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Esportes

Estudante da UFU participa pela quarta vez dos Jogos Universitários Brasileiros

Karateca medalhista em 2021, Fernando Henrique Vital Filho tenta subir ao pódio pela segunda vez nos JUBs

Publicado em 26/08/2024 às 19:46 - Atualizado em 27/08/2024 às 08:23

Além de aleta, Fernando também está à frente do projeto Daigaku Dojo. (Foto: Instagram/@karate_ufu)

 

Esforçar para a formação do caráter; fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão; criar o espírito de esforço; respeito acima de tudo e conter o espírito de agressão. São estes, os cinco lemas base do karatê e que Fernando Henrique Vital Filho carrega consigo. 

Faixa preta no karatê e aluno do oitavo período do curso de Matemática da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Fernando diz que concilia a graduação com a prática esportiva que escolheu ainda criança. “Meu pai e minha mãe sempre me ensinaram a ser muito organizado; eu tinha tempo para estudar, brincar, sair, treinar karatê; e eu trouxe isso para a vida universitária. Hoje, eu não faço tantas atividades quanto eu fazia quando pequeno, mas fico praticamente o dia inteiro na universidade e treino karatê. Essa responsabilidade eu trouxe desde criança, de dividir o tempo e conseguir me organizar”, conta o estudante. 

Mas, para além de uma prática esportiva, Fernando afirma que o karatê é mais que uma modalidade, e sim um caminho. “O karatê é um caminho que você escolhe seguir. A forma de pensar, agir, de ter uma mente voltada à tranquilidade, ser uma pessoa pacífica... O karaté não é só a técnica (...); eu sempre estou usando o karatê e treinando ele dentro de mim, como um caminho, como uma forma de pensar de agir”, explica. 

 

Trajetória

Na imagem, um rapaz em pé executando uma técnica de karatê
Aos 21 anos, Fernando concilia o final da sua graduação com o karatê. (Foto: arquivo pessoal)

A história de Fernando com o karatê começou lá atrás, quando ele ainda estava no começo da infância. “Eu comecei no karatê quando tinha 5 anos. Na época, meu pai perguntou se eu queria fazer algum esporte e, por algum motivo, eu falei karatê. Não sei se é por causa de filmes, como 'Karatê Kid' ou alguma coisa assim; mas eu quis fazer karatê”, conta o atleta. 

De lá para cá, nesses mais de 15 anos, diversas conquistas marcaram a trajetória de Fernando. No total são 12 títulos estaduais, quatro nacionais e um internacional, obtido quando ele foi representar o Brasil no Campeonato Sul-americano de Karatê, realizado no Canadá, em 2017. 

Apesar de todos esses títulos, o pai do karateca, também chamado Fernando, opina que os resultados positivos nas competições não são o que de fato importa. “Eu sempre falo: as medalhas são minhas, as conquistas são dele! O que ele ganhou no karatê não foi medalha, foi o que ele ganhou no dia a dia: as conquistas. A conquista está no coração dele; as medalhas enferrujam (...); as conquistas são dele, o suor é dele, que é o mais importante”, aponta o pai. 

Hoje, com a graduação na UFU em andamento, Fernando relata que sua rotina de treinamentos é menor, mas que, mesmo assim, sempre arruma um jeito para treinar: “Quando eu disputava mais campeonatos, antes da universidade, eu treinava de segunda a segunda. Hoje, é mais complicado; como eu fico o dia inteiro na UFU, não tenho tempo para fazer muitas outras coisas voltadas ao karatê. No tempo que eu tenho livre, eu venho treinar (...); hoje a gente tem um horário fixo; então, treino com a galera [do projeto} e arrumo um horário só para mim. O karatê tem a parte técnica, que eu tenho que treinar, mas a parte do ensinamento que o karatê traz eu uso o tempo inteiro: o jeito que eu penso, ajo, reajo às coisas, eu estou usando o karatê.”

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Na imagem, uma criança vestida de kimono de karatê sorrindo
Aos 5 anos, Fernando decidiu seguir o caminho do karatê. (Foto: arquivo pessoal)

 

Jogos Universitários Brasileiros 

Pela quarta vez consecutiva, Fernando irá representar a UFU nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), a maior competição de desporto, em nível nacional do âmbito universitário, que será realizada no mês de outubro, em Brasília (DF). 

