Publicado em 22/11/2022 às 17:29 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:39
Três cientistas apresentaram suas pesquisas no festival em Uberlândia. (Foto: Marco Cavalcanti)
Depois de dois anos em formato on-line, o festival "Pint of Science" realizou uma edição especial no início de novembro. A ideia foi reavivar o evento e preparar o público para a edição de 2023. Dessa forma, em 2022, o evento aconteceu em três cidades do Triângulo Mineiro e contou com o apoio e a participação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O festival, que chegou no Brasil em 2015, busca oferecer palestras sobre pesquisas científicas que estão em desenvolvimento ou foram finalizadas e tem assuntos relevantes para a sociedade. A ideia é que os estudos sejam apresentados de forma acessível ao público e em locais como bares e pubs.
Patos de Minas
Estreando na lista das cidades que recebem o "Pint of Science", Patos de Minas (MG) já começou sendo audaciosa: desenvolveu a edição especial em três dias e em três bares diferentes. Na segunda-feira (7), a Casa Grande Cervejas Especiais recebeu o público e dois pesquisadores. O primeiro foi o professor do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) Warlei Tana. O tema, "Ciência da Negociação", visou uma reflexão sobre o que o pesquisador chama de “a arte de negociar” e abordou sobre o papel das redes sociais e os efeitos da pressão psicológica nesse processo. Pela primeira vez no Pint, o professor afirmou que a temática se aliou com o ambiente, já que a negociação também acontece em todo lugar.
O segundo pesquisador da noite foi o professor do curso de Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações da UFU Pedro Luiz Lima Bertarini. A temática, muito presente no dia a dia, se baseou em falar sobre as fake news nas telecomunicações e nas perguntas que aparecem frequentemente em mesa de bar. O professor trouxe as informações técnicas de forma descontraída para cumprir o que o próprio festival se propõe a fazer: trazer a ciência para o dia a dia do público.
Na terça-feira (8), foi a vez da Barú Pizzaria receber o evento. O professor Diego Leoni Franco, do Instituto de Química da UFU, falou sobre como a química está presente em todo lugar com a palestra intitulada “Química do boteco, no boteco e com o boteco”. Para desmitificar a dificuldade da ciência, o pesquisador realizou experimentos com produtos encontrados nos bares.
Em seguida, a professora do curso de graduação e mestrado em Engenharia de Alimentos da UFU Marieli de Lima falou sobre os “Mitos e Verdades em Alimentos”. Estreando no evento, a professora destacou que é muito importante trazer os conhecimentos da sala de aula para o bar, principalmente para esclarecer informações falsas sobre a alimentação.
Fechando a semana do primeiro "Pint of Science" em Patos de Minas, a Cervejaria Eva recebeu o público na quarta-feira (9). A primeira palestra foi do pesquisador na Fiocruz Minas Gabriel da Rocha Fernandes, abordando o sequenciamento de DNA e o uso disso na clínica. O pesquisador afirmou que pensou em trazer o tema para que a população conheça os recursos disponíveis para isso.
Para finalizar a edição especial do festival, o professor Aulus Estevão Anjos de Deus Barbosa, dos cursos de graduação e mestrado em Biotecnologia da UFU, abordou sobre o desenvolvimento das plantas transgênicas. O tema é relevante principalmente porque, segundo o pesquisador, boa parte dos alimentos plantados na cidade são transgênicos.
Uberlândia
A noite de terça-feira (8) começou animada. O tão esperado "Pint of Science" voltava a acontecer presencialmente em Uberlândia (MG) depois de dois anos sem o festival devido à pandemia de Covid-19. Divulgado como um “esquenta” para 2023, seis pesquisadores foram convidados para apresentarem ao público os estudos desenvolvidos por eles e seus alunos. Tudo isso em dois bares da cidade: o Libertas, no bairro Vigilato Pereira, e o São Arnulfo, no bairro Roosevelt.
