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Transparência

Painel de Financiamento revela cenário orçamentário da educação superior

Iniciativa da Andifes e do SoU_Ciência apresenta retrato econômico das universidades federais; veja números da UFU

Publicado em 22/11/2023 às 10:17 - Atualizado em 26/12/2023 às 08:16

Painel traz informações dos orçamentos das universidades federais de 2000 a 2022. (Imagem: Canva)

Como a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem navegado no complexo oceano do financiamento universitário? Quais histórias os números revelam sobre seus investimentos, despesas e compromissos com os estudantes ao longo das últimas duas décadas? O Painel do Financiamento das Universidades Federais, uma iniciativa conjunta da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lança luz sobre estas questões e contribui para compreender o cenário. Os dados demonstram como a UFU e outras universidades federais têm se adaptado e evoluído frente aos desafios financeiros.

O Painel do Financiamento das Universidades Federais, parte do projeto “Financiamento da Ciência & Tecnologia e das Universidades Federais”, oferece uma visão detalhada do orçamento das universidades federais brasileiras. Ele abrange quatro categorias principais: 

Com gráficos interativos e dados históricos desde 2000, o painel oferece uma análise abrangente, incluindo a correção dos valores pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA).

A ferramenta facilita o acesso público a informações detalhadas sobre orçamentos de 2000 a 2022. O estudo permite que cidadãos, acadêmicos e formuladores de políticas compreendam melhor as realidades financeiras enfrentadas pelas instituições de ensino superior. 

"É possível fazer o download dos dados; trabalhamos com o princípio da Ciência Aberta”, destaca Maria Angélica Pedra Minhoto, coordenadora do painel.

 

Contexto da UFU

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem experimentado uma trajetória financeira diversificada ao longo dos anos, refletindo as mudanças nos cenários educacional e econômico do país. A pesquisa revela tendências importantes, como o crescimento orçamentário até 2015, seguido de uma desaceleração e uma redução crítica após 2019. Confira como foi o desempenho da UFU:

  • Despesas correntes

Paralelamente, as despesas operacionais também mostraram variações significativas, atingindo um pico em 2016, com R$ 231 milhões e diminuindo para R$ 143 milhões em 2022.

 

Despesas UFU - 2000/2022

 

  • Despesas com pessoal

De 2000 a 2022, a universidade viu um aumento substancial nos gastos com pessoal, de R$ 587 milhões em 2000, para mais de R$ 1 bilhão em 2022. Importante frisar que os gastos com pessoal incluem, além dos servidores ativos, os aposentados e pensionistas vinculados à instituição.

 

Recursos com pessoal - 2000/2022

 

  • Investimentos

Por outro lado, os investimentos da UFU tiveram uma trajetória mais variável. Após um aumento considerável nos investimentos, atingindo um pico de R$ 54 milhões em 2011, houve uma queda acentuada nos anos subsequentes, com um investimento de apenas R$ 3,3 milhões em 2022. Essa redução está relacionada a restrições orçamentárias mais amplas e mudança no foco para a manutenção ao invés da expansão. 

 

Investimentos UFU - 2000/2022

 

  • Assistência Estudantil

Já em relação à assistência estudantil as oscilações também estão presentes. Houve aumento marcante, de apenas R$ 573 mil em 2000, para R$ 27 milhões em 2016, seguido por uma diminuição para R$ 4,6 milhões em 2022, refletindo as oscilações nas políticas de apoio ao estudante e possíveis impactos da pandemia de covid-19.

 

Assistência Estudantil - 2000/2022

 

Panorama geral do orçamento nas universidades federais

A análise dos dados revela um crescimento significativo nos orçamentos até 2015, seguido por um aumento menos acentuado até 2019 e uma redução crítica a partir de então. Esta tendência espelha as mudanças socioeconômicas e políticas do país e aponta para um cenário desafiador para o ensino superior. 

Os orçamentos refletem não apenas números, mas as prioridades de uma nação em educação e pesquisa. A professora Soraya Smaili, coordenadora do Sou_Ciência, destaca a importância desta análise nos números voltados para o apoio e suporte aos universitários. “Considerando a correção da inflação, observamos uma queda nos recursos voltados para Assistência Estudantil”, comenta.

Outro ponto relevante é a diferenciação inédita nas despesas de pessoal, evidenciada pelos dados do Painel. Smaili ressalta: “As despesas de pessoal também são apresentadas, de forma inédita, fazendo diferenciação entre ativos e aposentados e pensionistas.” Este detalhamento oferece uma perspectiva mais clara sobre como os recursos são alocados para o quadro funcional das universidades. 

 

Ampliação dos dados

Em breve, serão lançados os painéis orçamentários das instituições federais vinculadas à ciência e tecnologia e também das fundações de amparo e pesquisa. As ações fazem parte do projeto "Financiamento da Ciência & Tecnologia e das Universidades Federais".

 

 

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Palavras-chave: Andifes

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