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Universidade Amiga do Idoso

Costurando Saberes reúne idosos, artesãos e amante de costura

Evento organizado pela Universidade Amiga do Idoso acontece na próxima quinta-feira, dia 17 de julho

Publicado em 11/07/2025 às 14:32 - Atualizado em 17/07/2025 às 15:05

Foto: Arquivo Pessoal

Para muitos, costurar pode parecer apenas um  ato de unir pedaços de tecido. Mas, para os participantes do projeto Costurando Saberes, a costura vai muito além do artesanato: é memória, amizade e troca de ensinamentos. O projeto faz parte das ações da UNAI-UFU (Universidade Amiga do Idoso), programa de extensão da PROEXC.  

No próximo dia 17 de julho, quinta-feira, um encontro especial vai reunir idosos, artesãos e amantes da costura para celebrar a cultura do fazer manual. Entre rodas de conversa, oficinas colaborativas e uma exposição de trabalhos artesanais, o evento propõe um resgate das tradições que moldaram gerações e continuam inspirando novos caminhos.

 

O evento acontece dia 17 de julho

A costureira Terezinha Rizotto, é uma das participantes mais engajadas do grupo. Para ela, a costura é um elo entre passado e presente. “Eu revivo a minha família inteira. Meus avós, meus pais, meus irmãos… todos costuravam. A máquina de costura sempre esteve presente na minha vida. E ainda hoje, quando sento para costurar, sinto que estou realizando sonhos”, conta. Segundo ela, a prática também é um estímulo constante para se manter ativa e criativa: “Acho que é isso que me mantém em pé. Você entra no ateliê e transforma seus sonhos em realidade”.

A coordenadora Karina Marques explica que  a proposta do evento é dar visibilidade ao trabalho do grupo e abrir espaço para novas pessoas que queiram aprender e partilhar saberes. “Cada um traz um pedacinho do seu saber e, juntos, vamos costurando histórias e criando uma grande colcha de memórias”, destaca. Para ela, o simbolismo do retalho traduz bem o sentido do projeto: pedaços diferentes que, unidos, formam algo belo, útil e cheio de significado.

Além de valorizar a cultura popular, o projeto também tem um impacto ambiental. As colchas são feitas a partir de retalhos descartados por confecções, que iriam para o lixo ou poluírem o meio ambiente. “É um lixo que se transforma em luxo”, define Rizotto. Esse aspecto também carrega uma metáfora, conforme apresenta  Karina: “Muitos idosos, assim como os retalhos, às vezes são deixados de lado, esquecidos. Mas eles têm muito valor e, quando acolhidos, ajudam a construir algo grandioso”

 

Participantes que fazem parte do grupo
Foto: Arquivo Pessoal

A socialização também é um dos pontos altos do grupo, que já acolheu dezenas de participantes desde a criação. Entre eles, até mesmo homens que nunca haviam pegado em uma agulha ou ligado uma máquina de costura. “Hoje eles já fazem suas próprias peças. É lindo ver como a costura ajuda a sair da tristeza, da solidão, e enche a vida de cor”, conta Rizotto.

Karine explica que o evento do dia 17 foi planejado de forma colaborativa, refletindo a essência do projeto. “Cada detalhe foi pensado junto com o grupo, inclusive a ideia do café comunitário. Cada um leva um lanche, e isso cria um clima de acolhimento, de carinho”. A expectativa, segundo ela, é que a tarde seja de muitas conversas, aprendizados, emoções e novas conexões humanas.

Em 2023 os materiais usados para a produção das colchas foram cedidos pela UNAI, depois de finalizadas as colchas foram vendidas e o dinheiro arrecadado, usado para consertar as máquinas que fazem parte do projeto. A partir de 2024, os materiais são doados pelos próprios participantes, e depois de finalizadas, os integrantes do grupo ficam com as colchas para uso e também para mostrar o que o projeto Costurando Saberes vem produzindo nos encontros. 

O encontro será realizado na rua Duque de Caxias, 285, Centro, das 13h às 17h, com entrada gratuita. Os organizadores convidam os participantes a levarem suas próprias colchas, retalhos, histórias e um lanche para partilhar no café comunitário. Para quem nunca costurou, mas tem curiosidade, a orientação é clara: pode chegar. Afinal, como ensina Terezinha, “basta dar o primeiro ponto para começar a costurar memórias”.

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Palavras-chave: Unai Universidade Amiga do Idoso idosos Costura de resíduos têxteis

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