Publicado em 26/02/2021 às 14:19 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Pesquisa mostra nova bactéria encontrada em perus após um surto de doença de alta mortalidade. (Foto: Freepik)
Publicado em fevereiro na "Scientific Reports", da Nature, o estudo “A GENÔMICA COMPARATIVA DE UM NOVO CLADO LANÇA LUZ SOBRE A EVOLUÇÃO DO GÊNERO ERYSIPELOTHRIX E CARACTERIZA UMA ESPÉCIE EMERGENTE”, em português, analisou a bactéria que causou surto de uma doença de alta mortalidade em granjas de perus na região do Triângulo Mineiro.
O estudo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Após o surto de doença nos perus identificado pela médica veterinária Patrícia Giovana Hoepers (na época mestranda do curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da UFU e atualmente doutoranda do mesmo programa), foi iniciada uma investigação epidemiológica para identificar o patógeno responsável pela alta mortalidade nos animais, ou seja, o organismo causador da doença.
“A principal motivação do trabalho foi tentar desvendar a nova espécie de bactéria circulante na região do Triângulo Mineiro para podermos entender seu ciclo epidemiológico e atuarmos no controle e prevenção da doença nas propriedades comerciais”, relata Ana Laura Grazziotin, uma das autoras do estudo e então professora da Faculdade de Medicina Veterinária (Famev/UFU).A bactéria identificada pertence a uma nova espécie de Erysipelothrix, que já havia sido isolada anteriormente em suínos e peixes. A nova espécie recebeu o nome de Erysipelothrix takahashiae, uma homenagem a Toshio Takahashi, primeiro pesquisador que isolou a bactéria em um suíno.
Grazziotin conta que, ao definir propriedades e características da nova bactéria, a pesquisa pode atuar na identificação da doença, no seu controle e no desenvolvimento de mecanismos de prevenção mais eficazes.
A professora da Famev Beatriz Fonseca, também uma das autoras do estudo, conta que as pesquisas mostraram, pela primeira vez em análises epidemiológicas, que a bactéria leva à doença clínica e à alta mortalidade em perus por septicemia ou morte súbita.“Os trabalhos também mostraram que os isolados que levaram à doença tinham alta variabilidade genética e que a proximidade com lotes de suínos parece ser um fator de risco. Em trabalhos in vitro verificamos que a bactéria é capaz de multiplicar nos meios intra e extra celulares com alto índice de apoptose (um tipo de morte celular programada), o que explica em parte a gravidade da doença”, relata Fonseca.
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Palavras-chave: Perus Bactéria Nature pesquisa Medicina Veterinária
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