Publicado em 12/07/2021 às 13:24 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:25
Em um panorama geral na área da Dança, existem atualmente 34 trinta instituições brasileiras que ofertam 49 cursos, entre bacharelado, licenciatura e tecnólogo superior. Neste contexto, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) oferece, desde 2011, uma graduação que se concentra no bacharelado, com foco na criação, produção e pesquisa artística.
Espetáculo 'Dispositivo Coreográfico', realizado em 2019. | Foto: Reprodução
Ocupando a coordenação pedagógica do curso, o professor Vanilto Alves de Freitas explica que, para executar essa proposta, o currículo é desenhado com conteúdos específicos da área da dança somados aos de outras áreas: "Como é o caso da área de Biologia, que inclui Anatomia, Cinesiologia, Biomecânica - presentes nas disciplinas de educação somática -, outras de Ciências Humanas, como Estética, História da Arte, Filosofia, Sociologia e Antropologia. Há também conteúdos técnicos comuns em outros cursos de arte, como Iluminação, Cenografia, Caracterização e Produção, além de conhecimentos próprios de outras áreas artísticas, a exemplo de Música e Teatro, como Voz; e, por fim, as específicas da dança, como aulas de técnica corporal, improvisação e concepção coreográfica."
A formação propõe componentes curriculares que colocam os estudantes em contato com experiências de criação em dança, de conhecimento sobre diferentes abordagens corporais, além de perspectivas históricas sobre a dança. Alexandre Molina, que também integra o corpo docente, comenta que, durante a formação, os estudantes também são orientados sobre os modos de gestão e produção cultural e discutem formas de organização de suas futuras carreiras profissionais. “Com isso, o bacharel em Dança poderá atuar como bailarino, coreógrafo, diretor de espetáculos, preparador corporal, produtor e executor de projetos artísticos e culturais, dentre outros”, destaca. Essas mesmas atividades podem estar conectadas a outras repartições, como figurino, cenografia, música, iluminação e videomaker, a depender das características do projeto desenvolvido.
Em sintonia com um pensamento contemporâneo de arte, corpo, cultura e tradição, o curso de Dança da UFU pretende capacitar o egresso para o exercício da criação em dança, da sensibilidade artística e do pensamento reflexivo. Molina ressalta que, na proposta acadêmica, “o curso possibilita ao aluno desenvolver sua arte de modo muito particular; ao reconhecer as práticas profissionais anteriores de seus discentes, procura complementar seu processo de formação, além de incentivar e possibilitar sua participação em grupos de pesquisas e em ações de extensão.”
Segundo Freitas, o curso nesse momento possui um grande desafio, que é a reformulação do currículo. Portanto, a carga horária deve ser preenchida por conteúdos extensionistas, assim como prevê a legislação. “Será um desafio, mas também será uma oportunidade, um momento de mudança e expansão do curso, buscando maior proximidade com a sociedade uberlandense, a região e o país”, afirma o coordenador. Ainda de acordo com ele, será analisada uma possível elaboração de um currículo que seja capaz de dialogar com a formação e as pesquisas do atual corpo docente, “que, apesar de jovem, possui muita experiência na universidade e no ambiente da dança fora da universidade”, reitera.
Projetos em execução
Espetáculo 'Dispositivo Coreográfico' | Foto: Olivia Franco/ Moviola Mídia Livre
Na comemoração da primeira década do curso de Dança, haverá uma edição especial do Sala Aberta, que acontecerá entre os dias 18 e 23 de outubro, de forma remota. A organização está por conta de uma comissão formada por estudantes, docentes e técnicos do curso, sob a coordenação do professor Alexandre Molina e da professora Camila Soares. Assim, nos seis dias de evento, serão realizadas ações como: oficinas, rodas de conversa, apresentações artísticas e lives. A intenção do evento é garantir a participação tanto da comunidade universitária da UFU, bem como da externa à universidade.
Distanciamento e Covid-19
O curso de Dança, assim como todos os outros ofertados pela UFU, também teve que se adaptar ao formato remoto, devido à pandemia da Covid-19. Mas como trabalhar essa arte, que é tradicionalmente da presença? O professor Vanilto Alves de Freitas aponta proximidade da dança com as novas tecnologias para responder a esta pergunta: “A dança possui um histórico de proximidade com tecnologias de comunicação, como o vídeo, a fotografia e desdobramentos destes com a proximidade com a internet, gerando usos e formatos como GIFs, foto-performance, videodança, dança-cinema, videoinstalação, performance, videoclipe e danças feitas em redes sociais. Devido a esse histórico, o atual currículo possui um componente curricular obrigatório denominado 'Dança e Novas Tecnologias' e outro optativo, denominado 'Tópicos Especiais em Dança e Novas Tecnologias'; ambos foram oferecidos nas Atividades Acadêmicas Remotas Emergenciais (AAREs), no segundo semestre de 2020, e continuam sendo ofertados nos períodos regulares de forma remota.”
Segundo Freitas, a coordenação do curso realizou uma avaliação sobre a viabilidade das aulas remotas para cada componente curricular, que praticamente foi todo ofertado nos períodos regulares que acontecem a distância. Entretanto, ele pondera que "a dança é uma arte da convivência, seja em trabalhos coletivos ou em trabalhos solo, com um coletivo de produção para viabilizar as criações". Nesse sentido, para Freitas, a maior dificuldade enfrentada neste período se dá na possibilidade da elaboração coletiva dos trabalhos.
“Talvez o maior empecilho nesse momento esteja na exclusão digital no país, seja de equipamentos como computador e dados, e os espaços domésticos para a prática da dança com segurança. Por conta disso, tem sido um desafio a manutenção de processos de criação de forma remota, mas temos ultrapassado as dificuldades, seja utilizando conhecimentos já acumulados por artistas, produtores e professores, seja criando novos procedimentos, novas maneiras de criar e existir”, argumenta.
Mesmo com as dificuldades que surgem durante o novo método de aula, o coordenador garante que todos os procedimentos de segurança necessários para a prevenção à Covid-19 são levados à risca pelo curso, considerando as peculiaridades da dança, como o tipo de respiração e o contato físico entre os estudantes. Por isso, a retomada das aulas presenciais só vai poder acontecer em um ambiente seguro.
"Assim como todos os demais da UFU, o curso de Dança, juntamente com o Iarte, possuem um Comitê de Biossegurança. Em diálogo com o Comitê de Biossegurança da UFU, foi elaborado um plano que prevê a retomada do ensino presencial, paulatinamente, usando recursos como o ensino híbrido, a ocupação parcial das salas e continuidade do uso de plataformas virtuais, até que seja possível o retorno total do ensino presencial; sempre considerando a segurança dos discentes, docentes e familiares e o nível de contaminação na região”, aponta Vanilto Alves de Freitas.
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Palavras-chave: Especial aniversário dança IARTE UFU
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