Embora tenha participado de diversos campeonatos ao longo de sua carreira no karatê, Fernando conta que participar dos JUBs foi uma experiência diferente. “Essa vivência de estar em um campeonato grande – representando o estado, a cidade, o país –, quando eu fui disputar fora, eu já tinha antes; mas com os JUBs foi bem diferente, porque neles são vários esportes; então, eu ter ido junto com os atletas da UFU, ter conhecido atletas de outros estados, de outras modalidades – seja de esporte coletivo ou individual –, foi muito diferente; eu senti {como se fosse} quase uma olimpíada”, conta o estudante. 

Medalhista na competição em 2021, Fernando declara que, para este ano, as expectativas em relação à sua participação são as melhores possíveis. “Hoje, me sinto mais preparado que nos outros anos (...), inclusive mentalmente. Eu já sei qual é o nível da competição; entendo que muitas pessoas que vão lá têm um nível muito alto, nível de seleção brasileira; mas hoje estou bem preparado e confiante. Não tenho a pressão de ‘nossa! Tenho que ganhar uma medalha!'. Vou lá para fazer a minha competição. Como é individual, estou lá para fazer a minha apresentação. Eu vou confiante e fazer o meu melhor, independente de resultados. Acho que isso que é o mais interessante”, argumenta o karateca.

 

Na imagem, um rapaz vestindo kimono de karatê em pé; atrás dele, um banner de divulgação com a inscrição 'JUBs BSB 2021 Karatê'
Em 2021, o karateca conquistou medalha de bronze na competição. (Foto: arquivo pessoal)

 

Karatê na UFU 

Intitulado Daigaku Dojo, o projeto de aulas gratuitas de karatê na Universidade Federal de Uberlândia nasceu em 2021, graças à paixão pela prática esportiva de Fernando e seu pai. Fernando Henrique Vital é acadêmico do curso de Enfermagem e também tem o intuito de promover o estudo e a prática do karatê no ambiente universitário. 

Atualmente, o projeto é regularizado junto à Divisão de Esporte e Lazer Universitário (Diesu) e conta com uma organização – coisa que antes não tinha, segundo Fernando Henrique Vital: "Os treinos eram realizados de forma esporádica, dependendo da disponibilidade de horários na Diesu e da reserva de locais, o que frequentemente dificultava a regularidade dos treinos devido à presença de outras turmas com horários fixos. Nesse ano, enviamos um projeto à Diesu e conseguimos dias e horários fixos, facilitando nossa programação e permitindo um treinamento mais consistente e estruturado”. 

Os treinos são realizados às segundas, das 19h às 21h e aos sábados, das 10h às 12h, no Centro de Lutas, localizado no antigo espaço do Restaurante Universitário do Campus Santa Mônica. A boa notícia é que, para participar do projeto, não é necessário experiência anterior com a prática esportiva, como explica Vital. “Não é preciso ter isso (...). Nossos ensinos são didáticos e pedagógicos, sendo conduzidos passo a passo. O grupo é bastante eclético: há aqueles que já treinam, outros que treinaram há muito tempo e aqueles que nunca treinaram karatê antes. O Daigaku Dojo é acolhedor e aberto a todos, oferecendo um ambiente inclusivo para todos os níveis de experiência.” 

Para os interessados em fazer parte do projeto, o único requisito é estar regularmente matriculado em cursos de graduação ou pós-graduação da universidade. Mais informações podem ser encontradas em um perfil criado no Instagram (@karate_ufu).

 

Na imagem, pessoas em pé treinando karatê
O projeto é coordenado pelos alunos Fernando Henrique Vital e Fernando Henrique Vital Filho. (Foto: Instagram/@karate_ufu)

 

Hoje, na reta final da sua graduação, Fernando Filho revela que pretende seguir seus dois caminhos: a matemática e, claro, o karatê. “Eu gosto bastante de estar estudando, conhecendo coisas novas. Estou terminando [o curso de] Matemática e pretendo fazer outras graduações, cursos variados, seguindo a área da matemática, mestrado ou algo do tipo, mas não quero largar o karatê. Que nem eu falei: a gente pode não treinar a técnica toda hora, mas a gente também está treinando os ensinamentos (...) Eu não vou largar o karatê, é quase impossível... (risos)... É uma vida inteira, quase, dependente do karatê. Eu quero sim conciliar: não viver uma vida de atleta, mas também não largar o karatê para viver de outras coisas. Eu quero sim seguir os dois [graduação e karatê]”, conclui.

 

 

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Palavras-chave: Diesu karatê JUBs

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