Publicado em 18/11/2021 às 13:52 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Mariana Nascimento ministra aula de português intermediário na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. (Foto: Arquivo pessoal)
Dentre os brasileiros selecionados para participar do programa neste ano, temos Mariana Nascimento. Ela é formada em Letras pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e agora é doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos do Instituto de Letras e Linguística (PPGEL/Ileel) da UFU.
Programa
O Foreign Language Teaching Assistant (FLTA) é uma iniciativa da Fulbright, um programa financiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Ele possibilita que professores de inglês recém-formados ministrem aulas de português em universidades norte-americanas por dois semestres.
Os professores também têm a oportunidade de fazer disciplinas na universidade em que estiverem atuando. O programa está presente em outros 50 países e em outras línguas, como: espanhol, árabe, alemão, japonês, russo, entre outras.
Os benefícios variam de acordo com a universidade em que o bolsista vai atuar, mas alguns exemplos são: pagamento mensal, passagem aérea internacional, auxílio de compra de livros e também ajuda de custo para instalação nos Estados Unidos.
A abertura das próximas inscrições está prevista para junho de 2022. Para se candidatar, é necessário preencher um formulário com informações pessoais e acadêmicas, além de três cartas de recomendação. Para mais informações, acesse o site do programa.
A doutoranda pelo PPGEL está dando aula nos Estados Unidos, desde agosto de 2021. (Foto: Arquivo pessoal)
Experiência
Mariana Ruiz Nascimento foi aprovada no último processo seletivo do FLTA, referente aos anos de 2021 e 2022. Desde agosto deste ano, ela é responsável por ministrar um curso de português em nível intermediário na Universidade de Iowa, localizada em Iowa City.
“Ser a professora principal da disciplina é desafiador, mas sinto que a experiência que tive durante o curso de Letras na UFU me ajudou muito a fazer o planejamento do plano de curso e desenvolver as atividades”, relata Nascimento.
Ela conta que, ao lado de outras professoras do Departamento de Espanhol e Português da universidade, organiza eventos, grupos de conversação em português uma vez por semana e iniciativas mensais para divulgar a cultura brasileira.
A professora também desenvolve um projeto extracurricular de literatura chamado “Hora do Conto”, em que são lidos e discutidos contos escritos em português. Ele acontece duas vezes ao mês e, assim como as outras atividades, é gratuito e aberto aos alunos e à comunidade.
“A experiência até então tem sido muito bacana. É gratificante ver os alunos se interessarem pela língua portuguesa e pela cultura do nosso país. O departamento e os alunos valorizam muito a presença dos FLTAs e isso faz com que sintamos que realmente estamos fazendo a diferença”, completa.
Quanto às disciplinas como estudante da universidade, Nascimento faz duas: Teaching and Learning Languages (Ensinando e Aprendendo Línguas) e Diversity in American Culture (Diversidade na Cultura Americana). De acordo com ela, a primeira tem sido uma oportunidade para conhecer professores de diferentes países e línguas e desenvolver um projeto de ensino para as aulas.
Já a segunda, sobre a cultura americana, é uma forma de conhecer mais a fundo alguns episódios históricos dos Estados Unidos e discutir questões de raça, gênero, classe e migração, além de perceber como entendem a própria história.
O programa possibilita que Mariana compartilhe a cultura brasileira com os alunos da universidade. (Foto: Arquivo pessoal)
Por que participar?
Para a doutoranda, o FLTA é uma oportunidade de ganhar experiência no ensino de português como língua estrangeira, de divulgar a cultura brasileira em outro país e também de vivenciar a cultura norte-americana.
Segundo comenta, a experiência tem sido significativa na sua formação enquanto professora: “Estou experienciando um contexto de ensino que, até então, era novo para mim. Isso tem me permitido desenvolver materiais e atividades de português como língua estrangeira que, certamente, poderei compartilhar com outros professores futuramente.”
Ela ainda complementa: “Ensinar português tem me feito refletir não só sobre a minha própria língua e cultura, mas também sobre o processo de ensino-aprendizagem de outras línguas estrangeiras. É interessante observar os desafios e as motivações dos alunos e como eles variam dependendo da língua-alvo.”
Nascimento ressalta que estar em contato com outra cultura nos faz ter um olhar mais crítico sobre ela, que não depende unicamente do que vemos na mídia ou em livros didáticos. “Oportunidades assim nos permitem construir nosso próprio olhar sobre um país e fugir um pouco de estereótipos. Isso é muito importante não somente para a formação profissional, mas para o crescimento pessoal de qualquer um”, finaliza.
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Palavras-chave: Letras Inglês Estados Unidos bolsa aula docência
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