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LEIA CIENTISTAS

Coronavírus: de fake news à pandemia

Na estreia da seção 'Leia Cientistas', do Comunica UFU, biomédico e virologista da universidade escrevem sobre a Covid-19

Publicado em 18/03/2020 às 08:18 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52

 

Foto: Freepik

 

O coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19 que hoje atinge população mundial, tem deixado todos apreensivos e com medo do que o futuro irá nos trazer. De fato, não é o fim do mundo, mas a sensação é que a sociedade entrará em colapso a qualquer momento, não é mesmo? 

Este microrganismo invisível aos olhos, mas capaz de ser disseminado de uma forma há muito tempo não vista, surgiu de forma repentina. A transmissão desse patógeno é baseada em aerossóis produzidos por pessoas infectadas, ou seja, a tosse, o espirro ou pequenas gotículas liberadas durante o ato de falar podem contaminar outras pessoas, e também o ambiente. 

Por ser um patógeno desconhecido, existem ainda lacunas que permanecem indefinidas sobre o vírus e como lidar com a infecção por ele causada. Mas existem alguns fatos a que temos que nos ater, já que as fake news estão sendo muito compartilhadas hoje em dia:

1) Se proteja! PREVENÇÃO É A MELHOR ESCOLHA! Se houver a possibilidade, fique em casa e trabalhe de casa. Evite locais pouco ventilados e com aglomeração de pessoas, como ônibus, metrôs, palestras, eventos científicos e de lazer.

2) Evite cumprimentos de mão, beijos e abraços. O afeto hoje é um de nossos inimigos.

3) LAVE AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO CONSTANTEMENTE. E quando não houver possibilidade, faça o uso de álcool em gel 70%.

4) Tenha uma alimentação saudável.

5) Estou com sintomas de gripe: preciso correr para o hospital? Não! O Ministério da Saúde indica este padrão: 

a. Coriza, cansaço e mal-estar momentâneo: não se dirija ao hospital; faça repouso e fique em casa. Caso desenvolva os próximos sintomas, vá a uma unidade de saúde adequada;

b. Febre e tosse seca: fique de olho e vá para postos de saúde (unidade básica);

c. Falta de ar: é um sinal de alarde. Vá para uma unidade de urgência.

6) Não compartilhe mensagens sem fundamento científico ou baseadas em conhecimentos produzidos por histórias fictícias contadas no “disse, me disse”, as conhecidas fake news. Não existe remédio milagroso, tratamento com chás, gargarejos com limão e sal que sejam comprovadamente eficazes para eliminar o vírus. Você tem dúvidas sobre o que é verdade ou mentira? Procure um profissional da saúde qualificado ou entre no site do Ministério da Saúde que fala sobre as fake news: www.saude.gov.br/fakenews/coronavirus. CORRA LÁ! É imprescindível que essas mensagens mal intencionadas sejam combatidas, pois interferem em como o país responde à pandemia. Fake news podem resultar em desespero e medo, que na prática levam a situações que facilitam a transmissão.

7) Pense no próximo e em como o seu cuidado pode interferir nos eventos dessa pandemia. Pessoas com doenças crônicas (problemas cardíacos, pressão arterial, diabetes, problemas respiratórios, dentre outros) e idosas são as mais suscetíveis e os seus cuidados podem interferir na qualidade de vida delas.

8) Você já pensou em comprar uma máscara, né? Mas olha, elas não têm o efeito que você imagina. As máscaras devem ser usadas por profissionais da saúde que lidam diretamente com os infectados ou por aqueles pacientes que estão com a suspeita, evitando a disseminação do vírus no ambiente.

Estamos vivendo um momento da história em que o mundo tem a capacidade de lidar com uma pandemia, porém, é necessária uma ação conjunta entre Estado, população e mídia. O Estado e a mídia estão fazendo, cada um, a sua parte. E você, já fez a sua? Se cuide e, assim, estará cuidando de você, de sua família, de seus amigos, do país e do mundo!

 

*Igor de Andrade Santos é biomédico e estudante de mestrado no Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ana Carolina Gomes Jardim é virologista e professora do Instituto de Ciência Biomédicas (Icbim/UFU).

 

A seção "Leia Cientistas" reúne textos de divulgação científica escritos por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). São produzidos por professores, técnicos e/ou estudantes de diferentes áreas do conhecimento. A publicação é feita pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU), mas os textos são de responsabilidade do(s) autor(es) e não representam, necessariamente, a opinião da UFU e/ou da Dirco. Quer enviar seu texto? Acesse: www.comunica.ufu.br/divulgacao. Se você já enviou o seu texto, aguarde que ele deve ser publicado nos próximos dias.

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