Publicado em 18/04/2024 às 15:20 - Atualizado em 15/07/2024 às 10:25
Ondas eletromagnéticas são formadas por oscilações de campos elétricos e se propagam tanto em meios materiais quanto no vácuo, onde viajam na velocidade da luz. Elas são divididas de acordo com as suas frequências, como raios gama, raios X, raios ultravioletas, luz visível, raios infravermelhos, micro-ondas e ondas de rádio .
Essas ondas estão presentes em nossas vidas o tempo todo. Será que elas possuem som, ainda que imperceptível? Esta foi a dúvida enviada nas redes sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) por Vitoria dos Santos Palmieri. Nós conversamos com um físico da UFU para entender.
Edson Vernek é professor do Instituto de Física (Infis/UFU) e esclarece que nenhuma onda eletromagnética possui som associado, já que é de uma natureza diferente das ondas sonoras, que, por meio de perturbações mecânicas, movimentam sensores do nosso sistema auditivo.
Essas ondas sonoras, por serem um tipo de onda mecânica, precisam de um meio material para se propagar, como o ar ou a água, diferentemente das ondas eletromagnéticas, como as de rádio e a luz visível. Por isso conseguimos perceber a luz oriunda do Sol, já que as ondas eletromagnéticas provenientes da estrela podem atravessar milhões de quilômetros sem a necessidade de haver material ao longo da sua trajetória. Vernek respondeu outras perguntas:
Se não conseguimos ouvir as ondas de rádio, como podemos conversar no celular?
Ele explica que conseguimos ouvir esses aparelhos porque quando falamos em um microfone ou celular, as ondas mecânicas são captadas e codificadas em sinal elétrico, e, posteriormente, em ondas eletromagnéticas que viajam até o espaço e são redirecionadas por satélite para um receptor, um aparelho de rádio ou outro aparelho celular, por exemplo. Esse receptor as decodifica para ondas sonoras através dos alto-falantes para que consigamos ouvir a mensagem.
É possível converter todas as ondas eletromagnéticas em ondas sonoras, de modo que seria possível, por exemplo, ouvirmos a cor amarela?
Não, esclarece o professor. A cor amarela não tem alguma informação por si só, portanto, não corresponderia a uma espécie de onda mecânica que pudéssemos ouvir, já que precisamos ter perturbações para codificar. Essas perturbações são propagadas através do próprio meio, como o ar, por exemplo, que possui regiões de pressões altas e baixas pelas quais se propagam de forma “invisível”, mas que nosso ouvido consegue captar. Esse processo, segundo Vernek, pode ser exemplificado pela brincadeira do “telefone com fio”, em que duas pessoas falam através de copos com um barbante esticado entre eles. Nesse caso, o meio é o barbante e essas perturbações mecânicas são propagadas através dele até chegar no copo da outra pessoa, que consegue ouvir o que foi dito.
Há outros tipos de ondas?
Além das ondas mecânicas e eletromagnéticas, também existem as ondas gravitacionais, assim como outros tipos de perturbações. “Se você chacoalha a Terra aqui, quanto tempo demora a Lua para saber disso?”, questiona o professor. Isso é possível determinar analisando, entre outros fatores, as ondas gravitacionais do nosso planeta, embora essas relações gravitacionais não sejam tão bem conhecidas.
O docente conclui que ondas eletromagnéticas não possuem som, pois possuem natureza completamente diferente das mecânicas, nas quais as sonoras se enquadram, embora utilizamos ambas a todo momento em nossos processos comunicativos, devido a possibilidade de codificação e decodificação de ambas.
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