Publicado em 06/10/2021 às 10:07 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Pesquisa estabelece a curva de aprendizado para realização de biópsia veterinária (Foto: Freepik)
Publicado em setembro na revista internacional PLOS ONE, um artigo assinado por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e de outras instituições estabeleceu a quantidade mínima de treinamento para que o veterinário atinja estabilidade da habilidade para realização de um procedimento. O estudo analisou a biópsia renal guiada por laparoscopia em cadáveres de cães e suínos.
A pesquisa foi desenvolvida por Suellen Maia, no mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade de Franca (Unifran), com orientação do professor Leandro Crivellenti, da Faculdade de Medicina Veterinária da Famev/UFU.
O estudo contou com a colaboração de pesquisadores de diversas universidades do país. Para a pesquisa, participaram médicos veterinários com conhecimento cirúrgico, mas sem conhecimento das técnicas laparoscópicas e de biópsia renal. Foram selecionados cadáveres de cães e suínos sem queixa de envolvimento renal e que tinham peso inferior a 10kg.
De acordo com o professor, biópsia renal por laparoscopia consiste na obtenção de um fragmento do rim através da visualização do órgão por um monitor de vídeo. Para isso, são necessários equipamentos que permitem a criação do campo visual, além de material específico para a coleta do tecido. “Trata-se de um procedimento minimamente invasivo que requer habilidade técnica do profissional que o realiza”, completa.
Treinamento prévio à biópsia renal em cadáveres de cães e suínos realizado antes da pandemia, em 2019 (Foto: Arquivo dos pesquisadores)
“A curva de aprendizado final foi estabelecida através das variáveis referentes à qualidade da amostra, ao tempo de procedimento e ao escore de dificuldade do operador. A inclusão de suínos como modelo experimental se deu devido à anatomia da espécie, muito utilizada em estudos em humanos, de modo que os resultados deste estudo também viessem a contribuir com a área médica em geral”, explica o pesquisador.
Crivellenti afirma que sucesso do procedimento de biópsia renal por laparoscopia pode ser resumido pela obtenção de uma amostra de qualidade com o mínimo de complicações ao paciente, por isso, o treinamento prévio em cadáveres se torna imprescindível.
“Através do estabelecimento de uma curva de aprendizado para o procedimento, podemos direcionar o treinamento para que a habilidade mínima necessária seja alcançada. A pesquisa fornece contribuição significativa no âmbito da capacitação profissional, garantindo melhores resultados e menores complicações ao paciente que é submetido ao procedimento in vivo”, relata.
Para o pesquisador, a publicação na revista PLOS ONE ressalta o mérito do estudo e a perspectiva de repercussão e avanço da comunidade científica e também dos centros cirúrgicos.
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Palavras-chave: veterinária pesquisa treinamento Biópsia
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