Publicado em 26/02/2025 às 14:17 - Atualizado em 27/02/2025 às 17:31
Uma mistura de dança, música e arte marcial. Um instrumento de resistência e socialização. Estas são algumas das características que representam a capoeira, ou capoeiragem, manifestação cultural e esporte afro-brasileiro criado no Brasil, no século XVII, que um dia já foi proibida de ser praticada no país.
Entre os anos de 1889 e 1937, a capoeira foi considerada como uma atividade criminosa. Além de ser vista como desordem e baderna pelas autoridades, também era perseguida por racismo. Mas, em 2008, esse esporte ganhou uma nova perspectiva. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou a capoeira como Patrimônio Cultural Brasileiro. Anos depois, em 2014, o reconhecimento foi em nível mundial. A Roda de Capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Presente em mais de 100 países, a capoeira é um dos maiores símbolos da identidade brasileira. Com o objetivo de preservar e difundir a cultura negra, tornando essa arte acessível a mais pessoas, o Abadá Capoeira, em parceria com o Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché, promove aulas gratuitas dessa prática na cidade de Uberlândia.
“O intuito desta ação é promover aulas de capoeira gratuitas para a comunidade uberlandense, fortalecendo, assim, de forma acessível, essa prática afro-brasileira", explica Ana Marília Alves Simões, que é estagiária do Graça do Aché. Ela destaca que a iniciativa busca também “estabelecer uma educação antirracista nas aulas, que atua diretamente no fortalecimento da autoestima física e intelectual dos participantes que frequentam o projeto”.
Ministrada pelo professor Canelão Graduado, a atividade é realizada todas às terças, quartas e sextas-feiras, das 19h às 21h. Para participar, basta ir até o Graça do Aché - localizado na Avenida Cesário Crosara, 4187, no bairro Presidente Roosevelt - e conversar com o professor.
A iniciativa é destinada a todos os públicos e não é exigido conhecimento prévio. Para menores de idade, é necessário que o responsável autorize a presença do aluno, não sendo obrigatório o acompanhamento nas aulas. Caso o mesmo opte por acompanhar este processo, poderá aguardar no espaço do projeto.
Em parceria com o grupo Teatro No Mi, também são ofertadas no Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché aulas de teatro gratuitas. Elas acontecem aos domingos, das 10h às 12h30, na sede do Graça. “Mais do que um curso, este é um espaço de troca, aprendizado e incentivo à arte, contribuindo para a formação de novos artistas e públicos”, ressalta Saunders Rodrigues, professor do projeto.
Ele enfatiza que o intuito da iniciativa é fomentar o interesse pela arte teatral, tanto na prática quanto no consumo cultural, tornando o teatro acessível a todos. “Fazer arte de verdade não sai barato. Se a gente for cobrar o valor real, poucas pessoas conseguem pagar. Então, a arte deve ser pública e acessível para todo mundo. Pensando nisso, eu ministro esse curso gratuitamente”, comenta.
Pode participar da ação qualquer pessoa interessada, independentemente de faixa etária ou condição socioeconômica. "Quando ele [o projeto] foi criado, a intenção era ministrar a atividade em algum local público. Tentamos dar aula na Oficina Cultural, mas não recebemos apoio da prefeitura local", afirma Rodrigues, que hoje conta com a parceria do Graça do Aché para realizar o projeto.
Ele também relata que, por um período, as aulas foram realizadas ao ar livre, em praças públicas. No entanto, a falta de infraestrutura, como acesso à água, iluminação adequada e um local seguro para guardar os pertences dos alunos, tornou o ambiente pouco confortável para as atividades. “Durante a ação, muitas das vezes, não tinha nem sombra direito nas praças, o que nos fez recorrer às parcerias”, completa.
As aulas são organizadas em módulos temáticos, com diferentes abordagens de técnicas teatrais, acompanhadas de jogos essenciais para o desenvolvimento artístico, de forma que possibilite uma experiência prática e imersiva no universo da atuação.Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (34) 99912-3923 ou pelo perfil do projeto no Instagram (@teatronomi). Já para o esclarecimento de dúvidas referentes às aulas de capoeira o telefone é (34) 98443-6753 e também está disponível o perfil do Graça do Aché no Instagram (@gracadoache_ufu).
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