Pular para o conteúdo principal
Tecnologia

Femec UFU Embrapii desenvolve solução de problema que gera prejuízo de cerca de 3% do PIB

Pesquisadores trabalham em projetos para identificar materiais mais resistentes para aumentar a vida útil dos tanques, equipamentos e reparos

Publicado em 21/07/2023 às 13:08 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Unidade Femec UFU Embrapii LTAD – Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste. (Foto: Divulgação/Femec)

O principal objetivo de toda indústria é associar a qualidade de produção com equipamentos mais resistentes, processos mais eficientes e menor custo de manutenção em busca de melhor competitividade.

Um sério problema que gera prejuízo em qualquer linha de produção é a corrosão de materiais. Esse fenômeno, de acordo com publicação da Associação Brasileira de Corrosão (Abraco), consome, por ano, cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o equivalente a R$ 300 bilhões do PIB de 2022.Encontrar a fórmula para melhorar o custo benefício das indústrias brasileiras é também o desafio dos pesquisadores dos Centros de Tecnologia e Inovação (CTI). Em Uberlândia, no Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste (LTAD) e Laboratório de Soldagem (Laprosolda), que formam a Unidade da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, a Femec UFU Embrapii, a corrosão é uma das especialidades para PD&I em projetos de Parceria Público-Privada (PPP).

Na agroindústria, por exemplo, já foram desenvolvidas novas metodologias de reparo em super aquecedores de aço inox do setor de fabricação de fertilizantes. Em algumas linhas de produção, são usados ácidos em alta temperatura tornando o processo agressivo para os materiais de equipamentos, das estruturas dos tanques para depósitos e principalmente nos pontos de soldagem. Além de apresentar nova metodologia de reparo, os pesquisadores da Unidade Embrapii Femec UFU já desenvolvem projetos para identificar materiais mais resistentes para aumentar a vida útil dos tanques, equipamentos e reparos.

A inovação resolveu um problema de corrosão de mais de 20 anos e que diminuía a vida útil de parte da estrutura da linha de produção da empresa parceira. “Para nós, foi uma grande oportunidade de gerar conhecimento de alto nível sobre a corrosão desses materiais e poder ver a solução aplicada em várias plantas de ácido sulfúrico, aumentando a confiabilidade da operação”, acrescenta Felipe Caixeta, pesquisador do LTAD, na área de prospecção de negócios.

Análise de corrosão em célula eletroquímica realizada no LTAD. (Foto: Divulgação/Femec)

Outro projeto PD&I sobre corrosão pode atender todos os setores da indústria que utilizam o sistema de caldeiras para geração de energia. Os pesquisadores da Unidade estão trabalhando nos estudos do processo de corrosão das serpentinas da caldeira de produção de vapor que são alimentadas por biomassa. A grande variedade de fontes de biomassa utilizadas hoje em caldeiras traz um grande desafio para a seleção de materiais que precisam ser versáteis para atender as demandas de um mercado cada vez mais focado em sustentabilidade.

A caldeira que está sendo estudada opera em até 700 graus Celsius (ºC). As cinzas geradas pela queima da madeira do eucalipto grudam e o acúmulo dela obstrui a passagem do vapor por entre os tubos da serpentina. Atualmente a retirada desse material calcificado é feita por potentes jatos de vapor d’água deixando o ambiente ainda mais agressivo. “A queima do cavaco do eucalipto gera uma substância altamente agressiva para o material dos tubos da serpentina da caldeira, ela gruda na superfície externa do tubo e gera uma crosta que acumula e obstrui a passagem do vapor, danificando a estrutura da serpentina e compromete o funcionamento da caldeira”, explica Gustavo Vilela, pesquisador do LTAD responsável pelo projeto de pesquisa.

Tubos em processo de corrosão de caldeira objeto de estudos no LTAD. (Foto: Divulgação/Femec)

O objetivo do projeto de PD&I em corrosão, desenvolvido na Unidade Embrapii Femec UFU, para o sistema de caldeiras, é indicar a melhor metodologia de acompanhamento do processo do desgaste, otimizar a manutenção e aumentar o tempo de uso do material evitando as trocas de equipamentos a cada cinco anos.

“A Embrapii é exatamente esse espaço; uma instituição criada para promover a articulação entre o mundo da ciência e o setor produtivo. A Embrapii se junta a esse esforço para o desenvolvimento do Brasil”, disse o presidente da Embrapii, Chico Saboya, durante solenidade em Brasília que marcou a retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

Palavras-chave: Tecnologia Ciência Engenharia Mecânica materiais solução

A11y