Publicado em 25/02/2025 às 12:12 - Atualizado em 26/02/2025 às 09:30
A Região Intermediária (RGInt) de Patos de Minas registrou um desempenho recorde nas exportações em 2024, alcançando um valor de US$ 2,68 bilhões e consolidando sua importância no cenário do comércio exterior brasileiro. Os dados, compilados e publicados pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) no Boletim de Comércio Exterior da Região Intermediária de Patos de Minas – dezembro de 2024, revelam um crescimento expressivo de 17,90% em relação a 2023, representando 37,74% do Produto Interno Bruto (PIB) regional.
O volume exportado também atingiu um marco histórico, com 1,75 milhão de toneladas - um aumento de 33,77% em comparação ao ano anterior. A performance foi impulsionada tanto pela elevação dos preços dos produtos (+11,10%), quanto pelo aumento dos volumes embarcados (+6,76%).
Os municípios de Paracatu, Patrocínio e Unaí concentraram 82,67% do valor total exportado pela região. Paracatu se destacou com o maior índice de exportações em relação ao PIB (103,79%), seguido por Unaí, que registrou um aumento de 46,99% no valor exportado. Patrocínio, apesar de um crescimento de 11,67% no valor, teve uma leve queda de 3,68% no volume.
Dos 67 produtos exportados pela RGInt, ouro, café e soja foram os mais relevantes, representando 92,46% do valor total. A soja apresentou a alta mais expressiva, com crescimento de 36,11% em valor e 60,48% em volume. O café também teve um desempenho positivo, com aumento de 25,77% em valor e 6,56% em volume. Já o ouro, apesar do aumento de 12,26% no valor, registrou uma redução de 4,10% no volume.
Os principais países compradores dos produtos da região foram Suíça, Canadá e China, responsáveis por 64,80% das exportações. Destacaram-se os aumentos expressivos nas compras da Rússia (+248,65%), Suíça (+19,07%), China (+10,03%) e Canadá (+7,00%). As exportações de ouro cresceram para a Suíça, as de soja para China e Rússia, e as de café foram impulsionadas por mercados como os Estados Unidos da América (EUA), a Itália e a Bélgica.
A desvalorização do real frente ao dólar, com a taxa média passando de R$/US$ 4,99 em 2023 para R$/US$ 5,39 em 2024, favoreceu a competitividade dos produtos da RGInt no mercado internacional. Em reais, as exportações atingiram R$ 14,52 bilhões em 2024 - um aumento de 27,92% em relação ao ano anterior.
Enquanto a RGInt de Patos de Minas registrou crescimento expressivo nas exportações, o Brasil, como um todo, teve queda em valor e volume nos 16 principais produtos. Este contraste se deve, em grande parte, à evolução positiva das exportações de soja na região, que contrariaram a tendência nacional.
As importações da RGInt somaram US$ 336,73 milhões, uma queda de 21,75%. No entanto, o volume importado aumentou 121,08%, atingindo o maior valor da série histórica. A China foi o principal fornecedor, representando 79,67% do valor das importações.
Segundo o boletim do Cepes, o cenário econômico global aponta para um crescimento de 3,2% em 2024 e 2025, com riscos associados à instabilidade política e tensões geopolíticas. A projeção de crescimento ligeiramente menor para China e EUA pode impactar as exportações brasileiras, enquanto o cenário na Área do Euro tende a ser mais favorável.
No setor agropecuário, a safra brasileira de grãos registrou redução na produção total, com efeitos mais intensos em Minas Gerais. Apesar disso, a região de Patos de Minas se destacou com aumentos significativos nas exportações de soja.
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Palavras-chave: Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas CEPES Comércio Exterior
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