Logo os pesquisadores começaram a chegar. No Libertas, a professora Ana Maria Bonetti, do Instituto de Biotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (Ibtec/UFU), apresentou sua pesquisa sobre os prejuízos que a aplicação de agrotóxicos causam às abelhas, insetos essenciais para a agricultura. Depois, foi a vez do professor da Faculdade de Computação (Facom/UFU) Paulo Henrique Ribeiro Gabriel falar sobre os algoritmos na computação e também nas redes sociais. O pesquisador explicou o que são os algoritmos e as consequências do seu uso.
Por fim, a professora do Instituto de Biologia (Inbio/UFU) Daniela Franco Carvalho abordou as conexões entre biologia, ciência e arte na produção artística. A pesquisadora buscou a interação do público para trazer o estudo para o dia a dia.
Ao mesmo tempo, três pesquisadores apresentaram suas pesquisas pela primeira vez no festival, no bar São Arnulfo. A professora da Faculdade de Medicina (Famed/UFU) Yara Cristina de Paiva Maia falou sobre como se vê enquanto detetive na sua busca por um diagnóstico menos invasivo e mais rápido para o câncer de mama. Ela apresentou a proposta de biópsia líquida, em que o sangue é coletado e são analisados os marcadores de células tumorais circulantes. O resultado sai em até 3h30min. “Eu acho que é uma oportunidade incrível para a sociedade conhecer o que os pesquisadores estão fazendo nos laboratórios, nos bastidores, entre as paredes da universidade”, contou.
O segundo pesquisador da noite foi Edson Nossol, professor do Instituto de Química (IQ/UFU), que apresentou as propriedades dos nanomateriais. O professor demonstrou a possibilidade do desenvolvimento de baterias para celular usando como base sódio, potássio ou alumínio, o que faria com que elas fossem transparentes e flexíveis, e encantou a plateia. Nossol, que já tinha participado como ouvinte, contou que foi um desafio montar a apresentação para um público diverso.
Fechando as apresentações no bairro Roosevelt, a professora do Instituto de Ciências Agrárias (Iciag/UFU) Samara Carbone comentou sobre os aerossóis, partículas pequenas que estão suspensas na atmosfera. Elas são importantes na formação de nuvens e no resfriamento do planeta, mas também podem ser prejudiciais para a saúde e o meio ambiente. “Eu acho uma iniciativa muito boa para sair da bolha que a gente vive na universidade. E eu acredito que seria interessante popularizar ainda mais a comunicação em outros espaços”, apontou a pesquisadora.
A coordenadora do Pint of Science Uberlândia, Paula Faria, avaliou que a edição especial de 2022 foi um sucesso. Ela reforçou que esse foi apenas um “esquenta” para o evento mundial que acontecerá em maio de 2023. “As temáticas foram bastante diversificadas, fomos das abelhas aos algoritmos, do diagnóstico precoce do câncer de mama aos aerossóis da Floresta Amazônica, e isso é um ponto forte do Pint Uberlândia, reconhecido pela coordenação nacional do festival. Foi uma noite leve, agradável e cheia de conhecimento compartilhado”, destacou.
Ituiutaba
Em Ituiutaba, o evento começou também na terça-feira (8). O primeiro a receber o Pint foi a Brejaria Breja e Burger com duas palestras. O professor do Instituto de Ciências Exatas e Naturais do Pontal Fábio Pascoal dos Reis abriu o evento com uma palestra sobre mecânica quântica. Logo em seguida, a professora da Faculdade Mais de Ituiutaba (FacMais) Marina Gomes de Araújo fez apresentação intitulada “Ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer”. Para a pesquisadora, essa foi a oportunidade de engajar o público com o fazer científico.
A cidade realizou o evento também na quarta-feira (9), na Cervejaria Ituiutaba, e contou com um grande público. A palestra da mestre em Direito Poliana Santos abriu a noite abordando sobre as questões legais do mundo digital. Em seguida, a doutora em Genética e Bioquímica falou sobre os desafios moleculares no processo de envelhecimento.
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Palavras-chave: Pint of Science Divulgação Científica bar Ciência
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