Exportações da Região de Patos de Minas batem recorde

A Região Intermediária (RGInt) de Patos de Minas registrou um desempenho histórico no comércio exterior durante o primeiro semestre de 2025, atingindo o valor recorde de US$ 1,62 bilhão em exportações. Esse montante representa um crescimento de 28,59% em dólares em comparação ao mesmo período de 2024, marcando o maior resultado da série histórica iniciada em 1997.

O crescimento da receita, no entanto, sofreu uma queda significativa no volume físico exportado (-29,34%). A força motriz por trás do recorde foi a alta expressiva nos preços dos principais produtos, que compensou a menor quantidade vendida.

Os dados foram disponibilizados no Boletim de Comércio Exterior da Região Intermediária de Patos de Minas referente ao primeiro semestre de 2025, publicado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU).

Ouro e Café em destaque

O aumento do valor exportado foi impulsionado quase inteiramente pela valorização das commodities, com o índice de preços apresentando alta de +32,67%.

• Ouro: Foi o principal produto da pauta, concentrando 53,97% do valor total exportado. As vendas do metal cresceram +50,21% em valor.
• Café: Responsável por 29,86% do total, o café viu suas receitas saltarem +69,66%. Este é o exemplo mais claro do efeito-preço: o volume de café vendido caiu -6,96%, mas o preço médio disparou +82,36%.
• Soja: Na contramão, a soja teve forte queda de -39,21% no valor e -32,06% no volume.

Desempenho Municipal

Dos 34 municípios da região, Paracatu foi o principal exportador, responsável por 54,87% do total (US$ 892,20 milhões). O crescimento da região foi puxado principalmente por:

• Paracatu: +37,89% (impulsionado pelo Ouro).
• Patrocínio: +34,30% (impulsionado pelo Café).
• Carmo do Paranaíba: +106,24% (impulsionado pelo Café).

Principais mercados internacionais

O Canadá se consolidou como o maior comprador da RGInt de Patos de Minas, absorvendo 35,34% do total.

• Canadá: Registrou um aumento massivo de +94,55% nas compras , explicado quase inteiramente pela alta demanda por Ouro.
• Itália e Bélgica: Foram os principais vetores de expansão para o Café, com aumentos de +76,53% e +91,39%, respectivamente.
• China: Ocupando o terceiro lugar (10,61%), a China reduziu suas compras (-36,99%), impactada pela queda nas aquisições de soja.

Importações

As importações seguiram o caminho inverso. O valor total importado pela região foi de US$ 82,93 milhões, queda de -61,24% em relação ao mesmo período de 2024.

Curiosamente, o volume físico de produtos importados aumentou +12,90%, atingindo 179,11 mil toneladas.

O estudo é baseado em dados oficiais disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDCI).


 

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