em várias reuniões com diretores de Unidades Acadêmicas e coordenadores de cursos.
Penso que é particularmente importante falar sobre Assistência Estudantil, até mesmo pela questão econômica, pois sabemos que a evasão aumenta por conta de dificuldades financeiras enfrentadas por estudantes que não são de Uberlândia e não conseguem se manter. Então, como fica essa questão, em meio a um cenário de recursos cada vez mais reduzidos? Como conseguir manter as bolsas e dar esse suporte para evitar a evasão?
Martins – É óbvio que seria muito importante o professor Valder estar aqui para validar o que estou dizendo. Posso dizer que vou lutar por isso nesta gestão: o tópico de assistência estudantil é prioritário; ou seja, se nós tivermos que cortar alguma coisa, não vamos começar pela assistência estudantil. É aquilo que o reitor já falou: estamos aqui para oferecer à sociedade esse produto, que é formar estudantes. E para formar estudantes, neste momento, nós precisamos prioritariamente de uma forma muito substancial da assistência estudantil.Posso estar enganado, mas a minha leitura é de que os cortes feitos pelo governo federal para a assistência estudantil são menores, por exemplo, do que os na pós-graduação. A assistência estudantil é, de uma certa forma, “menos prejudicada” diante desse cenário de cortes. Neste orçamento disponível, acredito que o professor Valder vai manter esta prioridade. Queremos preservar e ter o mínimo de prejuízos nas bolsas estudantis [que a UFU oferece].
Agora, queremos abordar a questão do quantitativo de servidores. De que forma continuar prestando um bom serviço à sociedade, mesmo com a diminuição e as mudanças no quadro de pessoal, seja por aposentadorias ou extinções de cargos, e com terceirizações cada vez maiores em vários setores?
Martins – Vou confessar preciso me apropriar melhor em termos de como essas estratégias serão efetivamente feitas. Do ponto de vista geral, posso dizer que o diagnóstico é exatamente este e isso eu vivo todo dia, pois é o meu cotidiano na Faculdade de Medicina: servidores e servidoras se aposentando, uma volatilidade impressionante de técnicos administrativos. Este movimento não é só na renovação do quadro de pessoal, mas também com a ausência de concursos para cargos novos, para provimentos novos. Com certeza, a gente não tem esse cenário [o de abertura de concursos públicos] nos próximos anos.
Daí a importância da qualificação do quadro técnico-administrativo e dos docentes. Tenho observado, como diretor da Famed, que isso tem sido feito de uma forma muito interessante, agora utilizando plataformas digitais. Como, por exemplo, temos uma grande dificuldade com o sistema de compras dentro da universidade, que é extremamente burocrático, a disponibilização de aulas, tutorias e de tutoriais disponíveis em plataformas melhora muito a qualificação das pessoas.
Isso que aconteceu com o trabalho durante a pandemia me parece ter sido uma boa notícia: a gente pode qualificar as pessoas de uma forma mais rápida e difusa e, às vezes, talvez até mais eficiente. Então, eu vejo que temos muito trabalho pela frente nesse campo. E a alternativa para melhoria do serviço prestado pela universidade vai depender de qualificarmos ainda mais o quadro de técnicos administrativos e docentes.
Pensando num cenário ideal, em que tudo dê certo e a nova equipe de gestão consiga concretizar todos os planos apresentados na campanha, como o sr. e o professor Valder vislumbram a UFU no final de 2024? Qual legado pretendem deixar para a instituição?
Martins – Apesar de todas as dificuldades que vocês conhecem e que não preciso nomear – cenário nacional, local, epidemia e tudo mais –, nós esperamos e desejamos entregar a UFU melhor e preparada para as próximas décadas. Certamente, teremos uma forma de ensino diferente, uma forma de atuação dentro da universidade totalmente diferente do que nós fazemos hoje; as opções pedagógicas, as opções de formação de pessoas vão mudar muito.
Eu estive estudando um pouco sobre 5G e acho que, quando isso chegar aqui, a gente vai ter que repensar a universidade. Vamos ter que criar condições – acho que elas já foram até iniciadas – para que uma próxima geração consiga acompanhar o mundo, as mudanças, as inovações; senão nós vamos ficar muito atrasados. Nós já não somos uma universidade central, não estamos na lista de universidades com um histórico de, às vezes, mais de 100 anos de existência; somos uma universidade nova, que ainda está em construção e se solidificando. Pela minha leitura, esse processo de solidificação tem sido relativamente rápido. Vejo que, ao longo do tempo, a comunidade UFU tem avançado sempre e vem se consolidando no cenário.
Só que agora o tempo é outro; não podemos esperar cinco ou 10 anos para atingir tais e tais metas. Tudo vai se modificar muito rapidamente e nós temos que estar preparados. Espero que nossa gestão consiga preparar a universidade para este novo mundo. É isso que eu vislumbro e eu também espero. Agora vou dizer da área específica que a mim é muito cara porque sou próximo dela: espero que a assistência no hospital esteja muito, mas “muuuuito” diferente da que estamos vivenciando hoje; espero imensamente que consigamos entregar serviços melhores à nossa comunidade, aos nossos estudantes e aos nossos professores e técnicos administrativos.
>>> ACESSE AQUI O ÁUDIO DESTA SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA
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