Publicado em 13/04/2020 às 21:01 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52
Professor Luiz Goulart (à esquerda) recebeu comitiva chefiada pelo ministro Marcos Pontes (ao centro) no Campus Umuarama (Foto: Alexandre Santos)
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) recebeu, na tarde desta segunda-feira (13/04), a comitiva do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que veio conhecer os dois protótipos de sensores para o diagnóstico do novo coronavírus em saliva, desenvolvidos no Laboratório de Nanobiotecnologia do Instituto de Biotecnologia (IBTec/UFU).
O principal diferencial dos testes propostos pela UFU é que eles não precisam de reagentes, que são substâncias necessárias para se fazer os testes convencionais do coronavírus e que estão em falta devido à demanda mundial neste momento de pandemia. Um dos novos testes é biofotônico (o que significa que utiliza luz, no caso, infravermelha) e o outro é eletroquímico (ou seja, envolve correntes elétricas).
"No caso do sensor biofotônico, o teste é feito em nuvem usando um algoritmo na internet, enquanto que o eletroquímico é realizado diretamente no smartphone com o auxílio de pequeno equipamento que parece um pendrive e microchips", explica o coordenador da pesquisa, professor Luiz Ricardo Goulart Filho, do IBTec/UFU.
O resultado fica pronto em cerca de dois minutos. As duas tecnologias podem detectar outras doenças também. Mais detalhes do funcionamento ainda não foram divulgados, porque os pesquisadores aguardam pedido de patente, mas a tecnologia final será disponibilizada para todos os interessados.
As pesquisas que deram origem a esses testes vêm sendo feitas desde 2016 (Foto: Alexandre Santos)
As pesquisas que deram origem a esses testes vêm sendo feitas desde 2016, envolvendo diagnósticos de doenças como câncer, dengue e zika. Desde o surgimento do novo coronavírus, a equipe de cientistas da UFU também direcionou o desenvolvimento dos testes para esse tipo de vírus. Nós divulgamos em fevereiro, no Comunica UFU, a pesquisa sobre potencial diagnóstico da saliva para o coronavírus que vem sendo desenvolvida pelo professor Robinson Sabino-Silva.
Nesta segunda-feira, o professor Goulart fez demonstrações dos testes à equipe do MCTIC, durante a visita ao Laboratório de Nanobiotecnologia, que fica no Campus Umuarama e funciona como sede do Instituto Nacional de Teranóstica e Nanobiotecnologia, um núcleo de excelência financiado por Capes, CNPq e Fapemig. As pesquisas que deram origem aos testes do novo coronavírus também receberam recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao MCTIC, e da parceria público-privada com o laboratório Biogenetics.
O reitor da UFU, Valder Steffen Júnior, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Henrique de Carvalho, e outros pesquisadores da universidade também participaram do encontro no Campus Umuarama. Depois, seguiram para o laboratório Biogenetics, no hospital Uberlândia Medical Center (UMC), onde Pontes, Goulart e Steffen participaram de coletiva de imprensa.
O ministro Marcos Pontes disse que ficou "muito satisfeito" com o que observou na UFU. "A possibilidade de termos testes que não usam reagentes vai ser um ganho para o país", destacou. Pontes explicou ainda que, uma vez que a tecnologia esteja testada e aprovada, o próximo passo é trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde para implementá-la em todo o país.
Palavras-chave: COVID-19 UFUContraOCorona coronavírus Ciência Divulgação Científica
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