Celebrando 'Bodas de Rubi'

Foto: Arquivo pessoal

E aí eu me arrisco a perguntar: Quem nunca... foi “capturado” pelas câmeras dele, ou se deparou com nosso fotógrafo por aí, com sua câmera registrando a história e os "causos" desta universidade?

Por que não homenagear o nosso “pé de cachorro” [é assim que ele chama todo mundo que anda muito, como é o caso dele mesmo]? Que ama um pagode e que, quando analisa as fotos que registra dos colegas da Diretoria de Comunicação Social (Dirco), sempre fala assim: “ô povinho feio!” 

Brincadeiras à parte, nosso amigo é assim: extrovertido, hiperativo, brincalhão e com um coração gigante. O grande “defeito” foi o time que escolheu para torcer: faz parte da nação rubro-negra.

Flamenguista fanático

Exatamente hoje, 12 de setembro, Milton Santos, que se intitula também de Milton Passarela - em referência ao ex-zagueiro argentino Daniel Passarella -, completa 45 anos de serviços prestados à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Uma história que começou em 1977, conforme é descrito em um documento arquivado na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep): "O mencionado servidor teve ingresso na instituição em 12/09/1977, em regime de contrato de trabalho (CLT), tendo sido lotado na DIVRE - Divisão de Registro/Pró-reitoria de Graduação, onde permaneceu até 31/05/2001 quando foi removido para a Diretoria de Comunicação Social, onde permanece lotado até hoje. Cabe lembrar que a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, os servidores admitidos sem concurso público, como o caso do servidor, passaram a ter estabilidade no cargo e serem considerados servidores vinculados ao Regime Jurídico Único".

De forma curiosa, o ingresso do fotógrafo na UFU se deu, literalmente, dentro do campo, e talvez tenha sido a "jogada mais certeira" da vida dele, da universidade e de todos aqueles que têm o prazer da companhia dele. Ele era zagueiro de um tradicional time de futebol amador da cidade, o XV de Novembro e, entre um lance e outro, o ex-professor José de Paula de Carvalho “comprou seu passe" para ingressar por aqui.

Zagueiro do XV de Novembro

Ídolo histórico do Cruzeiro, o meia Dirceu Lopes (na foto, o quarto da esquerda para direita, entre os agachados) disputou quatro partidas pelo XV de Novembro, contando com a ajuda de Milton (agachado, o primeiro à esquerda) no sistema defensivo. (Foto: Arquivo pessoal)

Começou trabalhando em laboratório, produzindo os slides utilizados por professores, em retroprojetores, durante as aulas. Naquela época, produzia em média 1.200 slides por mês. Como minha missão era escrever esta matéria sem que ele soubesse da homenagem, fui buscar algumas informações em uma outra reportagem publicada na edição de abril de 2014 do "Jornal da UFU" e assinada pela jornalista Frinéia Chaves. Na ocasião, Milton disse que: “fotografava páginas de livros ou gravuras de revistas e transformava isso em slides”.

Durante estes 45 anos de UFU, mudou do slide para a fotografia preto e branca, fez revelações, fotos coloridas, analógicas e digitais. Se formos imaginar uma linha do tempo que retrate o ambiente de chegada do fotógrafo à universidade, ele ingressou em 1977, mesmo ano da criação da Escola Pré-Fundamental Nossa Casinha - escola benefício para atender aos servidores da universidade, que se tornaria a Escola de Educação Básica (Eseba/UFU); na sequência, em 1978, acompanhou a federalização da UnU (Universidade de Uberlândia) que passou a se chamar Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Milton já estava por aqui, também, quando em 1978 aconteceu a organização dos cursos da UFU em três centros: Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (Cetec), Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (Cehar) e Centro de Ciências Biomédicas (Cebim).

Imagem do Campus Santa Mônica, na década de 1970. (Foto: Arquivo pessoal)

No decorrer desses anos, acompanhou o crescimento e os avanços da UFU como: a chegada de novos cursos, blocos, colações de grau, criação de campi avançados, hospitais... Ufa! Muita coisa registrada por nosso amigo. Frinéia Chaves resumiu assim em sua matéria: “Nada da rotina acadêmica escapou da marcação de Milton Santos". O grande acervo, de milhares de fotos e muitas exposições, foi citado por ele como uma forma de fazer o seu olhar chegar a outros.

Mesmo tendo dedicado dois terços das quase sete décadas de vida à UFU, diz que pretende continuar por aqui ainda por muito tempo. Cá para nós, acho que me aposento antes dele. Encerro esta minha fala usando, novamente, trechos da matéria que Frinéia Chaves escreveu em 2014. “O trabalho deste homem mostra o quão artista ele é. [...] Milton continua batendo um bolão. De tão conhecido, tornou-se famoso”.

Abaixo, mensagens/homenagens de alguns colegas que já participaram ou ainda participam desta caminhada de UFU, com Milton Santos:

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