Pesquisadora da UFU é reconhecida com premiações internacionais

Dedicação à ciência e estudos inovadores têm rendido destaque à doutoranda Serena Malta, do Programa de Pós-graduação em Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (PPGGB/UFU). Atualmente, como pesquisadora visitante na University of Saskatchewan (USask), no Canadá, Malta foi premiada por seu desempenho em pesquisas voltadas à neurociência.

“A gente observa e sente o quanto [o Brasil] faz pesquisa de qualidade e é muito capacitado”, afirma a doutoranda, que já conquistou duas premiações internacionais de melhor pôster. Malta trilha sua trajetória acadêmica na instituição desde 2014, quando iniciou a graduação no curso de Biotecnologia.

As pesquisas premiadas são parte de uma formação que perpassa graduação, mestrado e, agora, doutorado na UFU. “Ao longo da minha graduação, eu passei por muitos laboratórios e adquiri experiências incríveis. Sempre gostei de trabalhar com organismo modelo, e quando eu comecei a trabalhar com drosófilas, me apaixonei”, conta a pesquisadora. No Laboratório de Genética (Labgen/UFU) a pesquisadora teve contato com as drosófilas, espécie conhecida popularmente como moscas-das-frutas, e aprofundou os estudos em doenças neurodegenerativas.    

Destaque por excelência 

Durante o período como pesquisadora no Canadá, Serena Malta já foi contemplada com quatro premiações por sua produção científica. Dentre as conquistas, duas foram os “Travel Awards”, prêmios oferecidos com objetivo de incentivar a participação de pesquisadoras que se destacam pela relevância de suas pesquisas. Além do apoio financeiro, o prêmio é o reconhecimento do mérito e o impacto de estudos internacionalmente.

Malta recebeu “Travel Awards” pela Society of Biological Psychiatry (SOBP), nos Estados Unidos, e, recentemente, pela International Brain Research Organization (IBRO) para participar do 18th Canadian Neuroscience Meeting em Toronto no Canadá. Nos eventos, a pesquisadora apresenta os resultados do projeto desenvolvido pelo Labgen/UFU na investigação do uso de kefir no tratamento de Alzheimer. “Participar do CAN Meeting foi uma experiência extremamente enriquecedora, tanto no âmbito científico quanto pessoal. A conferência reuniu pesquisadores de ponta na área de neurociências proporcionando um ambiente inspirador para troca de ideias e estabelecimento de colaborações", comenta Malta, que expôs seus estudos em uma apresentação oral e com a exposição de pôster.

A doutoranda também recebeu dois prêmios de melhor pôster. Um concedido pela Saskatchewan Psychiatry Association (SPA), com apresentação sobre o projeto com kefir junto ao doutorando da UFU Lucas Bernardes, e outro na Life & Health Sciences Research Expo, da USask, com um trabalho que investiga substâncias produzidas por bactérias presentes no alimento larval de abelhas sem ferrão, em busca de compostos com possível ação neuroprotetora.

A ciência sem fronteiras 

Com o olhar voltado à compreensão de patologias, atualmente Serena Malta se dedica à pesquisa sobre uso de drosófilas como modelo de estudo para doenças humanas. “Essas doenças são direcionadas para doenças neuropsiquiátricas e neurodegenerativas, o que eu gosto mais, mas isso não impede que também explore outros aspectos ou algumas outras patologias”, explica. As moscas-de-frutas são ferramentas utilizadas em diferentes áreas de estudo. 

A oportunidade de realizar parte da pesquisa no intercâmbio foi viabilizada por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). “Eu já tinha em mente tentar um doutorado sanduíche, nesse meio tempo a Fapemig lançou um edital de pesquisador visitante”, afirma Malta. 

A doutoranda conta que no intercâmbio identificou o grande impacto da ciência brasileira no panorama internacional. “Falta muito recurso só que, ao mesmo tempo, a gente é muito adaptativo. Isso faz com que os nossos trabalhos sejam coisas muito criativas, muito resolutivas com pouco. Você vê que a gente não está trazendo pouca coisa”, relata a pesquisadora. 

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