Publicado em 08/10/2024 às 10:18 - Atualizado em 14/10/2024 às 08:39
De 2020 a 2021, o mundo viveu dias de grande preocupação de saúde pública: a pandemia da covid-19. O novo coronavírus, que se espalhou pelo planeta em menos de três meses, já vitimizou mais de 713 mil pessoas só no Brasil, até o início deste mês, de acordo com o site Coronavírus Brasil. Mas, hoje, com a disseminação da doença controlada desde 2022, em virtude das vacinas de combate ao vírus, que começaram a ser distribuídas no Brasil em janeiro de 2021, é possível conviver com este mal de forma normal e realizar atividades públicas, como visitar uma boa exposição de arte.
A mostra “Convida EXPOArt 2024”, idealizada em 2021 pela artista Aparecida Felipe, de Goiânia (GO), expõe, desde a noite de 3 de outubro, até a próxima sexta-feira (11/10), no hall da Biblioteca Central da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Campus Santa Mônica, máscaras que foram usadas na pandemia e se transformaram em suportes de obras de arte. A exposição acontece de forma itinerária desde 2023 , com curadoria geral do artista goianiense José Carlos Batista Nogueira. Em Minas Gerais, a coordenação é da professora da Escola de Educação Básica (Eseba/UFU) e artista visual Mara Rúbia Colli.
Além de apresentar obras originais de 62 artistas de dez estados brasileiros e quatro países - Bélgica, Finlândia, Índia e França -, a exposição também conta com trabalhos feitos pelos estudantes da Eseba, com orientações da professora Mara Rúbia, em parceria com a psicóloga escolar Cláudia Silva de Souza. Ambas desenvolveram, em setembro, uma oficina com os estudantes dos 5ºs anos, com o tema “Ecos da Pandemia da Covid-19: memórias e sentimentos em palavras e desenhos”. O resultado foi a produção de desenhos e relatos sobre como foi a vivência das crianças durante a pandemia e como aqueles dias reverberam na rotina atual delas.
Transformando sentimento em arte
“Aqui é um pouco de um resgate que foi feito em relação ao que as crianças viveram no período da pandemia”, descreveu Núbia Guimarães, diretora da Eseba e que esteve presente na noite de abertura da Convida EXPOArt 2024. Ela, que se diz entusiasta de todas as artes, afirmou que a escola tem como perfil desenvolver ações extracurriculares que trazem novas oportunidades às crianças, como a possibilidade de participar de uma exposição.
Ana Alice Brito, estudante do 5º ano B, foi uma das crianças que participou da oficina “Ecos da Pandemia da Covid-19: memórias e sentimentos em palavras e desenhos” e está expondo seu trabalho final na mostra. “Eu amei! Achei muito criativo e legal as professoras proporem isso para a gente”, respondeu a menina, quando questionada sobre o que achou da atividade.
O desenho da Ana era a boca de um bicho, como descreveu a pequena artista, porque, para ela, a pandemia "era como um bicho de sete cabeças, algo ruim e uma época horrível". Mas, mesmo com as referências não tão boas quanto aquele período histórico, ela afirmou que também aconteceram coisas boas: “Eu via a pandemia como um bicho de sete cabeças. O que realmente foi! Mas a professora Mara também me mostrou alguns jeitos [de notar] que a pandemia não era só um bicho de sete cabeças. A pandemia foi um tempo para a gente refletir também sobre as coisas que a gente fez. Às vezes, antes da pandemia, a gente nem pensava muito nas coisas. A gente era totalmente desligado”, argumentou a estudante/artista.
Trazer o olhar e a arte das crianças sobre aquele período foi uma ideia da professora e artista Mara Rúbia, que disse que queria inovar na exposição para além das obras que foram produzidas em 2021. Partindo desta ideia e por lecionar na Eseba, ela pensou em convidar os alunos dela, que convivem e conviveram com ela durante a pandemia – mesmo que de forma remota –, para lançarem um olhar para os sentimentos resultantes daquela época e, assim, dar a cara de Minas na exposição.
Importância pedagógica
"Expressão"! Esta foi a palavra que tanto a diretora Núbia quanto a professora Mara falaram ao responderem sobre qual seria o impacto pedagógico desta oficina na vida das crianças. Expressar seus sentimentos e memórias, ressignificar o período vivido e traduzir em arte. “Eu acho que começa pela autonomia do processo de pensar, de se expressar e de criar. Todos os trabalhos que estão na exposição são deles; nós não corrigimos o que está escrito errado, não interferimos na ideia do que eles trouxeram. Algumas crianças escreveram que foi um momento muito feliz, porque ficaram com a família. Então, eu acho que é isso. Eles serem convidados a refletir e pensar sobre o momento histórico que eles vivenciaram”, resumiu Mara Rúbia Colli.
Confira, abaixo, alguns registros do evento de abertura da exposição:
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Palavras-chave: arte visual Eseba pandemia de Covid-19 Biblioteca central
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